Domingo 28 de Abril de 2024

Juventude

ASSEMBLÉIA NACIONAL DOS ESTUDANTES LIVRE

De qual coordenação necessitamos?

23 Apr 2010   |   comentários

Desde 2007 com a ocupação da reitoria da
USP e a extensão de métodos de lutas
mais radicalizados para todo o país, começa
a se iniciar um processo de reorganização
no Movimento Estudantil, que apesar de
lento e com fluxos e refluxos, traz a tona
novamente a necessidade de democratizar
o acesso e a estrutura de poder das
Universidades, como parte de uma luta
anti-governista e em aliança com as
demandas da população e dos
trabalhadores.

A UNE, há décadas dirigida por setores
atualmente governistas como o PC do B,
por ser um aparato financeiro e político do
governo Lula não moveu nenhuma “palha”
para esses processos de lutas estudantis,
mantendo apenas seus congressos
explícitos de apoio ás políticas petistas. Os
estudantes que estavam organizando as
lutas, ocupando Reitorias, fazendo greves e
tentando se articular entre si,
principalmente nas públicas, viam que a
UNE não era uma referência nesse sentido,
entretanto a necessidade concreta de
existir uma coordenação das lutas em
plano nacional sempre foi uma questão
fundamental para tirar os setores
combativos do isolamento social, ganhar o
apoio da sociedade, se aliar aos
trabalhadores e unificar as lutas com os
estudantes das particulares.

Neste cenário, a ANEL se forja como um
setor expressivo desta vanguarda
estudantil, buscando dar um passo à frente
na necessária reorganização do movimento
estudantil combativo. Ainda que seus limites
estejam concentrados principalmente na
prática política que vem conformando, nós
temos que assumir o desafio de
revolucionar os métodos e a prática
política atual existente no movimento
estudantil. Por isso é necessário atuarmos
dentro dela como uma ala militante,
combativa e revolucionária, que expresse
nas lutas a aliança operária estudantil.

ORGANIZAR OS ESTUDANTES
DE FORMA MILITANTE E
A PARTIR DA BASE!

Ano passado na Argentina no conflito que
envolveu os trabalhadores contra a
multinacional KRAFT-TERRABUSI, os
estudantes deram um exemplo de como se
aliar aos operários, fazendo com que as
Entidades estudantis atuem na sociedade
de forma militante.Ao compararmos esse
processo com o modo de organização e
atuação das entidades estudantis brasileiras
vemos que há uma disparidade evidente.
Exemplos disso são nítidos nos fóruns
onde as correntes através das entidades se
pautam por calendários distantes da luta de
classes, estabelecendo uma militância
pragmática nos DCE’s, CA’s e Grêmios. A
política e a decisão dos rumos do
movimento não passam não pela
organização direta dos estudantes, mas sim
pela superestrutura de entidades que diz
representá-los.

Diferenciamos a grande maioria do PSOL,
que aceita financiamento de empresas
como a Gerdau sem suas correntes
estudantis (o MES que recebeu, ou a APS e
o CSOL que ficaram se lamentando)
denunciar publicamente tal fato, ocupando
os velhos espaços da burocracia estudantil
do PT e PC do B; do PSTU que se propõe
progressivamente a construir um novo ME
e tenha iniciativas progressistas como a
própria ANEL, apesar de cotidianamente se
adaptar a política do PSOL quase sempre
votando resoluções em conjunto na
maioria das assembléias. O fato é que essa
dinâmica das correntes impõe um limite
nas mobilizações e acabam não sendo uma
alternativa para que as lutas sejam
realmente vitoriosas.

A crise atual do ME é que as condições
políticas criadas a partir de 2007, não são
respondidas pelas correntes atuantes nas
entidades que concentram os estudantes
mais ativos em sua volta.Ao não promover
a auto-organização com delegados eleitos
na base nas principais mobilizações, acabam
gerando uma separação entre os ativos e a
maioria passiva, e quando não há lutas as
entidades passam ser organismos sem
representatividade apenas a serviço de
organizações de algumas festas, questões
burocráticas ou se transformam num nome
para falar em fóruns públicos. Por isso
como 1ª medida lutamos pela conformação
de gestões proporcionais que expressem as
distintas frações políticas ao mesmo tempo
em que agregue os mais diversos setores
dentro do debate de idéias, fazendo com
que todos eles assumam a responsabilidade
na prática do programa que levantam.
Queremos inverter a lógica de super
atividade no período de eleições e
passividade no restante do ano, forjando
uma nova tradição no ME que se baseie na
necessidade vigente de revolucionar o
caráter das entidades e transformá-las em
organismos militantes e combativos.

