Palavra Operária

Mais uma vez a reitoria ataca os estudantes e professores. Depois de mandar e-mails para todos dizendo que aulas estavam retomadas, de abrir um processo judicial contra 50 pessoas entre professores e estudantes, ela mandou mais uma vez a PM reprimir a luta dos estudantes. Enquanto no congresso nacional o PT é o maior defensor de Renan Calheiros que está até o pescoço de corrupção, na universidade não vê problema em punir e reprimir os que estão em luta por qualidade de ensino e redução de mensalidades. O mesmo partido que absolve os corruptos pune os estudantes. Vimos mais uma vez, como no primeiro dia da nossa mobilização, a atuação do PT em conjunto com o governo estadual de Serra, mandando a polícia reprimir o movimento estudantil. Da mesma forma que uma série de estudantes estão sendo processados na UNESP de Araraquara, como foram reprimidos os estudantes da Direito São Francisco e como são reprimidos os trabalhadores que hoje saem à luta como foi o exemplo das demissões no metró.

Depois de uma série de assembléias esvaziadas, na terça feira, frente a ameaça de repressão muitos estudantes, que já não apareciam há muito tempo, voltaram. Claro que se misturam aos que querem voltar a ter aulas, mas vimos nesse dia uma unidade importante da maioria pela continuidade da greve.

Nessa semana o prefeito Avamileno declarou seu apoio ao candidato Vanderlei Siraque, o que faz a balança pender mais claramente para um dos grupos em disputa no PT. É claro que Siraque não quer correr o risco de começar a sua campanha com a crise da Fundação em aberto. Junto com o esvaziamento do movimento, esse fator encorajou o Reitor a entrar com o pedido de reintegração de posse.

Mas essa nova medida de repressão e os processos em curso não vão passar em branco. Não podemos aceitar as punições declaradas pelo reitor. Devemos todos juntos dizer SE ATACAM UM, ATACAM TODOS! Temos que nos apoiar na indignação que mais uma vez a ação policial vai provocar, para alavancar novamente nosso movimento, nos defender das punições que estão sendo preparadas e caminhar para conquistar vitórias. Temos que impulsionar um amplo movimento democrático contra a repressão e as punições, como forma de nos defender e dar um novo fólego à greve. Temos que exigir que cada um dos setores que disputam a prefeitura se posicione sobre a repressão e as nossas reivindicações, em especial os pré-candidatos petistas Siraque e Ivete. Se eles se colocarem de palavra do nosso lado, temos que exigir medidas concretas de apoio, basta de declarações demagógicas que tentam nos enganar e enganar a população para conseguir votos ano que vem!

Como parte desse movimento democrático precisamos impulsionar um abaixo-assinado contra a repressão policial, pela retirada de todos os processos contra estudantes e professores e pelo atendimento imediato das nossas reivindicações. Temos que conseguir assinaturas de personalidades e políticos, no ABC e de todo o país. Temos que conseguir assinaturas de movimentos sociais e sindicatos. Temos que colher milhares e dezenas de milhares de assinaturas na Faeco e na Faeng, e entre toda a população do ABC. A partir de cada curso em greve precisamos formar comitês de mobilização para discutir com os estudantes e a população e organizar essa campanha democrática contra a repressão e os processos em curso.

Mas para levar adiante essa campanha, todos os estudantes que estão em luta precisam se organizar a partir de seus cursos com assembléias que deliberem os rumos da luta, e a partir daí, das assembléias de cada curso em greve, escolher os representantes que levarão as posições do curso para o comando geral de greve, para que este seja uma verdadeira direção democrática e combativa.

Para conseguirmos derrubar o Reitor e atingir nossas demandas, temos que fazer da greve o mais democrática e garantir que todos os estudantes expressem suas posições e que tenham tarefas bem definidas. Não podemos continuar permitindo que apenas uma meia dúzia tome as decisões e que a grande maioria seja apenas informada do que já foi decidido. Nós mesmos temos que tomar as decisões nas nossas mãos, só dessa maneira é que poderemos lutar de forma conseqüente pelas nossas demandas e contra a repressão.

A greve de pressão sobre a administração petista e a adaptação a setores da burocracia acadêmica que querem assumir o posto do reitor e nos utilizam como massa de manobra nos trouxe a essa encruzilhada e permitiu que o Reitor que estava debilitado recobrasse fólego. Agora temos que colocar todo o centro nas ações que podem ajudar a massificar e democratizar o movimento e conquistar um apoio efetivo da população, em especial dos trabalhadores do ABC. Esse é o único caminho para que possamos nos defender da repressão, derrubar o Reitor e conquistar nossas demandas.

– ABAIXO A REPRESSÃO!
PELA RETIRADA IMEDIATA DOS PROCESSOS!
– POR QUALIDADE DE ENSINO E PELA REDUÇÃO DE MENSALIDADES!
– FORA ODAIR! POR ELEIÇÕES DIRETAS PARA TODOS OS CARGOS (CADA PESSOA, UM VOTO)!
– PELA GREVE ORGANIZADA A PARTIR DOS CURSOS!

Em discussão com a LER-QI

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