Sexta 26 de Abril de 2024

Internacional

NOVA CONJUNTURA NA AMÉRICA LATINA

Onda de massas internacional e nova conjuntura política na América latina

23 Jul 2013   |   comentários

As manifestações na Turquia, as enormes concentrações contra o governo Morsi no Egito, e os protestos no Brasil são parte de uma nova onda de mobilizações de massas a nível internacional.

As manifestações na Turquia, as enormes concentrações contra o governo Morsi no Egito, e os protestos no Brasil são parte de uma nova onda de mobilizações de massas a nível internacional. Nestas páginas refletimos a crise ao vermelho vivo no Egito – em seguida à queda de Morsi, fato de enorme importância internacional -, mas também processos no Brasil, Chile, Bolívia e Uruguai, donde intervieram ativamente organizações irmãs do PTS. A revolta popular no Brasil quebra o verso da “potência emergente” e um “modelo progressista” que não resolveu nenhum dos graves problemas do povo brasileiro. É parte de uma nova conjuntura política na América latina, com ares de “fim de ciclo” após uma década de crescimento econômico e predomínio de governos “pós-neoliberais”. Entre seus elementos: a desaceleração econômica, a pressão imperialista, com Estados Unidos “retornando” à América Latina e apoiando-se no Acordo do Pacífico de seus aliados mais estreitos, como México, Colômbia ou Chile (cujos governos, como mostra o desprestígio de Piñera, enfrentam diversos graus de crise e resistência popular); a crise do nacionalismo (com o débil governo de Maduro tratando de dirigir a transição a um “pós-chavismo” na Venezuela) e o desgaste dos projetos de centroesquerda de Dilma e CFK; com uma polarização que está gerando maior resistência entre os trabalhadores e o povo, desde Costa Rica ao Chile passando pelo Brasil.

Assim, vimos na Bolívia a greve da COB questionando o curso antioperário do governo de Evo; entram em ação importantes setores operários no Chile; e se deram greves no Brasil e outros países. Isto, em que pese não haja ainda ataques generalizados contra o salário e o emprego e a contenção que mantém as burocracias sindicais e as forças “progressistas”. O coro oficial, ao estilo de Página 12, afirma que as lutas que enfrentam os governos pos-neoliberais fazem o jogo da direita. É o oposto: a mobilização é o caminho para evitar que Dilma, Evo, CFK ou Mujica imponham a “austeridade” e que a direita abertamente pró-imperialista capitalize seu descrédito, colocando a possibilidade de que surja uma alternativa operária e popular independente.

Estão em marcha dois processos muito progressivos: Um, a evolução política de setores operários avançados, como mostra a luta por um partido de trabalhadores na Bolívia que se aprova nos mineiros de Huanuni; no Chile, a solidariedade ativa de portuários, mineiros e professores com a luta por educação, apontando a aliança operário-estudantil; ou a extensão do sindicalismo de base na Argentina, influenciado pelo trotskismo, que desde a FIT pode dialogar com amplos setores operários e jovens. O outro, a mobilização de setores juvenis, como o combativo movimento estudantil chileno e a ida às ruas da juventude brasileira, fenômeno que é parte de uma rebelião juvenil internacional.

Isto abre oportunidades inéditas para a intervenção dos revolucionários na organização política da vanguarda operária e juvenil na América latina.

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