Domingo 5 de Maio de 2024

Internacional

ESTADO ESPANHOL

A luta contra o plano Bolonia revoluciona os estudantes

16 Dec 2008   |   comentários

Os conflitos sociais dentro de
nossas universidades ressoam com
uma acústica de luxo. Nós estudantes
provocamos uma vez mais o ruído
que faz de nossas aulas caixas
de ressonância de nosso protesto.
Nossa orquestra é ruidosa e os deixam
aturdidos. Nossa luta não é
passageira, como a mídia anunciou
nestes dias.

O motor principal das lutas
é o “Plano Bolonha” , uma contrareforma
européia que é continuação
da LOU (Lei Orgânica de Universidades)
aprovada em 2001 sob o governo
do direitista Partido Popular
(PP) e que hoje sob o governo “socialista”
do PSOE vemos se renovar.
É que a universidade não é uma
ilha e sofre os ataques da ofensiva
capitalista disposta a desmantelar
as conquistas que ainda nos restam,
com novas leis para criar uma
universidade à serviço das grandes
multinacionais.

O fim da paz social nas
aulas universitárias

As mobilizações foram crescendo
e a última, em 13/11, foi uma
das mais massivas. Em Madri, saíram
20.000 estudantes, 30.000 em
Barcelona, 5.000 em Salamanca,
2.000 em Valência, 1.000 em Zaragoza.
A imprensa burguesa começa
a fazer eco de nossa luta, pois há
algo mais que os assusta, já que enquanto
nossa luta se estende, também
começamos a nos organizar.
Os reitores expressam sua preocupação
ao governo. Não se trata apenas
de concentrações nas portas dos
grandes centros e de alguns atos.
São ações contínuas. Criam uma assembléia
por faculdade e outra por
universidade. Onde mais pessoas
têm se expressado é nas faculdades
de Filosofia, Filologia, Medicina e
Ciências da Informação.

As assembléias multitudinárias
são nossos órgãos de decisão,
nas quais decidimos como lutar,
com quais objetivos, informando a
todos os estudantes qual é o plano
e suas conseqüências, com cartazes,
documentos, comunicados. Por sua
vez, nós estudantes vemos a necessidade
de coordenar as assembléias,
e romper as barreiras regionais,
formando várias coordenações de
assembléias em distintos pontos do
país, como em Barcelona ou em Valência.

Além disso, nós universitários
não lutamos só. Também os
professores universitários começaram
a romper seu silêncio, junto
aos funcionários da administração e
serviços (PAS) das universidades. A
revolta nas universidades vem tendo
pontos de encontro com outros
setores da educação como os estudantes
secundaristas.

Operários e estudantes
golpeando juntos

É este o espírito que corre as
várias assembléias, como as de Barcelona
onde se discutem ações conjuntas
com os operários da Nissan,
como o que fizeram já no ano passado
com a TMB (Trabalhadores do
Transporte Metropolitano). Ou em
Madri, o chamado a uma Coordenação
de Trabalhadores da Saúde
Pública, que se levantaram contra
a privatização da saúde e o Plano
Bolonia, e também contra a privatização
dos serviços públicos [1].

Isso é um exemplo do que poderia
ser um Pacto Operário-Estudantil.
Coordenar e unificar nossas
demandas junto às dos trabalhadores
permitirá que estejamos mais
fortes, retomando os ensinamentos
do Maio de 68 ou do Estado Espanhol
nas manifestações de 1986-
1988, nas quais os operários e estudantes
foram protagonistas.

Nós, do Clase contra Clase
estamos convencidos de que quando
defendemos a universidade pública
contra estes planos, o fazemos
questionando suas bases. Por isso
acreditamos que a atual luta em defesa
da Universidade Pública deve
estar ligada à luta pela Universidade
Pública, Laica e Gratuita, à serviço
dos trabalhadores e do povo.

[1Ver http://www.misaludnoesunnegocio.
net/coordinadora

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