Domingo 5 de Maio de 2024

Nacional

Lula considera o massacre do Complexo do Alemão um exemplo

Os trabalhadores e a juventude precisam se levantar e dizer BASTA!

16 Jul 2007 | “Alemão é só o começo”, José Mariano Beltrane, secretário de segurança pública do Rio “Não há como fazer um bolo sem quebrar ovos”, idem, em referência na ação nas favela “Não se enfrenta bandido com rosas”, Lula   |   comentários

A questão da violência e da repressão policial no Brasil é um problema inerente ao capitalismo. Em momentos em que a luta de classes se mostra presente e para a manutenção da ordem burguesa, a burguesia é obrigada a recorrer à polícia militar e ao exército para poder conter as instabilidades sociais causadas por ela mesma. Esse fato se expressa a cada dia com mais clareza no papel que a polícia cumpre em nossa sociedade. Se no Morumbi ela ajuda as pessoas atravessarem a rua, nas favelas e nas periferias, o tratamento dado não é bem assim. Essa diferenciação ficou ainda mais evidente no último dia 27/06, no complexo do Alemão, em que 19 pessoas foram mortas pela polícia (a grande mídia chega a divulgar 22 mortes ’ folhaonline, 02/07/07) e entre estas ao menos 13 pessoas foram atingidas em locais letais, sinais claros de execuções sumárias. Tanto nas ações cotidianas quanto nas repressões de trabalhadores, estudantes e dos movimentos sociais, entre as mais recentes a perseguição política aos lutadores da greve das estaduais paulistas, as demissões no metró, a repressão na usina de Tucuruí ocupada pelo MST, a intervenção na CIPLA e na Flaskó, são exemplos claros do papel repressor que a burguesia tem que cumprir, sendo a polícia um de seus principais instrumentos para tal..

Do discurso de manutenção da ordem que a burguesia usa pra justificar os ataques policias, sobraram mortos, feridos, centenas de vítimas de bala perdida e uma grande violência contra o povo pobre, os trabalhadores e os negros que vivem nas favelas e periferias. Esse discurso, também é usado para justificar programas e políticas de injeções de verbas públicas nas instituições repressoras, como é o caso do PAC da segurança, ou “Pronasci” , que o governo Lula, junto com os governos estaduais pretende implementar no país. O PAC da segurança prevê para sua implementação o que passou a se chamar de “conquista de território” , quando as forças repressivas do Estado entram em conflito com traficantes que dominam todo um território. Tanto que um dos primeiros pontos do PAC da segurança é a “reocupação de território” . Segundo o ministro da Justiça, Tarso Genro, “...no Pronasci, operações dessa natureza (as do Complexo do Alemão) estão previstas para a “reocupação do território” . Esta é a desculpa para colocar os trabalhadores, negros e povo pobre em seu “devido lugar” : em baixo das armas e das leis da burguesia e sob a mira do “caveirão” ... e ai de quem for contra!

Desta forma não podemos fechar os olhos aos massacres de policiais nem esconder que, segundo dados da própria burguesia, 1/3 das chacinas que ocorreram em São Paulo desde o início de 2006 tem o envolvimento de policiais. O governo estadual do Rio de Janeiro e o governo federal estão tentando legitimar o massacre que ocorreu no Complexo do Alemão como um justo combate ao narcotráfico, um exemplo de atuação e como parte do próprio PAC da segurança.

Não podemos aceitar essa política de militarização, que massacra trabalhadores negros e o povo pobre. Todo repúdio ao massacre ocorrido no Complexo do Alemão e toda tentativa de aumento de verbas a estas instituições repressoras já que serão mais equipadas e preparadas para... melhor reprimir os trabalhadores e povo pobre!
Nós, do Movimento A Plenos Pulmões sabemos diferenciar os trabalhadores que são os que podem dar uma saída de fundo para o país e contra a repressão, dos policiais que, longe de serem “trabalhadores da segurança pública” como a burguesia e a esquerda querem nos fazer acreditar, são os cães de guarda da burguesia. Por isso, dizemos que a aliança que pode derrotar a repressão e a polícia assassina é entre os trabalhadores e a juventude, nos levantemos e digamos BASTA!

Basta do massacre aos trabalhadores, negros e ao povo pobre do Rio de Janeiro!

Punição aos policiais envolvidos com crimes, assassinatos, chacinas e massacres!

Abaixo a criminalização dos movimentos sociais e a violência policial aos lutadores!

O Movimento A Plenos Pulmões é composto por militantes da LER-QI e independentes

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