Intelectuais se manifestam em solidariedade aos presos da USP
09 Nov 2011
| comentários
À opinião pública, aos estudantes e trabalhadores da USP
Nesta manhã de oito de novembro de 2011, a Universidade de São Paulo amanheceu mais parecida com o Iraque sob ocupação que com uma universidade. Efetivos das principais forças especiais da polícia, como o GAT, GOE, além da tropa de choque, ocuparam diversas unidades de ensino. O CRUSP foi invadido brutalmente e com bombas de gás pelas tropas de choque. Estão impedindo estudantes, trabalhadores e professores de circularem pelos prédios. Ônibus da tropa de choque estão a postos de forma – como foi na ditadura militar – a retirar estudantes presos.
Estamos diante de algo muito maior do que uma mera ação para efetivar a reintegração de posse da reitoria; esse verdadeiro operativo de guerra montado a mando de João Grandino Rodas vai contra toda a comunidade universitária. Nunca se tratou de prover “segurança” aos membros da comunidade universitária. A intransigência do reitor Grandino Rodas está se demonstrando hoje da maneira mais contundente ao militarizar a universidade, reprimir os estudantes, e chamar a invasão policial. Ele apenas continua sua política de perseguir estudantes e trabalhadores.
Com esta ação, a reitoria intransigentemente rompe os processos de negociação, que seguiriam durante esta quarta-feira. Chamamos a todos os estudantes, trabalhadores, organizações sindicais, de direitos humanos, de esquerda a prestarem solidariedade aos estudantes reprimidos. E a denunciarem a política militarista do governador Alckmin e do reitor Rodas.
Clamamos a todos os lutadores da democracia que se pronunciem contra a transformação da USP em uma praça de guerra e pela imediata liberdade aos presos políticos!
08/11/2011
Adriano Santos, professor UNIFAL/MG
Ana Carolina R. e Silva – doutoranda História Econômica/USP
Ana Lúcia Campos – médica pela Unifesp/São Paulo
Angélica Lovatto: UNESP/Marília
Antonio Ferreira Marques Neto – graduando em Filosofia/UnB
Avelino da Rosa Oliveira – Prof. UFPel/Faculdade de Educação
Beatriz Mioto, doutoranda em desenvolvimento econômico do Instituto de Economia (IE)- Unicamp
Carla Luciana Silva (UNIOESTE, Marechal Rondon)
Danilo Enrico Martuscelli - Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)/Campus Chapecó
David Maciel – Prof. e historiador UFG
David Rehem - Mestre em História / UEFS e Funcionário Público SSA-BA
Desrosiers Michaëlle- doutoranda em sociologia/Unicamp
Gilson Dantas – médico e Dr. em Sociologia/UnB
Giuseppe dos Santos – UENP
Henrique Tahan Novaes Docente Unesp Marília
Igor Figueiredo - Jornalista, mestrando sociologia Unicamp.
Isabella Jinkings - Doutora em Ciências Sociais pela Unicamp
Joana A Coutinho - UFMA-MA
Julia Moretto Amancio - doutoranda em ciências sociais pela Unicamp e professora de Sociologia da Universidade Federal de Lavras
Juliana Biondi Guanais - doutoranda Sociologia
Luzia Fátima Baierl (UNIFESP)
Mariana de Oliveira Lopes (Doutoranda Ciência Política- Unicamp)
Michel Goulart da Silva - Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC)
Michelangelo Marques Torres - mestrando em Sociologia IFCH-Unicamp
Nildo Viana - Prof. UFG
Omar R. Escamilla/ UNICAMP
Renata Gonçalves (Unifesp-Santos)
Ricardo Festi, Mestre em Sociologia pela Unicamp
Ricardo Rodrigues A. de Lima – Prof IFG/Goiânia
Rita Frau, profa. da rede estadual de SP
Rosana Ramos – Profa. UFL/MG
Savio Cavalcante – Doutorando de Sociologia pela Unicamp
Stela Godoy, doutorando em Sociologia pela Unicamp.
Virginia Fontes – Profa. e historiadora UFF/FioCruz
Camila Valle, advogada e doutoranda em Ciência Política na UFF
Curso de Serviço Social da Unifesp-Baixada Santista
Núcleo de Estudo de violência e Medo social da UNIFESP Baixada Santista
NEILS - Núcleo de Estudos de Ideologias e Lutas Sociais (PUC-SP)
Contra a ocupação militar do campus da USP
Na madrugada do dia 8 de novembro, mais de 400 policiais ocuparam o campus da Universidade de São Paulo com o objetivo de desalojar os estudantes que se encontravam na Reitoria. Nessa violenta operação 66 pessoas
foram presas.
A militarização do campus é um grande ataque à autonomia universitária. Ao invés de esgotar os canais de diálogo com os movimentos sociais que atuam na universidade a Reitoria optou pela ação violenta como
solução para o impasse.
Os professores abaixo-assinados repudiam essa solução e exigem a imediata desmilitarização do campus Butantã, a libertação dos presos políticos e a retirada dos processos administrativos e judiciais que visam punir os militantes sociais.
Francisco de Oliveira (DS-FFLCH)
Ruy Braga (DS-FFLCH)
Rodrigo Ricupero (DH-FFLCH)
Henrique Carneiro (DH-FFLCH)
Maria das Graças de Souza (DF-FFLCH)
Antonio Flávio Pierucci (DS-FFLCH)
Luís César Oliva (DF-FFLCH)
Sean Purdy (DH-FFLCH)
Alvaro Bianchi (IFCH-Unicamp)
Artigos relacionados: Juventude , Direitos Humanos
Não há comentários para este artigo