Sexta 26 de Abril de 2024

Juventude

Frente única da COMUNA com estudantes independentes foi vitoriosa

Importante triunfo estudantil no CACS da PUC-SP

14 Nov 2003   |   comentários

A chapa Guernica se formou a partir de uma frente única entre integrantes da COMUNA e diversos estudantes independentes dos cursos de História, Geografia, Turismo e Ciências Sociais, partindo de um longo processo de intervenção conjunta no movimento estudantil. Desde o início do ano, o grupo que originou a chapa passou por diversos processos, como o questiona-mento da solução conciliadora que a gestão anterior propunha para a falta de condições de ensino na PUC, o apoio ativo à greve dos funcionários da universidade e, mais recentemente, a ampla campanha contra a repressão que descrevemos em outra matéria deste jornal.

Nossa campanha se orientou pela denúncia do plano da Reitoria para resolver a crise da PUC com ataques e repressão, descarregando sobre professores, funcionários e estudantes todo o peso da crise da universidade. A vitória eleitoral da chapa Guernica adquiriu grande significado político porque fizemos de nossa campanha um impulso para que a PUC se torne novamente uma referência de resistência a todo tipo de repressão, dentro e fora da Universidade. Partindo do que melhor houve nas lutas dos estudantes para dar as bases de uma nova tradição no movimento.

Contra os ataques da Reitoria, nos apoiamos na arte como um instrumento poderoso na luta contra a repressão, por uma vida autêntica e liberta de toda exploração. Nós organizamos a campanha da chapa GUERNICA entendendo que os movimentos artísticos dentro da PUC têm se tornado cada vez mais escassos, e assumindo um compromisso com a arte, colocando-a como uma ação transformadora dentro e fora da universidade.

Para dar uma saída real à crise, defendemos que os estudantes devem dizer com todas as letras: Pela Estatização da PUC sob controle dos professores, funcionários e da maioria estudantil! Para nós essa é a única maneira de fazer com que sejamos nós os que decidem os rumos da Universidade. Mas para isso se dê é necessário que os estudantes se unifiquem com os outros dois setores, e assim a nova gestão Guernica se colocará na perspectiva de criar espaços para unir e coordenar os professores, funcionários e estudantes em luta, para que juntos possamos tirar um programa de ações conjuntas que respondam às nossas necessidades.

Ao mesmo tempo baseamos nossa discussão política numa análise dos acontecimentos fora do comum que têm se dado internacionalmente, sobretudo na América Latina e no Oriente Médio, nos quais a juventude tem sido parte ativa e fundamental de todos esses processos, como no movimento antiguerra, na resistência do povo iraquiano, e na persistência da Intifada Palestina, na qual jovens enfrentam com paus e pedras o exército sionista de Israel. Na América Latina, continente que tem sido constante palco de mobilizações de massas, apoiamos apaixonadamente o recente levante revolucionário do povo boliviano, assim como a recuperação pelas trabalhadoras da fábrica de Brukman, que com a crise deveria ser fechada pelos patrões e foi tomada pelas operárias.

Nacionalmente, denunciamos que os ataques que a população vem sofrendo não diferem muito dos governos anteriores. Que a política para a Educação implementada nesses dez meses pelo governo segue a mesma linha dos ataques gerais à população, no marco de um ajuste orçamentário que teve como principal objetivo aumentar o superávit e permitir o pagamento dos juros da dívida externa e interna.

O governo não só não é contra, como vai impulsionar uma maior mercantilização do ensino, defendendo uma “reforma universitária” ditada diretamente pelo Banco Mundial. Por outro lado surgem novos exemplos positivos da luta de classes, como a luta dos estudantes secundaristas em Salvador, uma verdadeira aula de mobilização independente, aliança com o povo pobre e auto-organização.

Enquanto gestão vamos impulsionar debates sobre a conjuntura política nacional e internacional, participando e organizando ativamente atos contra os diversos ataques que estão no horizonte.

É com o espírito de quem tem ganas de tomar as ruas em defesa do fim da exploração do homem pelo homem, que nós da GUERNICA nos colocamos como alternativa de direção ao CACS, pois acreditamos que assim deve ser o movimento estudantil.

Como parte desta luta, levantamos a necessidade de um conhecimento a serviço do fim da exploração. A própria produção de conhecimento tem sido afetada pela crise capitalista, cada vez mais subordinada às necessidades de apologia do capitalismo, o que termina expondo mais e mais abertamente a impossibilidade de um conhecimento verdadeiramente crítico que não esteja vinculado à luta pela superação deste sistema. Para nós, é a partir desse questionamento que se torna possível avançarmos em direção de um conhecimento que esteja a serviço do fim da exploração, pedra angular da transformação da universidade, de triste usina que é da reprodução do capital e de sua ideologia para uma ferramenta para a transformação da sociedade.

Completamos nosso questionamento radical ao conhecimento hoje produzido na universidade com a única reivindicação à altura: Abaixo a ditadura do capital sobre a Universidade! Por uma Universidade a serviço dos trabalhadores, do povo pobre e de suas lutas!

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