Sexta 3 de Maio de 2024

Juventude

Pela aliança operária-estudantil

02 Jul 2008   |   comentários

Saudamos os trabalhadores que vieram ao Congresso para construir uma coordenação de lutas. Nós, que impulsionamos a ocupação da USP, sentimos essa necessidade.

Por isso, viemos ao Encontro Nacional dos Estudantes e ao I Congresso da Conlutas para lutar por um novo movimento estudantil (ME), que para nós deve ser anticapitalista e pró-operário. Nas lutas do ME desde o ano passado lutamos com nossas modestas forças para que a Conlutas soldasse uma aliança operário-estudantil para barrar os ataques e desmascarar o governo Lula, os governos estaduais e a UNE que passavam ataques por trás do discurso de “democratização da universidade” . Essa seria a forma de garantir expansão de vagas nas universidades públicas e bolsas nas privadas para todos os que precisam, mas não aprofundando a relação da universidade com o capital como fez o governo. Poderíamos arrancar a bandeira da “democratização” de Lula unindo estudantes e trabalhadores na luta pela estatização das universidades particulares e pelo fim do vestibular, dando um exemplo de superação da prática da CUT e da UNE de separar as lutas dos trabalhadores e estudantes.

Essa aliança é que poderia levar nossas lutas a vitórias efetivas. Afinal, apesar da energia que milhares de estudantes dedicaram nas lutas em todo o país, infelizmente a realidade é diferente dos discursos de vitória da juventude do PSTU. Basta dizer que a maioria dos ataques programados passaram, exceto na USP, onde obtivemos conquistas parciais.

É que as vitórias só poderiam vir se as lutas partissem da defesa da universidade tal como ela é hoje, elitista e racista, mas apontassem para a defesa de uma nova universidade a serviço dos interesses da maioria: os trabalhadores e o povo pobre. Como não houve quem levantasse essa política nacionalmente, o governo conseguiu isolar nossas lutas dizendo que éramos elitistas que não queriam democratizar a universidade.

Nós, que construímos o Movimento A Plenos Pulmões, buscamos forjar uma nova tradição, lutando pela unidade com os trabalhadores efetivos e terceirizados nas universidades onde estamos e apoiando as lutas que surgem como a dos terceirizados da REVAP, aeroviários, sapateiros de Franca (SP), metalúrgicos da GM e várias outras, buscando nos ligar em especial à juventude trabalhadora, que infelizmente tem pouco espaço e referência nos sindicatos hoje. Além de apoiar as lutas dos trabalhadores colocamos nosso conhecimento a serviço dessa classe porque somente com essa aliança teremos a força necessária para questionar essa universidade a serviço dos capitalistas e essa sociedade de classes que só traz desemprego e miséria.

Queremos sair desse Congresso com campanhas votadas para construir um ME que seja a voz dos trabalhadores na universidade, levantando não somente as demandas mínimas e corporativas, mas do conjunto do povo explorado e oprimido do Brasil e do mundo.

Por isso, levaremos à frente as principais votações e apoiamos essas campanhas propostas pelo Sintusp ao Congresso:

- Pelo fim do vestibular e ingresso imediato nas universidades públicas

 Pela estatização sem indenização das universidades privadas

E propomos também:

- Abaixo a repressão! Fora a PM das universidades!

Flávia Vale é delegada do movimento estudantil da USP

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