Sexta 26 de Abril de 2024

Movimento Operário

Todos em defesa de Zanon!

10 Sep 2004   |   comentários

O governo reacionário de Sobish, que controla a província de Neuquén na Argentina, desferiu um novo ataque aos ceramistas de Zanon. Esta fábrica que produz sob controle dos trabalhadores há quase três anos, questionando as bases do capitalismo ao provar que quando os trabalhadores confiam em suas próprias forças não precisam de patrão, está sofrendo uma nova ameaça de desalojamento. Sobish quer que os 420 trabalhadores de Zanon abandonem a fábrica, para passar a trabalhar em uma micro-empresa que produz casas pré-fabricadas. Em suma, querem com isso fazer que os trabalhadores de Zanon voltem a baixar as suas cabeças para o novo patrão, e devolver a fábrica aos patrões. Como diz Raúl Godoy, militante do PTS na Argentina e operário de Zanon: “Esta proposta tem o objetivo de confundir a comunidade e deixar-nos como intransigentes, já que não a aceitamos (...) Estão orquestrando tudo para que Zanon volte a ser dos velhos patrões, ou de algum outro abutre” .

Em resposta a esta tentativa de manobra, os operários de Zanon reafirmaram em assembléia que irão defender os seus postos de trabalho até o fim, nesta fábrica que é um exemplo para todos os trabalhadores do mundo.

Para garantir que as forças repressoras não conseguissem tomar a fábrica a força, os trabalhadores chamaram a comunidade para fortalecer a guarda. A comunidade de Neuquén respondeu com prontidão, pois sabe que se Zanon está nas mãos dos operários significa que está a serviço dos interesses de todos os que não querem explorar o trabalho alheio.

Além do apoio da comunidade de Neuquén, os trabalhadores de Zanon conseguiram discutir com mais de 400 ativistas em uma reunião que debateu as ações necessárias para defender a fábrica de mais este ataque. Dentre os participantes estavam organizações de direitos humanos, sindicatos, integrantes do movimento piqueteiro, e partidos de esquerda. No dia 19 de agosto uma marcha em defesa dos operários de Zanon reuniu mais de 4000 pessoas, que além de prestar apoio aos trabalhadores protestavam contra o a política repressiva do governo da província.

Os trabalhadores de Zanon, que corajosamente tomaram os seus destinos em suas próprias mãos ao ocupar a fábrica em que trabalham e colocá-la para produzir sob controle operário frente à ameaça de desemprego e de seu fechamento, deixam claro que não estão dispostos a parar no meio do caminho. "Vamos lutar pela estatização sem pagamento de indenizações, e pela administração operária de Zanon", afirma Raul Godoy.

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