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Internacional

Novo assalto massivo de imigrantes na fronteira de Melilla

18 Nov 2014   |   comentários

Durante a madrugada de segunda-feira se produziram outras tentativas de “saltar a vala”, quando 400 africanos subsaarianos trataram de cruzar a fronteira de Melilla, no Estado Espanhol.

Durante a madrugada de segunda-feira se produziram outras tentativas de “saltar a vala”, quando 400 africanos subsaarianos trataram de cruzar a fronteira de Melilla, no Estado Espanhol.

A primeira tentativa foi às cinco da manhã da segunda-feira, através da passagem chamada Villa Pajares, próxima à fronteira de Beni-Enzar. Ao redor de 70 pessoas puderam chegar até a vala e somente uma pôde saltá-la. A segunda tentativa continuou as 5h20 da madrugada desde a zona marroquina conhecida como Zoco El Had, com 200 subsaarianos. As forças policiais do Marrocos impediram o salto. 40 minutos depois, às seis da manhã, continuou a terceira tentativa, quando já começava a atividade comercial nos postos fronteiriços de Melilla. Desta vez, as tentativas de saltar essas tétricas valas de alambrado farpado reforçado, com seis metros de altura, davam-se desde diferentes pontos; pelo que o bloqueio de acessos de parte da Polícia Nacional e da Guarda Civil não se fez esperar.

Enquanto isso, os comerciantes que queriam continuar transportando suas mercadorias lançaram pedras nos imigrantes, os quais acabaram respondendo de forma igual produzindo-se assim um enfrentamento e tensões com a polícia marroquina. Um último grupo de 150 pessoas imigrantes fez outra tentativa, perto das 8h da manhã, na zona da passagem fronteiriça de Farhana, próxima ao Centro de Estadia Temporária de Imigrantes (CETI).

Esta foi a primeira tentativa massiva de salto no mês de novembro, depois do dia 31 de outubro quando 300 pessoas imigrantes tentaram cruzar a vala que divide Melilla e o Marrocos.

A Delegação do Governo confirmou em uma nota de imprensa que a tentativa de furar o bloqueio de hoje é a primeira do mês de novembro, após um total de 12 ocorrências durante outubro. Com o de hoje já são 64 no ano. Nelas, participaram mais de 14.000 imigrantes de origem subsaariana.

Em 2013, segundo dados do Ministério do Interior, 4.235 pessoas em situação irregular chegaram ao Estado Espanhol através das fronteiras de Ceuta e Melilla, 50% mais que em 2012, quando se contabilizaram 2.841 entradas. Estes números são comparáveis com os de 2005 quando o Governo nomeou a “crise da vala” com a entrada de quase 5.700 pessoas.

Esta denominação é considerada uma grande desfaçatez para a maioria dos coletivos sociais e associações em defesa dos direitos dos imigrantes, que sem descanso se mobilizam pelo fechamento dos CIE (Centros de Internação para Estrangeiros) e fazem campanhas de denúncia contra a tortura e a repressão nas fronteiras. A “crise da vala” é a da fome e da miséria que não tem fronteiras nem valas, e que obriga centenas de milhares de trabalhadores e trabalhadoras a fugir desesperados de suas terríveis condições de pobreza.

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