Domingo 28 de Abril de 2024

Internacional

HAITI

Realizou-se mais um ato pela retirada das tropas brasileiras e imperialistas do Haiti!

26 Feb 2010   |   comentários

Dia 25 de fevereiro realizou-se mais um ato na Av. Paulista, em frente ao consulado haitiano, organizado pela Ler-qi, Movimento A plenos Pulmões e Pão e Rosas. Estudantes da USP, Unesp, Unicamp, Fundação Santo André, secundaristas, e trabalhadores da USP, do metrô, da Sabesp, do telemarketing e professores, estiveram presentes exigindo a imediata retirada das tropas brasileiras e imperialistas do Haiti.

As cerca de 70 pessoas presentes denunciaram que as tropas que hoje ocupam o Haiti não tem nada de “ajuda humanitária”, mas estão lá para reprimir a população. Lembramos a todos que as tropas de Lula já ocupam o Haiti há quase seis anos, com longas listas de assassinatos, estupros de mulheres e tráfico de crianças. Por isso cantamos com todas as nossas forças: “Fora Ianques! Fora Ianques! Fora imperialismo, haitianos adiante!” e “Somos o povo do Haiti, contra as tropas de Lula estamos aqui”. As mulheres do Pão e Rosas também puxaram: “Somos as negras do Haiti! Contra as tropas de Lula estamos aqui!”, para ressaltar que queremos ser no Brasil a voz das combativas mulheres haitianas.

Estivemos lá também para dizer mais uma vez que não pode ficar impune o cônsul racista do Haiti no Brasil, que afirmou que a catástrofe que ocorreu foi por uma maldição do povo africano, por conta de sua religião. Por isso dissemos mais uma vez: “Fora já! Fora já daqui! O cônsul racista e as tropas do Haiti”. “Solidariedade Operária e Popular! Pelo povo do Haiti nós temos que lutar!” e “Comida, remédio, mandem tudo pro Haiti! Só não mandem suas tropas para o povo reprimir!” foi nossa palavra de ordem para dizer que não podemos acreditar no discurso de Lula e do imperialismo de “ajuda humanitária” e que a melhor solidariedade ao povo haitiano nesse momento é exigir a imediata retirada das tropas brasileiras e imperialistas do seu país!

Mara Onijá, do Pão e Rosas e Pablito, trabalhador da USP, ambos dirigentes da LER-QI, fizeram falas no ato para expressar para a população o motivo da nossa manifestação, mostrando o verdadeiro caráter das tropas brasileiras e imperialistas e expressando nosso repúdio e nossa solidariedade operária e popular ao povo haitiano. Companheiros fizeram uma apresentação lúdica, colocando os capacetes azuis com inscrições de “ONU” e com a bandeira do Brasil e dos Estados Unidos, fazendo uma representação do papel opressor das tropas brasileiras e imperialistas no Haiti e depois quebrando simbolicamente os capacetes para mostrar nosso repúdio à presença das tropas no Haiti!

As faixas da LER-QI chamavam a retirada das tropas brasileiras, fora o imperialismo da América Latina e diziam para que as próprias organizações operárias haitianas devem controlar os recursos enviados! O Centro Acadêmico de Serviço Social da PUC-SP convocou e participou da manifestação, com uma faixa que dizia que “Armas e soldados não são “ajuda humanitária”! Fora do Haiti as tropas de Lula e do imperialismo!”. Também estiveram presentes estudantes do Diretório Acadêmico de Rio Claro, dizendo “Fora as tropas de Lula do Haiti”. A companheira Lúcia Skromov e o professor Adilson José Gonçalves do Instituto do Comitê pró-Haiti também marcaram presença no ato pela retirada das tropas.

Nós, da LER-QI, do Pão e Rosas e do Movimento A Plenos Pulmões, com mais esse ato que construímos, seguimos impulsionando nossa campanha em solidariedade ao povo haitiano e pela retirada das tropas. A Frente de Solidariedade ao povo haitiano que se formou em São Paulo até agora não fez absolutamente nada e se negou a encampar conosco esse ato como proposto na última reunião uma vez que a Frente, com suas direções governistas são contra denunciar o papel das tropas de Lula no Haiti. Assim, é necessário a unificação dos setores classistas e anti-governistas para fazer uma campanha séria de solidariedade operário e popular pela retirada das tropas. Mantemos nosso chamando principalmente o PSTU a colocar suas forças nessas ações, pois achamos importante arrecadar dinheiro para enviar ao Haiti (como está fazendo concretamente o PSTU pela via da Conlutas), mas achamos ainda mais fundamental mostrar um programa claramente contra as tropas do governo brasileiro no Haiti, pois achamos que essa seria a maior mostra de solidariedade ao povo haitiano.

