Segunda 29 de Abril de 2024

Juventude

ELEIÇÕES ESTUDANTIS

Um primeiro balanço e perspectivas

11 Dec 2007   |   comentários

Depois de se colocar como obstáculos nas lutas dos estudantes desse ano, aliando-se com as burocracias acadêmicas e o governo Lula, a burocracia estudantil governista mostrou sua verdadeira face e sofreu enormes derrotas nas eleições estudantis. O PSOL e PSTU ganharam, juntos ou separados, entidades que estavam nas mãos do governo.
Para nós, é um avanço dos estudantes votarem nos setores que se colocam no campo da luta contra o governo, porém, ainda está em aberto a tarefa de levar à frente a organização do movimento estudantil combativo. Para isso, temos que fazer o balanço das lutas para tirarmos as lições e revolucionar o movimento estudantil, que ainda tem uma enorme tarefa de preparar uma luta superior para responder à crise da universidade, que sabemos que está aberta e que ainda não fomos vitoriosos.

Infelizmente, o debate central que o PSOL e o PSTU vêm colocando não é esse, mas sim sobre a criação ou não de uma nova entidade estudantil nacional. Se constatamos que, lamentavelmente, nem a Conlute nem a Frente de Luta foram capazes de servir como uma coordenação nacional, essa discussão poderia ser extremamente viva e necessária. Porém, a discussão da formação de uma nova entidade se dá por fora do balanço dessas iniciativas e dos processos de luta reais, se tornando uma discussão organizativa e de aparatos por fora das necessidades, vontades e posições dos estudantes em luta de todo o país.

Para nós, as tarefas imprescindíveis neste momento aos estudantes é discutir em cada curso e universidade o balanço e as lições das mobilizações e, em primeiro lugar, nos articularmos nacionalmente em uma grande campanha nacional contra a repressão. Desse processo, achamos que deve surgir sim uma coordenação nacional, porém, esta deve ser fruto de debate e organização na base, que deve ter em suas mãos as decisões sobre os rumos do movimento e discutir qual é o programa que deve ser levantado. Por isso, achamos fundamental seguir o exemplo dos estudantes franceses e organizar para o primeiro semestre do ano que vem um Encontro Nacional de Delegados de Base, que unifique as lutas e vote um programa capaz de ganhar os trabalhadores e o povo pobre como nossos aliados.

Sem passar por estas questões, uma entidade nacional ficará refém das políticas dos governos e da burocracia acadêmica, desarmada para lutar com uma política independente dos estudantes aliados aos trabalhadores. Não queremos construir meramente uma UNE mais de esquerda, queremos um novo movimento estudantil para além das palavras.

Chamamos as novas gestões de entidades e os estudantes de todo o país a lutarmos juntos por essa perspectiva.

Sobre as eleições do DCE da USP

Estudantes de todo o país esperavam o resultado da USP pelo protagonismo que esta teve nas lutas. Os governistas juntos tiveram apenas 1500 votos. A disputa se deu entre PSOL/PCB, por um lado, e o PSTU, que insistiu na unificação da “Frente de Esquerda” para o DCE da USP que foi negada. O PSOL/PCB ganhou as eleições com apenas 500 votos de diferença.

Os companheiros do PSTU dizem que o principal problema dessa eleição foi a “divisão da esquerda” , que consideram somente o PSOL. Nossa política nas eleições foi a defesa de outra unidade. Ao invés de dedicar da unidade com um partido esse que se coloca como combativo, mas na pratica vota o “Super-simples” e tem Heloísa Helena participando de um movimento “Por um Brasil sem aborto” , nós defendemos a unidade dos antigovernistas e combativos (PSTU, Negação da Negação, PCO e todos os setores de independentes que estivessem dispostos), que poderia ter sido uma alternativa superior ao PSOL/PCB e inclusive ganhado as eleições.

Lamentavelmente, essa unidade não se deu, porém, mantemos o nosso chamado a que os setores combativos lutem unificadamente, partindo em primeiro lugar, de colocar de pé uma grande campanha contra a repressão nacionalmente. E exigimos que o DCE do PSOL/PCB se coloque à frente dessa luta.

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