Quinta 16 de Maio de 2024

Nacional

GREVE E REPRESSÃO NOS CANTEIROS DE OBRAS DO PAC

Campanha nacional de solidariedade aos grevistas de Belo Monte

14 Apr 2013 | Empresas e governo do PT colocam Força Nacional e “infiltrados” dos serviços de informação (Abin) para vigiar e reprimir grevistas e dirigentes sindicais, relembrando os métodos da ditadura militar, quando as greves eram proibidas e tratadas como “caso de polícia” e de “segurança nacional”. Este é o “capitalismo petista”: privilégios e altos lucros para os capitalistas, migalhas e demagogia para o povo pobre, e repressão para os trabalhadores que lutam.   |   comentários

Empresas e governo do PT colocam Força Nacional e “infiltrados” dos serviços de informação (Abin) para vigiar e reprimir grevistas e dirigentes sindicais, relembrando os métodos da ditadura militar, quando as greves eram proibidas e tratadas como “caso de polícia” e de “segurança nacional”. Este é o “capitalismo petista”: privilégios e altos lucros para os capitalistas, migalhas e demagogia para o povo pobre, e repressão para os trabalhadores que (...)

Mais uma vez os operários da construção civil das principais obras do PAC saem à luta e demonstram sua força em paralisações em obras centrais, como nas usinas de Santo Antônio, Jirau e Belo Monte, lutando contra as péssimas condições de trabalho. Os grevistas da construção civil, indígenas e ambientalistas no Pará vivem nesse momento um verdadeiro estado de sítio montado pelos empresários e o governo Dilma. Espionagens, centenas de demissões, prisões e a ocupação truculenta pela Força de Segurança Nacional são o saldo das obras de Belo Monte. Três trabalhadores estão desaparecidos.

Como temos relatado em nossos textos, a construção de Belo Monte é uma obra estratégica para o governo Dilma e seus principais aliados da burguesia nacional. Visto que envolve mais de 26 bilhões de reais, em sua construção pelo CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte) formado pelas principais construtoras desse país (Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Correa, OAS, Queiroz Galvão, entre outras), e que seu funcionamento é de vital importância para empresas como Braskem e Gerdau, cumprir e acelerar os prazos dessa obra atinge grandes interesses da burguesia nacional e do PT visando seus financiadores da próxima campanha presidencial. Não é demais lembrar que todas essas empresas têm histórico de relações diretas com o regime militar, com a perseguição, tortura, morte e desaparecimentos de ativistas e militantes da esquerda brasileira. Nos governos Lula e Dilma esses grandes monopólios, assim como os superexploradores usineiros, são considerados “heróis” e “campeões” nacionais, recebendo obras, dinheiro e privilégios que sugam bilhões de reais (via BNDES, desonerações e negociatas) das finanças públicas no interesse dos vultosos lucros dessa minoria de exploradores capitalistas.

E é isso que o governo federal tem feito: garantir os lucros dos grandes empresários, custe o que custar. E não tem vacilado em atacar os direitos dos trabalhadores, principalmente o direito de greve. Essa “realidade” desmente o discurso demagógico de que governa “para” os trabalhadores. Como relatado na grande imprensa nos últimos dias, uma escandalosa espionagem que relembra os tempos da ditadura vem se desenvolvendo pela Abin a mando de Dilma contra portuários em todo o país. O mesmo ocorre, agora, no Pará. O Movimento Xingu Vivo, os operários em luta e indígenas também vieram sendo espionados, conforme uma série de relatos. Em vídeo produzido pelo Movimento Xingu Vivo, que divulgamos abaixo em nosso site, um dos infiltrados confessa seu crime e o funcionamento de todo o esquema.

No jornal Estadão, Gilberto de Carvalho (ministro da Secretaria-Geral da Presidência) relata a espionagem: “Segundo ele, a agência está monitorando a movimentação de grupos indígenas que tentam impedir a construção do complexo hidrelétrico Tapajós, no oeste do Pará. É evidente que eu preciso saber se os trabalhadores estarão seguros ou não, se vou precisar colocar a Força Nacional de Segurança”. Mais do que um possível escorregão, como poderiam argumentar os defensores do governo Dilma, essa é uma política consciente e planejada: no dia 12 de março, foi publicado o decreto 7957/13, que regulamenta a intervenção militar e autonomia para a Força de Segurança Nacional perseguir, prender e torturar nas obras do PAC, uma verdadeira homenagem aos tempos da ditadura. É dessa forma que o governo Dilma mostra o resultado da “década petista” aos trabalhadores. É uma vergonha que num governo do PT (com o apoio do PCdoB) o direito de greve seja reprimido como nos tempos da ditadura militar!

Nos últimos dias a Força de Segurança Nacional vem mais uma vez sitiando Belo Monte. Desde o dia 5, milhares de operários cruzaram os braços contra as condições desumanas de trabalho. Com uma pauta de 35 itens, lutam contra a ditadura patronal que não cumpre as reivindicações da última greve, como questões elementares como o direito a uma baixada (volta pra casa) a cada 3 meses, adicional por confinamento, equiparação salarial. Nessa luta, os operários se enfrentam também com o Sintrapav, sindicato patronal ligado à Força Sindical, e querem a destituição dessa direção traidora, vendida aos patrões.

Com a deflagração da greve, uma escalada repressiva orquestrada vem se desenvolvendo: mais de 450 trabalhadores foram demitidos, a Força de Segurança Nacional sitia e intimida os operários, persegue nos canteiros, prende e desaparece com trabalhadores. Nesse momento, trabalhadores seguem presos e 3 destes estão desaparecidos por responsabilidade do CCBM e do governo federal.

Pelo direito de greve! Fora a Força Nacional dos canteiros de obras! Fora a Abin e seu esquema de spionagem e perseguição: exigimos a libertação imediata de nossos presos e o aparecimento com vida dos trabalhadores! Que a Conlutas exija da CUT, CTB e UNE uma campanha nacional unificada e efetiva de solidariedade contra a repressão em Belo Monte, nas obras do PAC e em todo o país! Pelo atendimento das reivindicações dos trabalhadores de Belo Monte, Santo Antônio e Jirau! Pelo atendimento das reivindicações das comunidades indígenas! Pela aliança ativa entre trabalhadores em luta, indígenas, organizações sindicais, populares, estudantis, partidos e organizações de esquerda e povo pobre!

VEJA VÍDEOS ABAIXO

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