Como continuidade da campanha, chamamos todos a participar das atividades do dia 28 de fevereiro na Casa Socialista Karl Marx, a partir das 14h, que contará com um Ato-Debate sobre o Haiti com a presença de Prof. Dr. Adilson José Gonçalves (Comitê Pró-Haiti), Mara Onijá (Pão e Rosas e LER-QI), Milton Barbosa (MNU - Movimento Negro Unificado), Prof. Dr. Omar Ribeiro Thomaz (Professor da Unicamp que estava no Haiti no dia do terremoto) e Otávio Calegari (PSTU, estudante da Unicamp que estava no Haiti no dia do terremoto), e contará também com uma jornada cultural com o Ballet Afro Koteban, Conde Favela, Mara Onijá, QI Alforria e Zinho Trindade.

Depoimento de Luana Hahn, estudante de Pedagogia da USP.

O ato deveria ter sido maior em número, caso não houvesse tanta alienação, mais foi enorme no grito e na força! Fomos com vontade de denunciar, e conseguimos, ainda que para poucos. Temos muito que dizer, principalmente o que se passa por trás das câmeras. Atos insolentes de soldados porcos e governantes parasitas. Estupro em troca de comida, controle do tráfego aéreo, que proibe o pouso de aviões com comida e remédios ao solo haitiano...Violência e repressão até para as crianças, incluindo armas e algemas. O que deveria ser uma ação solidária, só favorece o caos, a miséria, o sofrimento, a própria morte. A violência e a agressividade contra essas pessoas não podem continuar, precisamos gritar que as máscaras solidárias dos militares da ONU e do presidente Lula são falsas. Denunciar o assassinato do povo haitiano, a falta de solidariedade e compreensão, a proteção aos assuntos da burguesia. Vivemos em tempos repugnantes, não podemos fechar os olhos ao imperialismo que continua massacrando a América, que continua exercendo poder com forças militares, investindo apenas em seus interesses. Um basta à escravidão disfarçada, a ajuda falsa, ao preconceito com eufemismo.

Depoimento de Amauri, trabalhador da USP:

Achei bom para que as pessoas se conscientizem, pena que eramos poucos ainda, as pessoas parecem pouco interressadas em saber o que se passa com o povo de outro pais, mas por isso, valeu pelo barulho, assim faz com que as pessoas prestem mais atenção de alguma forma.

Estão fazendo uma propaganda enganosa de que as tropas prestam ajuda, mas assasinam e estupram mulheres, e na verdade, o que é necessário de alimentos não chega até o povo, a maioria do dinheiro é para tocar as empresas e vai também para as mãos de prefeitos e governadores, aí com certeza a população vai ser a menos atendida pelo dinheiro, que tinha que ir também para construir casas populares e hospitais, porque tá tudo destruido não tem mais nada para o povo.

Depoimento de Guilherme de Almeida Soares, estudante de Ciências Socias da PUC - SP:

O Ato realizado pela LER QI em conjunto com o movimento plenos pulmões e o Pão e Rosas, faz parte de uma campanha de solidariedade verdadeira com centralidade das retiradas das tropas da imperialistas da ONU que estão no Haiti desde 2004 por causa de uma divida externa na qual não foi feita pelo o povo haitano, que mesmo depois do terremoto estão reprimindo e matando a população local, estuprando mulheres e crianças , seqüestrando crianças e regulando o trabalho semi escravo e por solidariedade ativa ao povo do Haiti mostra a necessidade de se juntar com uns dos povos mais explorados historicamente do mundo. É necessário uma campanha unificada de todos os grupos da esquerda brasileira que denuncie o verdadeiro papel das tropas e o caráter real de governos como Obama e Lula e colocar uma política conseqüente pela a retiradas das tropas do Haiti.

Hector Palácios - Estudante do 3º ano do curso de Economia da PUC-SP

O ato realizado pela LER-QI, Movimento A Plenos Pulmões, Pão e Rosas e independentes serviu como exemplo de campanha que estudantes em aliança com os trabalhadores devem impulsionar como forma de defesa do povo haitiano, bem como reinvidicando a retirada das tropas brasileiras e da ONU deste país. As cerca de 70 pessoas que se fizeram presentes na Av. Paulista gritaram com tanto afinco e louvor que seguramente já mobilizaram qualquer tipo de reflexão a respeito. E isto é importante no sentido de buscar cada vez mais os interesses da classe trabalhadora e desfavorecida no Haiti e no mundo, além de denunciar o "papel heróico" das tropas do governo brasileiro e da ONU, as quais oprimem, matam, estupram e humilham mulheres, crianças e trabalhadores que constituem uma população históricamente explorada. Esta iniciativa (composta não apenas deste ato, mas de toda uma programação de campanha programática) é brilhante e espero que atraia cada vez mais estudantes, trabalhadores e todas as organizações que se reinvidicam anti-governistas e que deveriam se unir e fazer política juntos neste contexto!

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