ASSEMBLÉIA NACIONAL
DA ANEL DIA 02/05 NO RJ:
UMA MUDANÇA NO PROGRAMA
E PRÁTICA POLÍTICA PARA
RESPONDER AS LUTAS!

Colocamos como uma necessidade latente
frente à ofensiva do imperialismo norteamericano
no seu projeto de restaurar o
capitalismo em Cuba, uma imediata
campanha em defesa das conquistas da
revolução Cubana contra a burocracia
castrista.A tarefa do ME hoje deve ser de
defesa incondicional de conquistas
essenciais que o povo cubano teve. O
combate a burocracia castrista deve se dar
pela via do apoio a liberdade de
organização política e sindical dos
trabalhadores, porém com um caráter de
classe delimitado, não permitindo nenhuma
brecha para que a burguesia cubana se
reorganize e restaure o capitalismo na Ilha.
No Brasil as eleições revelam a farsa dos
governos burgueses. Enquanto a população
morre e fica desabrigada com as
conseqüências da chuva, as autoridades,
empresários e políticos se omitem e
tentam fugir da responsabilidade. Nas
Universidades o que se mostra também é
mais demagogia do governo do que
transformação real. O fracasso do novo
ENEM e curso precarizador do REUNI,
evidenciam a necessidade dos estudantes
levantarem um programa real de
democratização do acesso e da estrutura
de poder das Universidades, atacando os
lucros dos capitalistas da educação
estatizando as universidades particulares e
acabando com o vestibular para abrir de
fato as vagas do ensino superior para os
trabalhadores e a população pobre.

Frente a isso queremos que essa
Assembléia Nacional da ANEL não cometa
os mesmos erros da última, e também dos
Fóruns e plenárias estaduais da Entidade,
onde se vota um programa com distintas
resoluções importantes, porém ficam
apenas nas palavras. Não podemos votar
resoluções as quais todos têm acordo e
não militar por elas depois, nem furtar-se
ao debate de idéiais para depois como tem
feito os companheiros do PSTU levar às
escolas e universidade somente suas
próprias resoluções.

Vamos participar da próxima Assembléia
Nacional da ANEL no RJ tentando mudar
essa lógica, pois não podemos admitir mais
que se repita casos como aconteceram
com a campanha em solidariedade do Haiti
da ANEL no RJ onde nem se mencionou a
questão da presença das tropas brasileiras
e imperialistas, mesmo porque seria
impossível fazê-lo junto com o gabinete da
reitoria, Banco do Brasil, UNE e UEE-RJ
(ver o panfleto nesta página).

Chamamos a todos os estudantes levarem
essas bandeiras para o dia 2 de maio:

* Por uma campanha de defesa das
conquistas da revolução cubana, contra a
burocracia castrista e pelo fim do bloqueio
imperialista! Com atos e atividades nas
Universidades e Escolas.

* Fora as tropas brasileiras que dirigem a
MINUSTAH no Haiti! Fora tropas
imperialistas e da ONU do Haiti!

* Solidariedade ativa aos atingidos pelas
enchentes.Abaixo a repressão! Por uma
reforma urbana radical com um plano de
obras públicas controlado pelos sindicatos
e organizações de moradores!

* Pela Aliança Operária Estudantil! Que a
ANEL apóie e participe dos Congressos da
Conlutas e da Unificação nesse semestre!

* O fracasso do novo ENEM e o curso de
precarização do REUNI colocam a
necessidade do FIM DO VESTIBULAR nas
Universidades. Pela ampliação real de vagas
públicas, estatização das Universidades
Particulares e por uma campanha plena de
Permanência Estudantil (moradia, xerox,
transporte, refeição) nas Universidades.

* Ampliar nacionalmente a campanha
contra a repressão nas Universidades, pela
liberdade de organização de estudantes e
trabalhadores, defesa do SINTUSP e
imediata readmissão de Brandão!

* Vagas presencias a todos os estudantes
virtuais! Abaixo o EAD como forma de
precarização do ensino nas Universidades
públicas e particulares!

* Ampliar o chamado de construção da
ANEL nas Universidades e Escolas, públicas
e particulares, do Brasil, organizando os
estudantes desde a base com mandatos a
partir de assembléias por curso, faculdade
ou colégio!

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