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Movimento Operário

Metalúrgicos de São Paulo fazem dia de luta unificado e ameaçam com greve

30 Sep 2014   |   comentários

A mobilização foi convocada por três centrais sindicais, a CUT, a Conlutas e a Intersindical. Houve paralisações no setor de autopeças. Os sindicatos ameaçam com greve unificada a partir do dia 3/10, se as patronais não derem aumentos acima da inflação. O dia de luta dos metalúrgicos aconteceu no mesmo dia em que os bancários iniciaram sua greve (...)

A mobilização foi convocada por três centrais sindicais, a CUT, a Conlutas e a Intersindical. Houve paralisações no setor de autopeças. Os sindicatos ameaçam com greve unificada a partir do dia 3/10, se as patronais não derem aumentos acima da inflação. O dia de luta dos metalúrgicos aconteceu no mesmo dia em que os bancários iniciaram sua greve nacional.

Neste segundo semestre, as categorias mais organizadas e tradicionais, negociam com a patronais. Parte dos metalúrgicos, bancários e correios estão negociando agora, durante as eleições. Os metalúrgicos ligados a central sindical chamada Força Sindical, petroleiros e químicos negociam em novembro. São os setores em que as principais centrais sindicais concentram sua força, e onde a esquerda opositora tem também grande expressão. A onda de greves que atropelou a direção dos sindicatos teve seu centro naqueles sindicatos mais mafiosos, como o de rodoviários de São Paulo, conhecido como “sindicato da morte”. O grande teste que está acontecendo agora é como vão reagir os setores mais organizados, em processos de mobilização simultâneos à campanha presidencial.

No setor metalúrgico, mais atingido pela crise, a patronal de inicio tentou impor reajustes abaixo da inflação. Agora estão propondo a inflação, mas nas fábricas que paralisam, os operários conseguem entre 8 e 11%. Empurradas pela pressão que vem da base, até mesmo as direções petistas estão chamando algumas medidas de ação. O chamado unificado da CUT com a centrais controladas pelos partidos de esquerda, Conlutas (PSTU) e Intersindical (PSOL) se concentrou em realizar paralisações nas autopeças nesta terça-feira. Para o dia 6/10 prometem deflagrar greve de todo o ramo metalúrgico (o que envolveria mais de 300 mil trabalhadores). Por enquanto é apenas um blefe, mas se os sindicatos patronais pagarem para ver, não está descartado que a burocracia petista seja obrigada a encabeçar uma greve de todos os metalúrgicos.

A CUT e as eleições

Os sindicatos petistas enfrentam uma batalha em duas frentes. Estão cada vez mais questionados pela base, que de uma forma ou de outra se influencia pelo clima de descontentamento com a instituições políticas do país instalado pelas manifestações de junho. A patronal prepara o terreno para impor o fim do ciclo de aumentos levemente acima da inflação, em que se baseia o discurso petista nos sindicatos. Neste terreno defende seus postos nos sindicatos contra possíveis rebeliões na sua base ou um crescimento da esquerda opositora (que também foi atingida pelo clima de junho e não consegue se lançar como alternativa) e também a mistica dos aumentos acima da inflação, parte do discurso fundamental de Dilma para derrotar Marina no provável segundo turno.

Agora na reta final do primeiro turno cada vez mais os sindicatos petistas se jogam na campanha eleitoral. Nesta quinta-feira, dia em que termina a propaganda na TV, farão ato contra a independência do Banco Central. É uma iniciativa que faz parte da campanha “nem que a vaca tussa”, contra o retrocesso ao neoliberalismo que significariam Marina Silva e Aécio Neves. Se o retrocesso salarial começar agora, esse discurso que vai ser fundamental para a reeleição de Dilma perde um pouco de força.

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