Palavra Operária

A terceirização é a via pela qual grandes empresas deixam de contratar pessoal, com o piso salarial estabelecido e direitos previstos na CLT, para estabelecer um contrato com outras empresas, terceirizadoras, as quais admitem funcionários por um preço bem menor e com os nossos direitos reduzidos a quase nada.

Essa forma de precarização do trabalho tem avançado cada vez mais, principalmente no setor de Telemarketing, que hoje emprega grande parte dos jovens que buscam seu primeiro emprego, dentre eles a maioria de mulheres e negros, que são historicamente os setores mais super-explorados.

Recebemos um baixíssimo salário, que é quase cinco vezes menor que o salário mínimo calculado pelo DIEESE - hoje calculado em R$1924,59, sendo que o piso da nossa categoria é de R$420,00! E muitas de nós necessitamos desse salário para sustentar nossos filhos e famílias.

A licença maternidade só é concedida após 7 meses de gestação, até a criança completar o 4º mês de vida! Somos obrigadas a abandonar nossos filhos recém-nascidos para satisfazer a grande sede de lucro dessas empresas, se não quisermos perder direitos ou até os nossos empregos! E como se não bastasse, nós mulheres também sofremos assédio sexual pelos supervisores, chefes e clientes, muitas vezes sendo ameaçadas de demissão.

Frente a essa super-exploração é necessário nos organizar em assembléias por local de trabalho, constituindo comissões internas com delegados eleitos e revogáveis, incorporando as demandas da mulher trabalhadora na luta de todos terceirizados e exigindo que a Conlutas trave uma luta real pelo fim da terceirização e pela incorporação dos terceirizados ao quadro de funcionários das empresas para a qual prestam serviço!

Luciana Machado é operadora de telemarketing

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