Domingo 19 de Maio de 2024

Internacional

ELEIÇÕES ARGENTINA

GBA ZONA NORTE: CENTENAS DE OPERÁRIOS MILITANDO COM O PTS PELA FRENTE DE IZQUIERDA

21 Aug 2011   |   comentários

Na campanha eleitoral foram centenas de companheiros nas principais fábricas da zona que militaram junto ao PTS. Os trabalhadores combativos que compatilham conosco a luta cotidiana contra a patronal, a burocracia e o governo, se colocaram a tarefa de conseguir votos, difundir idéias e lutar para que a FIT pudesse superar os 400 mil votos. Isso, para nós, é o mais alentador desta campanha. A perspectiva de que centenas de operários tomem em suas mãos a luta política. Refletimos aqui alguns exemplos desta grande campanha na Zona Norte onde os operários outra vez foram os grandes protagonistas.

Entrevistamos Lorena Gentile, militante do PTS, da Comissão Interna da fábrica Kraft, do turno noturno, que foi parte da grande campanha eleitoral que fez o PTS na Kraft e em outras fábricas. Ela nos conta como viveu a campanha aí.

Como foi a campanha na fábrica Kraft?

Foi uma novidade porque foram dezenas de trabalhadores que participaram da campanha. Dentro da Kraft, havia montes de adesivos colados pelos companheiros, outros passaram panfletos e boletins da FIT e muitos discutiram entre os companheiros de trabalho e também com seus familiares para conseguir votos. Foi uma campanha feita por dezenas e dezenas de operários. Quase 150 companheiros de alguma forma colaboraram com a campanha em alguma das muitas coisas que se podia fazer, mais de 700 boletins foram distribuidos pelos operários de Kraft. Desde fora, o PTS fez muita agitação, uma vez com dois projetores chegando a milhares de trabalhadores, não somente da Kraft, mas também da WV, Ford e Donnelley.

Trabalhadores desta fábrica inclusive, vieram à porta da Kraft distribuir panfletos da Frente de Esquerda no dia em que José Montes [candidato do PTS pela Frente de Esquerda] veio à fábrica. Depois, diversos trabalhadores foram a um churrasco com Montes, onde pudemos discutir como levar adiante a campanha e chegar a mais trabalhadores com nossa corrente Nuestra Lucha. Isso que te conto sobre kraft, aconteceu em outras fábricas, na Pepsico e também em Stani [ambas fábricas do ramo alimentício] foram muitos os companheiros que fizeram parte da campanha fazendo atividades, militando para a Frente de Esquerda com o PTS e aconteceram agitações massivas ali e em Fate, Siderca, Pilkington e outras grandes fábricas. En Stani vários companheiros fiscalizaram as apuraçoes conosco, assim como fizeram os gráficos e metalúrgicos.

Que repercurssão teve antes do dia 14?

Era uma novidade apresentar candidatos operários, classistas, socialistas que levantavam as demandas dos trabalhadores e além disso, o tema de passar a proscrição gerou um espírito de apoio democrático mais amplo. Para muitos, era um candidato de Kraft nas lista da Frente de Esquerda. Que seja a esquerda, e sobretudo, o PTS os que apoiam sempre Kraft, gerou ainda mais apoio.

Como foi o dia da votação?

No dia das eleições muitos companheiros fiscalizaram escolas, outros tantos verificavam e avisavam se havia boletins nossos. Houve companheiros que nessa noite ficaram até tarde, até que todos os votos fossem contados nas escolas onde estiveram o dia todo.

Ao se conhecer os resultados, o clima era de alegria. Os trabalhadores da noite se sentiram parte deste triunfo. Era algo realmente massivo, para muitíssimos trabalhadores esta batalha não era algo alheio, mas próprio. E já pensando como vamos encarar a campanha daqui a outubro porque, como dizem os companheiros: “há que meter deputados dos nossos” e em suas palabras, nos diziam “Kraft tem que ser um bunker para este objetivo”.

A resposta na fábrica te surpreendeu?

Em partes, porque acredito que tudo isso foi possível não somente pelo que gerou a Frente e a candidatura de Oscar e de Katy. A fábrica foi mudando muito nesse último período, há pouco tivemos um grande conflito no qual cresceu muito a confiança dos trabalhadores em si mesmos, graças a que as assembléias, por fim, puderam se instalar como o lugar onde verdadeiramente se decidem as coisas em todos os turnos. Criou-se uma maior solidariedade entre companheiros. Foi histórico. Lutamos pelos prêmios e ganhamos. Fizemos isso depois de ter lutado nas paritárias onde se firmou 33%, mas em Kraft continuamos lutando da mesma forma que em Pepsico. Foram 6 dias de paralisação total e ganhamos. Mas isso não é o melhor, mas sim a unidade que se deu entre os três turnos. Então, se gera uma consciência de maior unidade entre os companheiros e há mais consciência da força que temos porque as assembléias mandam, ou seja, mandamos todos. Não se fez uma campanha em uma fábrica qualquer, mas em uma que está recuperando forças e confiança. Por isso, fomos tão bem.

Como se desenvolvem as coisas?

Pelo que viemos falando e fazendo um balanço dessas eleições, mas sobretudo por ter conseguido que companheiros tomassem em suas mãos a campanha da FIT, que se interessem mais em discutir política, estamos diante do enorme desafio e da enorme possibilidade de avançar na organização de centenas de companheiros dentro da Corrente Político-Sindical de Nuestra Lucha que estamos impulsionando desde o sindicalismo de base, com trabalhadores que tem referência na esquerda e que estão dispostos a ser parte da mesma.

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