Palavra Operária

Na última campanha para as eleições municipais Gilberto Kassab dizia que um de seus feitos, caso reeleito, seria o de não aumentar a tarifa do ônibus em São Paulo. Pois bem, pouco mais de um ano depois a realidade, mais uma vez, mostra a quem realmente serve o governo de Kassab. Além das incontáveis enchentes, que atingem as áreas periféricas da cidade, onde se concentra a população mais pobre, no dia 4 de janeiro a prefeitura decretou o aumento da tarifa dos já absurdos R$ 2,30 para os atuais R$ 2,70. Um aumento de quase 20% uma das mais caras tarifas do Brasil. Quanto à qualidade... ônibus superlotados, demora absurda, motoristas e cobradores fazendo jornadas exaustivas e há anos ganhando salários baixíssimos. Assim, além de viver embaixo d água ou seremdesalojados semmais nemmenos, a população mais pobre, a juventude e os trabalhadores são os que pagam pela ganância dos empresários e capitalistas. A crise econômica mostrou que não falta dinheiro para socorrer banqueiros e empresários falidos – o montante destinado a estes no Brasil foi de bilhões de reais e no mundo foi de trilhões de dólares – porém quando se trata das necessidades do povo e dos trabalhadores os governos, como o de Kassab, dizem que precisamos apertar os cintos.

O TRANSPORTE É REALMENTE PÚBLICO?

O transporte urbano é um setor fundamental da economia, através dele os governos garantem que os trabalhadores, por exemplo, possam chegar aos seus locais de trabalho. Portanto o suposto caráter “público” desse transporte, na sociedade capitalista em que vivemos, vem no sentido de isentar esse tipo de gasto dos empresários para que estes aumentem seus lucros. Por isso o estado e os governos administram o transporte para que esse seja também uma maneira de realizar o lucro dos capitalistas. Por isso Kassab, nemnenhumoutro governo de capitalistas pode oferecer aos trabalhadores e à juventude transporte acessível para lazer, cultura e educação (com a atual tarifa um passageiro que utilizar duas integrações por dia gastará aproximadamente metade de um salário mínimo ao final de um mês). Um transporte que siga os interesses e necessidades de toda a população, da juventude e dos trabalhadores só pode ser garantido através de um controle total de todo o sistema de transporte pelos trabalhadores e o povo organizado democraticamente e em luta ativa! Dessamaneira, frente ao aumento da tarifa, temos de nos organizar e chamar toda a população que utiliza o transporte, a nos organizar nas escolas, universidades, bairros e locais de trabalho em comitês independentes que possamavançar na luta para barrar esse aumento. Para isso é necessário que a luta contra o aumento da passagem seja parte de uma luta maior de todos os sindicatos e suas centrais, organizações operárias e movimentos sociais para expropriar as empresas de transporte, estatizando-as e colocando-as sob controle dos trabalhadores.

–Não ao aumento da tarifa! - Pela estatização sobre controle dos trabalhadores e usuários do transporte público de São Paulo! - Por comitês independentes nas escolas, bairros, universidades e locais de trabalho contra o aumento!

"Com a atual tarifa um passageiro que utilizar duas integrações por dia gastará aproximadamente metade de um salário mínimo ao final de um mês.”

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