Palavra Operária

A ciências sociais da USP é um curso marcado pela formação e elaborações da burguesia, em nosso curso se formou nada menos que FHC e Fernando Haddad, atual ministro da educação de Lula. Aqui os professores defendem as políticas neoliberais e fim da classe trabalhadora usando seu arsenal teórico “neutro” e “imparcial” . No ME temos uma atuação marcada pela lógica e militância petista.

É neste terreno onde conseguimos, junto aos companheiros da RP e independentes, formar uma oposição consolidada ao Ceupes, CA Sociais USP, e que lançamos a chapa Calabar como parte integrante de uma atuação para fortalecer um ME que se lance no questionamento do curso e da universidade que existe hoje, a partir do questionamento da sociedade estruturada na exploração. Atuamos como oposição à gestão mas como parte do CA tentando fortalecer todas ferramentas de frente única dos estudantes na perspectiva de avançar em nossas lutas e demandas.

É necessário construir uma atuação que faça do CA uma base para um ME combativo e crítico, partindo do que é nosso curso e o que precisamos fazer para que o CA e os estudantes se lancem no questionamento do conhecimento desta universidade e de como têm sido levadas nossas lutas. O atual Ceupes, que vem da herança de gestões petistas e hoje é dirigido pelo PSOL (Romper o Dia e APS) e independentes, não rompe com os vícios do PT, separando as demandas dos estudantes do curso com todos os problemas da universidade e da sociedade hoje. O que ainda prima na gestão são as datas e os prazos elaborados pela diretoria da faculdade, pela burguesia.

Um dos eixos de nossa chapa consiste na necessidade de ruptura com esta lógica e de como isto serve apenas às diretorias, reitorias e governos. Precisamos de uma política correta que abra as perspectivas do ME no sentido de ligar nossas lutas ao questionamento desta universidade elitista e racista e de uma sociedade de exploração e opressão. Nossa chapa contribui para que depois de muitos anos de gestões petistas e/ou com a lógica petista, os estudantes possam se expressar e lutar por nossas demandas do curso, fazendo do programa e na prática uma ligação do curso com a sociedade e dos estudantes com os trabalhadores.

Flávia Vale é integrante do CEUPES (CA de Ciências Sociais da USP)

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