Sábado 27 de Abril de 2024

Juventude

AVANÇA O PROCESSO DE REPRESSÃO AOS QUE LUTAM POR UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA, GRATUITA, PARA TODOS E SEM OPRESSÕES!

Colocar de pé uma ampla campanha contra a repressão!

30 Apr 2011   |   comentários

Barrado pelo movimento dos estudantes e trabalhadores em 2007, durante a sua principal investida na implantação do projeto de privatização das Universidades Públicas com os decretos do governador José Serra, o governo do Estado, as Reitorias e as diretorias mudaram a tática. Desde então passaram a implantar a conta gotas, ação por ação, todo o conteúdo desse projeto - implementaram o ensino a distância, diminuíram vagas e fecharam cursos, ‘enxugaram’ ano a ano a verba para contratação de funcionários e para a permanência estudantil, ampliaram a precarização do trabalho através da terceirização dos serviços, catracalizaram o acesso às universidades, cortaram recursos para institutos que não tem utilidade direta para às grandes empresas e ao mercado, privilegiando as pesquisas operacionais em detrimento das básicas, dificultaram ainda mais a reposição de professores e quebraram a isonomia salarial entre os trabalhadores e docentes.

Para garantirem a implementação desse projeto, lançam mão do seu principal mecanismo para os que lutam por um ensino público, de qualidade e para todos: A REPRESSÃO!

Exemplo emblemático foi Claudionor Brandão, dirigente do SINTUSP – sindicato combativo e classista que vem sendo linha de frente na luta contra esse projeto de sucateamento do ensino. Para demiti-lo no final de 2008 e manter a sua demissão ilegal, a Reitoria e o governo do Estado ditatorialmente ousaram enviar a tropa de choque para dentro do câmpus da USP. Desde então, inúmeros processos e ameaças de demissão chegam sobre os dirigentes do Sindicato e os trabalhadores combativos da USP, o mais recente ataque foi a demissão em massa de 271 aposentados. Além dos trabalhadores, 21 estudantes estão sendo ameaçados de expulsão, a partir de um Estatuto feito durante a ditadura militar, por ocuparem a Reitoria da USP em 2007 e mais recentemente por retomarem das mãos da Reitoria um prédio que deveria servir de casa para os estudantes filhos da classe trabalhadora e que a Administração da USP vinha ocupando para interesses distintos.

Na Unicamp, são 9 trabalhadores com sindicâncias abertas, ameaçados de demissão por terem participado da greve de 2010 - para manter a isonomia salarial entre trabalhadores e docentes e mais tarde, garantirem que os dias parados não fossem descontados, método que as Reitorias lançaram mão, deixando inúmeras famílias sem ter o que comer e impedindo assim o legítimo direito de greve dos trabalhadores.
Tal ataque ao direito de greve, aprovado e estimulado por Lula em rede nacional, se repete esse ano, em que as heróicas trabalhadoras terceirizadas da empresa UNIÃO – que prestava serviço para a USP submetendo os trabalhadores a um regime de ’escravidão’ – se colocaram em greve pelo pagamento de seus salários e direitos atrasados a mais de um mês, e a Reitoria, responsável direta de garantir o pagamento de salários desses trabalhadores - e que implementou a terceirização na USP -, em total desrespeito aos preceitos constitucionais, contratou outra empresa terceirizada no lugar para ‘quebrar’ a greve das trabalhadoras, jogando trabalhadores contra trabalhadores em base a novas semi-escravidões.

Na UNESP, após a entrada da tropa de choque em Araraquara em 2007, a Reitoria iniciou um processo generalizado de ameaças e repressões campus por campus de maneira articulada com o Conselho de Reitores (com a USP e UNICAMP) e Fórum de Diretores. Sindicância sobre estudantes de Bauru e Rio Claro por realizarem uma festa na faculdade, sindicância e entrada da tropa de choque em Presidente Prudente pela ocupação da direção que exigia direito à permanência estudantil e vagas na moradia, expulsão de estudantes em Araraquara por terem se colocado em luta , ameaças pessoais em Registro e Rosana e, agora, sindicância com ameaça de expulsão em Franca para um ativista do movimento estudantil com a justificativa dele ter discutido e divergido com um professor em sala de aula.

Para não bastar, em Marília, cinco estudantes receberam uma notificação (que pode se desenvolver como sindicância) convocando-os para prestarem depoimento sobre a organização do "Festival InterUNESP contra as Opressões" que aconteceu no próprio campus de Marília em dezembro de 2010 em resposta ao ‘Rodeio das Gordas’ (onde estudantes oprimiram violentamente mulheres fora do excludente padrão estético que o capitalismo impõe). Ações como essa deixam bem claro o esforço por parte da burocracia acadêmica em perpetuar o machismo, o racismo a homofobia e outras formas de opressão na universidade! Para os organizadores do "rodeio das gordas" apenas cinco dias de suspensão e agora ameaçam reprimir os que se levantam para lutar por uma universidade sem opressões! No ano passado a reitoria já havia ameaçado reprimir a gestão provisória do DCE por fazermos justamente a denúncia da conivência com o caso de agressão ocorrido. Não podemos aceitar!

Estas repressões estão intimamente ligadas com a necessidade do governo e reitorias implantarem seu projeto de Universidade o mais rápido possível.

Por isso, precisamos nos unificar, estudantes, professores e trabalhadores da USP, UNESP e Unicamp, para colocarmos de pé uma forte campanha contra a repressão nas universidades e derrotarmos juntos, todos esses ataques e construirmos um outro projeto - uma universidade pública, gratuita, de qualidade, aberta e voltada para toda a população – que se contraponha pelo vértice a essa universidade elitista, racista e excludente dos Reitores e do governo do Estado!

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