Quarta 8 de Maio de 2024

Internacional

BOLIVIA

Declaração frente ao "gasolinazo" neoliberal de Evo Morales

01 Jan 2011 | Nos últimos dias, Evo Morales decretou um reajuste nos hidrocarbonetos, que levou a um absurdo aumento de 86% nos preços da gasolina e do diesel, repercutindo posteriormente também em diversas outras mercadorias. Conhecida com “gasolinazo”, a medida teve profundo rechaço popular e manifestações massivas. Publicamos abaixo a declaração da Liga Operária Revolucionária(LOR-CI) da Bolívia em meio ao conflito. Em breve mais informações e novas declarações dessa importante crise, já que frente à mobilização popular Evo Morales retrocedeu em seus decretos no dia 31.   |   comentários

Uma primeira avaliação das marcha de hoje contra o “gasolinazo”

Desde o “gasolinazo” e o anuncio do presidente Evo Morales de manter a medida, compensando a 4 setores com apenas 20% de aumento salarial, hoje se deu o primeiro protesto contundente contra a medida governamental no departamento de La Paz, Santa Cruz e Cochabamba. Ontem em Oruru e Norte Potosí(Llallagua-SigloXX) se realizaram mobilizações cheia com milhares de mineiros nas ruas.

Hoje a cidade de El Alto amanheceu as 6 da manhã, com o primeiro ponto de bloqueio e a convocatória de uma mobilização de emergência do setor não-oficialista da FEJUVE(Federação de Associações de Bairro). Milhares de moradores desde as primeiras horas da manhã espalhados pelos pontos de bloqueio, marcharam e rodearam durante horas a Praça Murillo. Choques com a polícia se produziram em diversos momentos ao longo do dia. A população trabalhadora de El Alto botou fogo nos postos de pedágio e posteriormente milhares de trabalhadores atacaram a prefeitura presidida pelo ex-dirigente da Central Operária Regional(COR) Edgar Patana, e também atacaram a sede da COR e as “oficinas” de la FEJUVE controladas pelo oficialismo.

A oposição burguesa, particularmente o setor dirigido pelo Movimento Sem Medo(MSM) tentou aproveitar-se do descontentamento popular para canalizar politicamente o protesto, porém não alcançaram o objetivo já que a participação de milhares de trabalhadores, do povo pobre, dos moradores dos morros, não podiam ser contidas nos estreitos objetivos de Revilla e Del Granado. Nossa corrente, a Liga Operária Revolucionária – Quarta Internacional(LOR-CI), marchou com o bloco encabeçado pelos professores da cidade de La Paz e os funcionários da UMSA(Universidade Maior de San Andrés)

Pelo fim de semana e as festas do dia 31, é provável que a tensão baixe momentaneamente, o que é um trunfo para o governo tentar desorganizar a mobilização popular. Se fracassam nisso, questão altamente provável, na próxima segunda deverão enfrentar um ascenso da mobilização com a presença de mineiros e cooperativistas, além de associações de bairro e vários sindicatos na mobilização convocada pelo “ampliado” da Central Operária Boliviana(COB). Estamos diante de um ascenso geométrico dos conflitos sociais, com algo novo: a presença de maneira cada vez mais decidida de destacamentos da classe operária, tanto mineira como fabril e de serviços. Esta mobilização é a expressão de um descontentamento popular impensado a algumas semanas atrás.

A partir da LOR-CI, editamos dois comunicados frente a crise. Na segunda voltaremos a publicar o comunicado número três com nossa análise e os ajustes de nossa política. Adiantamos que consideramos vital para o triunfo da mobilização a derrota da burocracia, agente e cúmplice do governo no “gasolinazo”. Para isso é fundamental incentivar e organizar o surgimento de delegados de fábricas, empresas e locais de trabalho, que estabeleçam laços com as comunidades campesinas que estão avaliando sua entra no bloqueio de estradas.

Para vencer é necessário ir desenvolvendo a auto-organização dos trabalhadores para expulsar os traidores e por a COB e os demais instrumentos sindicais a serviço da luta e dos interesses operários, camponeses e populares.

Texto publicado pela LOR-CI em 30/12/2010

Mairores informações em www.lorci.org

Traduzido e adaptado por Francisco Pontes

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