Palavra Operária

• 

No dia 15 de setembro os presidentes latino-americanos realizaram a
Cúpula da Unasul com a pretensa justificativa de buscar uma “saída” para o conflito. Desde Lula, Hugo Chávez, até o pró-imperialista
presidente colombiano à lvaro Uribe, estiveram presentes
na reunião que terminou com um
chamado à “conciliação” e à “institucionalidade” ,
e respaldaram
Evo Morales. A carta que ratificou
as posições tomadas pela Cúpula
não poderia ser diferente: após o
assassinato de dezenas de trabalhadores,
camponeses e indígenas
por parte da direita, os presidentes
latino-americanos chamam à negociação
e diálogo com esta mesma
direita assassina.

Seus apelos à legalidade favorecem
completamente à direita
cívica, pois condena de antemão
qualquer tipo de organização da
classe trabalhadora e do povo para
se defender contra os ataques que
vem sofrendo. Isso só mostra que
o pretenso caráter “progressista”
com os quais vários destes governos
tentam se apresentar, não
passa de uma falácia que mostra
seu verdadeiro rosto justamente no
momento em que o povo e os trabalhadores
bolivianos são cruelmente
assassinados.

Não à toa que a própria realização
da Cúpula e, sobretudo a mediação
de Lula foram comemorados
pela própria direita cívica. “O
Brasil é uma garantia de solução
para o conflito. Esperamos que o
presidente Lula possamediar” , afirmou
ao jornal espanhol El País
ninguém menos que o governador
de Santa Cruz, província centro da
reação, Ruben Costas enquanto no
mesmo artigo se noticiava que o
Comitê Cívico desta cidade pedia
que o governo brasileiro exercesse
a liderança regional frente ao conflito.
Esta é a prova mais uma vez
do reacionário papel que cumpre
Lula como bombeiro a serviço das
burguesias locais e do imperialismo.
Alçado em sua alta popularidade
busca aprofundar seu papel de
“liderança regional” no marco de
um equilíbrio mais à direita na
região.

Por outro lado, o que a mídia
burguesa e os próprios presidentes
que participaram da Unasul tentam
nos vender é que haveria um
“avanço na autonomia” e na
“união” latino-americana. Nada
mais falso. Tanto é, que através de
Celso Amorim teria chegado à orientação
de que a declaração final
da Cúpula não poderia conter qualquer
tipo de menção negativa aos
EUA, sendo “neutra e cuidadosa” ,
orientação seguida à risca. Esta é
mais uma mostra da submissão dos
governos latino-americanos ao imperialismo
norte-americano.

Portanto, dizemos novamente
que frente a esta falácia de unidade
latino-americana dos governos burgueses
e capachos da região, opomos
a única unidade que pode
realmente responder às demandas
dos trabalhadores e dos povos explorados
e oprimidos pelo imperialismo
e burguesias locais. Trata-se
da unidade internacionalista dos
trabalhadores na luta por sua emancipação.
Seguimos empé de guerra
para construir a Federação de
Repúblicas Socialistas da América
Latina.

Artigos relacionados: Internacional