Palavra Operária

As chuvas continuam em menor intensidade no Rio de Janeiro, mas nem por isso cessam o aumento do número de vítimas. Enquanto Eduardo Paes culpa São Pedro e Sérgio Cabral os pobres, as vitimas já chegam a 145 mortes e mais de 14 mil pessoas entre desabrigados e feridos. Os números só tendem a aumentar, seja pelo fracasso plano de ajuda e emergência do governo, seja pelos mais de 60 desaparecidos, ou pelo fato de continuar ocorrendo deslizamentos, enquanto a única indicação do prefeito é para que as pessoas fiquem em suas casas.

O ultimo deslizamento de terra ocorreu na noite de quarta-feira em Niterói, umas das cidades mais atingidas. Pode chegar a mais de quarenta o número de casa atingidas no morro do Bumba e estima-se que mais de 60 pessoas estejam soterradas. O relato dos moradores é de um cenário de guerra, com muito desespero e tristeza entre toneladas de escombros espalhados. Frente à demora da equipe de resgate e a negativa de uma equipe de bombeiros que atuava na região de prestar socorro por alegar necessitar de ordens diretas, os próprios moradores iniciaram o resgate e socorreram 3 pessoas com vida. O clima é de tensão frente à possibilidade de novas chuvas e deslizamentos.

Se faz urgente e necessário colocar de pé uma campanha de solidariedade operária e popular. Que as entidades estudantis, em especial a ANEL, sindicatos e organizações sindicais, como a CONLUTAS e a INTERSINDICAL, organizações populares, de direitos humanos e de esquerda organizem imediatamente uma campanha de denúncia da responsabilidade direta do governo, seu completo descaso com a tragédia e sua total incapacidade de apontar um programa de ajuda eficaz, juntamente com uma campanha de solidariedade ativa as vitimas, com arrecadação de dinheiro, comida e mantimentos de forma independente.

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