Sexta 3 de Maio de 2024

Juventude

OPINIÃO: CONSTRUAMOS UM COMANDO DE GREVE COM CENTENAS DE DELEGADOS DE BASE PARA VENCER

Opinião: Ato e assembléia de 10/11 mostram a força crescente do movimento

12 Nov 2011 | Depois da massiva assembleia que deflagrou a greve geral estudantil na terça-feira dia 08/07, o ato público no centro da cidade quinta-feira dia 10/11 contou com mais de três mil participantes e recebeu amplo apoio da população, que na rua Boa Vista aplaudiu entusiasticamente a manifestação estudantil. Logo em seguida, o salão nobre da Faculdade São Francisco abrigou mais uma massiva assembleia geral. Os informes das assembleias de curso, a eleição de delegados de base para o comando de greve, assim como a aprovação – aclamada por unanimidade – da continuidade da greve, mostraram que o movimento começa a se enraizar nos cursos e transcender as áreas ligadas às disciplinas humanísticas.   |   comentários

Depois da massiva assembleia que deflagrou a greve geral estudantil na terça-feira dia 08/11, o ato público no centro da cidade quinta-feira dia 10/11 contou com mais de três mil participantes e recebeu amplo apoio da população, que na rua Boa Vista aplaudiu entusiasticamente a manifestação estudantil. Logo em seguida, o salão nobre da Faculdade São Francisco abrigou mais uma massiva assembleia geral. Os informes das assembleias de curso, a eleição de delegados de base para o comando de greve, assim como a aprovação – aclamada por unanimidade – da continuidade da greve, mostraram que o movimento começa a se enraizar nos cursos e transcender as áreas ligadas às disciplinas humanísticas.

A generalização de consignas como “PM não, educação!”, “ah, que vergonha, achar que a greve é por causa da maconha!”, ou “pelo fim do vestibular, o povo na USP já”, assim como a boa recepção da maioria dos estudantes às propostas que se preocupam em mostrar para a população que nosso movimento questiona o papel da polícia nos morros e nas favelas, indicam o desenvolvimento, ainda que incipiente, de um conteúdo mais político para a defesa da autonomia universitária, no sentido do direito de existir um polo crítico e questionador das mazelas da miséria e exploração em que vivemos, em especial da degradação da educação no país e do elitismo da universidade.

Desde a repressão do dia 08, a anulação dos inquéritos contra os presos políticos da USP passa a ser um dos principais eixos de reivindicação do movimento, tendo esses ganhado importante destaque na passeata e na assembleia de quinta-feira, assim como nas notícias da grande mídia e nas declarações de intelectuais, jornalistas e artistas que apóiam o movimento.
Apesar de toda a campanha reacionária dos principais meios de comunicação do país, o movimento conquistou um importante espaço de apoio na blogsfera e na intelectualidade de esquerda, obrigando até mesmo a grande mídia a mediar suas mentiras.

Na sexta-feira dia 11/11, o reitor João Grandino Rodas deu declarações à imprensa onde reafirma que, apesar de estar disposto que reformular os parâmetros do Convênio entre a USP e a Secretaria de Segurança Pública do Estado, a presença da PM na USP é inegociável. No mesmo dia, o jornal O Estado de São Paulo noticiou reunião, ocorrida na manhã do dia 10/11, entre a USP entre representantes da USP, da PM e da ONG São Paulo Contra a Violência, na qual ficou decidido que o Campus Butantã recebe sua primeira “base comunitária” (entenda-se “QG”) da polícia na semana seguinte. Uma verdadeira provocação! Na noite de sexta-feira, Geraldo Alckmin declarou que, se depender do governo do Estado, a polícia permanecerá no Campus.

Na medida em que Rodas, em suas recentes declarações, ignora a força do movimento de greve que vem se desenvolvendo desde a repressão de terça-feira, insistindo no antigo discurso contra as “minorias radicais”, este demonstra seu compromisso com a ala mais reacionária da burocracia acadêmica, a elite política do PSDB no Estado de São Paulo e a base social mais de direita do tucanato nas classes médias, assim como seu completo desprezo em relação ao movimento estudantil.

Construamos um poderoso comando de greve com centenas de delegados de base para vencer!

A principal votação da assembleia de quinta-feira 11/11 na SanFran foi sobre o comando de greve. Esta constituiu um enorme triunfo para o movimento. A partir da LER-QI, encaminhamos uma votação que exigia que o DCE submetesse todos os materiais que diziam respeito ao conjunto do movimento às assembleias gerais ou ao comando de greve, que na quarta-feira já reuniu 70 delegados que representavam mais de 1.400 estudantes nas assembleias de base dos cursos, e que tem a perspectiva de representar muito mais e constituir-se de fato como um organismo democrático de direção unificada da greve. Mesmo depois de todo tipo de manobras que buscavam confundir o plenário, o PSOL e o PSTU foram fragorosamente derrotados, com a assembleia referendando o comando delegados como órgão ao qual o DCE terá que se subordinar.
Começa a surgir aqui uma nova tradição que pode abrir um caminho auspicioso para que o novo movimento estudantil que emerja supere as burocracias estudantis e as direções que traem ou desviam o movimento e possa se autodeterminar, levando até as últimas consequências suas lutas.

FORA PM! Abaixo o convênio PM-USP!
Abaixo os inquéritos contra os presos políticos da USP!
Fim dos processos administrativos contra funcionários e estudantes!

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