NÓS PROFESSORES TEMOS QUE DECIDIR OS DESTINOS DE NOSSA LUTA!
Necessitamos de uma verdadeira assembléia geral de delegados de base
27 Mar 2010
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Serra mostra mais uma vez seu particular caráter duro e repressivo, não só se nega a uma negociação, fala e utiliza toda a mídia para espalhar informações distorcidas e iludir a população de uma dita “modernização” da educação nos pintando como inimigos da população, agora não só reprime mas prende 4 professores de Franco da Rocha por uma causa simples: estavam apitando. Encaminha a orientação para os diretores de reprimirem o direito do professor de se organizar e fazer greve, fazendo perseguição política, impedindo professores grevistas e comandos de greve de entrarem na escola como em Sumaré, onde professores são impedidos de entrar nas escolas e como em Rio Claro, onde temporários que estão em greve estão sendo demitidos e substituídos nas escolas. E além disso, se nega a abrir uma mesa de negociação para discutir nossas demandas. Manifestamos nossa indignação e apoio total aos presos de Franco da Rocha! Abaixo as políticas repressivas de Serra! Pelo direito de greve e organização dos trabalhadores da educação!
Hoje nos vemos em um impasse, na terceira semana de greve. E neste momento crucial, vemos a direção do sindicato, ao invés de preparar a categoria, ao invés de tentar levar ao máximo as potencialidades desta greve, vem com uma nota comunicando um rebaixamento da nossa pauta de reivindicações para somente uma reivindicação: o aumento salarial. Temos que reivindicar toda nossa pauta de demandas, começando pelo aumento de salário e a efetivação de todos os contratados. Voluntariamente, antes de qualquer negociação com Serra. Isto só leva a população a se voltar contra nós. E a direção de nosso sindicato governado pela mesma corrente de Lula seque com esta prática: impõe sempre suas propostas pré-formuladas e acordos rebaixados, decidindo sobre nossas cabeças os passos de nossa luta. Esta não é uma construção real de greve. Uma greve real parte do princípio de disputa política e participação democrática. Necessitamos uma assembléia geral com delegados das escolas, para que sejamos os professores em luta os que decidamos a pauta, os ritmos e os destinos de nossa greve.
E apesar de mostrar críticas ao rebaixamento de pauta imposta pela Direção, a Oposição em sua rotina sindical se adapta a direção só se diferenciando no final e não é uma alternativa com um método democrático de luta que possibilite e tome para si a expressão dos posicionamentos políticos e da organização dos professores ativos forjados na luta através de delegados eleitos nas escolas. Por isto fazemos um segundo chamado agora à Oposição, a exigir da diretoria a convocatória imediata a uma VERDADEIRA assembléia geral para que sejamos os professores em luta e não um punhado de dirigentes governistas os que decidamos os destinos da categoria. Junto a isso, propomos que convoque uma plenária que represente os professores combativos forjados nesta greve para fortalecer uma alternativa a direção majoritária.
Precisamos seguir exemplos históricos de luta de professores, como da greve de 2006 onde mais de 70 mil professores do estado de Oaxaca (México), que auto-organizados em união com à classe trabalhadora, à juventude e ao povo pobre oprimido conseguiram se impor em luta contra o governo burguês de Ulises Ruiz, criando uma organização própria, a Assembléia Popular do Povo de Oaxaca (APPO), que reunía os sindicatos, representações camponesas e organizações políticas para organizar a luta contra a precarização do trabalho e pela qualidade da educação pública.
Assim como este exemplo, devemos buscar o apoio dos pais, alunos e funcionários das escolas organizando juntos atividades políticas e culturais para discutir a educação pública que queremos e as condições de trabalho a que estamos submetidos, construir atos conjuntos e assim unirmos forças para reivindicarmos nossos direitos.
Dia 26/03 por uma verdadeira assembléia geral aberta a voz para todos os professores!
Assembléias nas escolas que elejam delegados que levem nossas posições à frente nos comandos de greve, assembléias regionais e estaduais!
Pela continuidade da greve e assembléia estadual no dia 31/03 (quarta) composta por delegados mandatados pela base para discutirmos a greve e elaborarmos um verdadeiro plano de ação!Pela manutenção de nossa pauta de reivindicações!
Que na pauta de reivindicações, junto com o reajuste salarial de 34,3%, tenha centralidade, a luta contra a precarização e a efetivação de todos os professores temporários!
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