Terça 7 de Maio de 2024

Teoria

SINTUSP

Debate sobre os 160 anos do Manifesto Comunista

15 Nov 2008   |   comentários

Realizou-se no Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) mais um dos debates que é parte das atividades de formação organizado pela Secretaria de formação política do sindicato. A nossa organização participou de maneira destacada destas atividades, pois coincidimos que mais do que nunca é necessário que os sindicatos de trabalhadores retomem a tradição de inserir o debate marxista como forma de recompor uma alternativa do proletariado.

Os participantes foram: Henrique Carneiro, professor de História da USP, antigo funcionário da universidade e antigo membro da diretoria do sindicato; Mauro Iasi, membro do PCB; Magno de Carvalho, membro da diretoria do sindicato; Luís Siebel, membro da LER-QI e editor da Iskra e António Carlos, membro do PCO. Foram convidados outros intelectuais para compor a mesa, como Osvaldo Coggiola, que não puderam comparecer.

Todos os debatedores se esforçaram em apresentar a atualidade do Manifesto, do estabelecimento de princípios até hoje insuperáveis e da necessidade de mais uma vez, na atualidade, recuperar o seu legado. Foi resgatado por Henrique Carneiro que esse documento não é somente uma mostra teórica dos jovens membros da Liga dos Comunistas, mas um guia para a ação independente dos trabalhadores no processo revolucionário de 1848. Apresentou também uma breve discussão sobre as Internacionais dos trabalhadores, reivindicando a IV Internacional como continuação do legado do marxismo e de como o processo de restauração capitalista no final dos anos 1980 demonstrou a profunda decadência da burocracia stalinista - não como continuidade da revolução russa, mas como a sua negação.

O segundo a contribuir foi Luís Siebel, que ressaltou também o legado do Manifesto na história, partindo de recuperar que a revolução russa de 1917 foi o seu maior exemplo vivo, mesmo tendo se perdido com o stalinismo e que a sua estratégia, ainda que tenha sido obscurecida por outras estratégias surgidas das revoluções no século XX, é a única vigente para reconstruir uma nova perspectiva comunista para os trabalhadores hoje.

Antonio Carlos do PCO ressaltou poucos aspectos de discussão teórico-política do Manifesto, centrando-se principalmente em discutir com a esquerda brasileira os recentes processos de luta, o papel da burocracia sindical etc. Mauro Iasi seguiu no mesmo sentido de homenagem ao Manifesto, buscando desmistificar, segundo a letra de Marx e Engels, os pilares da sociedade burguesa.

Vale notar que grande parte das discussões também foram marcadas pela atual crise capitalista mundial, discutindo não somente questões presentes no Manifesto, na tradição do marxismo revolucionário, mas também o papel do partido e a necessidade dos trabalhadores de reconstruir uma perspectiva revolucionária frente a crise económica mundial etc.

Sempre como uma batalha constante, que a nossa organização certamente faz parte, consideramos que a atividade organizada pelo Sintusp foi mais uma etapa, por certo que muito pequena frente aos imensos desafios que temos nós marxistas, de lutar para que se façam atividades amplas de formação dos trabalhadores e que coloquemos o legado teórico e político do marxismo nas mãos de seus verdadeiros herdeiros.

Para ler a intervenção no debate de Luís Siebel, clique aqui

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