Domingo 28 de Abril de 2024

Movimento Operário

Os trabalhadores freiam 100 demissões

27 Feb 2006   |   comentários

No Brasil a terceirização deu lugar a condições de trabalho semi-escravas. Há 15 anos a Universidade de São Paulo tinha mais de 18 mil trabalhadores. Hoje são ao redor de 15 mil, com mais de 3 mil terceirizados que recebem salários miseráveis e não têm nenhum direito.

No dia 20 de fevereiro a patronal ameaçou com mais de 100 demissões de trabalhadores terceirizados do setor de limpeza, que começaram a lutar por seus direitos e buscaram a ajuda do Sindicato de Trabalhadores da USP (SINTUSP). Como resposta, os trabalhadores efetivos do setor de manutenção, que vinham de conseguir por meio de uma greve a reincorporarão de uma empregada terceirizada demitida, impulsionaram uma campanha de repúdio junto ao SINTUSP ganhando a adesão dos estudantes.

Mediante boletins diários, os trabalhadores realizaram uma forte campanha e começaram a preparar uma mobilização para frear as demissões. A patronal para provar a relação de forças, despediu os 10 primeiros trabalhadores em 3 de março. Dois dias depois o movimento de solidariedade apresentou mais de 1.500 assinaturas de estudantes, trabalhadores e docentes; junto a dezenas de repúdios de organizações nacionais e internacionais (entre as quais figuram 26 entidades operárias e estudantis onde o PTS atua). Os terceirizados das unidades onde se realizaram as primeiras demissões ameaçaram entrar em greve, à qual se somaria também o setor de manutenção, como havia feito uma semana antes. Por temor de que estalasse um conflito maior, a patronal recuou, suspendendo as 100 demissões e reincorporando os 10 trabalhadores demitidos.

A partir da LER-QI (Liga Estratégia Revolucionária - Quarta Internacional), membro da FT-QI, através de nossos militantes que são delegados de base do setor de manutenção da universidade e os que atuam no movimento estudantil, estivemos na primeira linha desta importante vitória, contribuindo para forjar uma consciência de unidade entre os trabalhadores efetivos e terceirizados e dando um exemplo de como devemos preparar verdadeiras “guerras” para enfrentar os ataques dos patrões.

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