Terça 30 de Abril de 2024

Internacional

O México se mobiliza contra a repressão aos professores e pelos 43 normalistas

27 Feb 2015 | A Polícia Federal, junto às polícias locais, reprimiu em Acapulco, Guerrero, uma manifestação de professoras e professores. Um professor foi assassinado e quatro professoras foram estupradas pelos fardados. Mobilizações em Guerrero e em todo o país a cinco meses da desaparição dos 43 normalistas.   |   comentários

A Polícia Federal, junto às polícias locais, reprimiu em Acapulco, Guerrero, uma manifestação de professoras e professores. Um professor foi assassinado e quatro professoras foram estupradas pelos fardados. Mobilizações em Guerrero e em todo o país a cinco meses da desaparição dos 43 normalistas.

Na mesma semana em que se completam cinco meses do massacre de Iguala e da desaparição dos 43 normalistas de Ayotzinapa, o México voltou a ver-se sacudido pela brutal repressão da polícia contra os professores de Guerrero na cidade balneária de Acapulco.

Na terça-feira (24) os professores da Coordenadora Estatal de Trabalhadores da Educação de Guerrero (Ceteg) e trabalhadores do Sindicato Único dos Servidores Públicos do Estado de Guerrero (Suspeg), realizaram um ato nas imediações do Aeroporto Internacional de Acapulco, demandando o pagamento de seus salários, que estão retidos desde janeiro e em solidariedade com o movimento por Ayotzinapa.

A brutal repressão contra o magistério em Guerrero, custou a vida do professor aposentado Claudio Castillo Peña, de 65 anos, que morreu devido aos golpes desferidos pela polícia. Há uma carta escrita para ele por um de seus companheiros de luta e publicada pelo diário mexicano La Jornada.

O governo tentou desligar rapidamente a Polícia Federal e local do assassinato de Claudio Castillo Peña, no entanto os professores da Ceteg não só denunciam seu assassinato, mas também o estupro por parte da polícia de 4 professoras e a desaparição de 12 professores, segundo informa a revista Proceso.

“Temos quatro professoras estupradas pela Polícia Federal. Ontem as professoras romperam o silêncio, disseram que no momento da repressão as levaram em uma camionete, as levaram ao escuro e as estupraram”, disse Manuel Salvador Rosas, integrante da Ceteg. E continuou “temos 12 professores desaparecidos depois da expulsão por parte da polícia, não sabemos onde estão, suas famílias não sabem”.

Esta repressão é parte do plano do governo de Peña Nieto para tentar voltar à normalidade depois do escândalo que significou o caso dos estudantes desaparecidos. Em meio a uma situação de crise interna dos principais partidos do regime mexicano – e da figura presidencial –, e da crítica internacional de distintas organizações de direitos humanos, Peña Nieto pretende dar por encerrado o caso Ayotzinapa, como demonstram as declarações do Procurador Geral da República, Murillo Karam, ao mesmo tempo que criminaliza e reprime o protesto social.

No fechamento desta nota estava acontecendo a 9ª ação global por Ayotzinapa com milhares de pessoas nas ruas das principais cidades do México pedindo pelos 43 normalistas desaparecidos e em repúdio à repressão contra os professores de Guerrero.

A cinco meses do massacre de Iguala e a dois dias da repressão em Acapulco: “Vivos os levaram, vivos os queremos”, “Foi o Estado”, “Fora Peña Nieto”, foram as principais consignas que se voltou a escutar no Distrito Federal.

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