Sexta 3 de Maio de 2024

Nacional

CATÁSTROFE NO RIO DE JANEIRO

A FUP elogia os governos enquanto mais mortes evitáveis acontecem. Organizar urgentemente uma campanha de solidariedade!

08 Apr 2010   |   comentários

Enquanto mais mortes acontecem, novos deslizamentos se somam aos antigos, mais pessoas perdem o que demoraram toda uma vida para conquistar os representantes do governo Lula, Cabral e Paes entre os trabalhadores saúdam os mesmos governos. Mal se termina de anunciar novos deslizamentos em Niterói, e começam a vir a público denúncias de associações de moradores que nos principais morros da região metropolitana como o Alemão e Manguinhos no Rio, e do Estado em Niterói, os moradores estão resgatando a si mesmos sem contar com nenhum apoio do Estado e dos governos, está a FUP (Federação Única dos Petroleiros) – filiada a CUT – publicando em seu site elogioso texto aos mesmos governos.

Fiéis escudeiros dos governos não tentam sequer se localizar como apoiadores críticos dos mesmos e buscar um pouquinho mais de ação para evitar que novas vítimas sejam feitas, e que os bombeiros se dignem de ir aos morros do subúrbio. No texto “Pior chuva em 44 anos causa calamidade e mortes no Rio” os subtítulos dizem tudo de como são chapa-branca até em uma situação calamitosa como esta: “Aquecimento global?”, “contraste com São Paulo”, “Providências e ajuda federal”, “trabalhos de recuperação”, “Lula presta solidariedade” e “Copa e Olimpíada”.

A FUP é das principais e mais ricas federações a compor a CUT. Os sindicatos petroleiros filiados a CUT são dos mais ricos do Estado do Rio de Janeiro, com os imensos Sindipetro-NF e Sindipetro-RJ (que não é da FUP mas da FNP), e o ainda importante Sindipetro-Caxias. A imensa soma de recursos arrecadada compulsoriamente dos trabalhadores poderia estar a serviço de organizar a solidariedade com a população afetada, inclusive petroleiros próprios e, sobretudo os terceirizados, como nos bairros e comunidades vizinhas à REDUC. Sua influência política e sindical sob esta que é das principais categorias fluminenses poderia estar a serviço de exigir do governo um plano de obras públicas controlado pelos sindicatos e associação de moradores, usando os recursos de impostos sonegados, das grandes fortunas e o dinheiro dos royalties do petróleo que é utilizado de forma corrupta e vil (como o sabe qualquer um que já pisou nas “ricas” cidades de Macaé, Campos e Rio das Ostras) em todas as cidades e no Estado para efetivamente estar “em defesa do Rio”, ou seja, de sua população e de suas necessidades.

Mas esta não é a orientação da FUP e seus sindicatos. Em ano eleitoral vale-tudo: desde fazer vista grossa aos recorrentes acidentes que têm ocorrido em bases de sua representação como na Bahia e Minas Gerais para evitar denunciar que o gasoduto GASBEL-II, grande obra do PAC, é conhecido pelos trabalhadores como “hemoduto”, a elogiar os governos e querer comparar o descaso demo-tucano de SP com a repetição de tragédias no Rio como se isto fosse melhor, e fazer eco com os governos Lula, Cabral e Paes que o problema da catástrofe é natural, da quantidade de chuva.

Esta catástrofe é natural, natural do capitalismo, um sistema que é dirigido e orientado para o lucro e que o conhecimento que produz não é utilizado para salvar vidas. O presidente Lula, o governador Cabral e o Sr. Jorge Roberto da Silveira, prefeito de Niterói, do PDT, têm conhecimento das áreas de risco e nada fizeram para salvar vidas. Depois da catástrofe de Angra e Ilha Grande, depois dos deslizamentos de segunda-feira, não foram removidas as pessoas das áreas de risco, não foram providenciadas condições dignas para atendimento da população afetada, e sequer é providenciado atendimento e resgate em diversas áreas afetadas.

O elogio à atuação dos governos ou o completo silêncio das centrais e sindicatos ligados ao governo são fundamentais para entender como em tamanha catástrofe anunciada, recorrente, evitável não estejam ocorrendo manifestações ou sequer mostras mais moleculares de insatisfação com mais uma tragédia. Esta situação não precisa ser assim e, começando pelos petroleiros que se orgulham de ser uma categoria de vanguarda no país, que assumam este papel e sejam das primeiras categorias a se colocar em apoio do povo.

É urgente que as organizações sindicais que se reivindicam classistas como a CONLUTAS e a INTERSINDICAL, os militantes destas centrais em cada um dos sindicatos que dirige e nas oposições em bases da CUT e CTB se coloquem ativamente na denúncia dos governos e comecem urgentemente a organizar uma campanha de solidariedade com a população afetada. Deste modo seria possível organizar nas bases da FUP assembléias para mudar esta linha chapa-branca e colocar os petroleiros na linha de frente da solidariedade a população afetada.

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