Palavra Operária

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Como ocorreu a nível nacional e já havia acontecido nas eleições provinciais, nas primárias em Córdoba se expressou um voto conservador. Mas na província o triunfo de Cristina Fernandéz, com pouco mais de 31% dos votos não foi esmagador. Igualmente para o kirchnerismo foi um claro avanço desde as eleições de 2009, onde tinham obtido cerca de 9% dos votos e inclusive desde a eleição de 2007 onde obtiveram somente 24%.

Os votos para Cristina somaram-se a partir de todas as vertentes. Segundo alguns cálculos de políticos e alguns meios de comunicação, cerca de 20% dos seus votos advinham dos eleitores de De Le Sota e o resto de eleitores de Juez. Voltou-se à expressar o “voto cruzado”, onde milhões votaram de maneira conformista a continuidade dos atuais governos. Neste também influenciou claramente o fim dos aspectos mais “progressistas” do duplo discurso kirchnerista, que permitiu a aproximação a setores conservadores das massas na capital da província e mesmo no interior, ligados ao campo.

Nesta eleição também se deu uma disputa dentro do peronismo cordobés entre delasotistas e kirchneristas que, por enquanto, acabou em um triunfo dos segundos. Pela ruptra com o kirchnerismo e “em cima do cavalo” pelo triunfo na província, De la Sota e o peronismo cordobés mantiveram suas candidaturas a deputados nacionais sem candidatos a presidente. Mas finalizou com uma votação de menos de 7%, mostrando que, por si mesmo, De la Sota não arrasta votos. Assim “o cordobesismo” terminou atrás na tabela apenas uma semana após ter nascido.

Como em todo o país, os candidatos da oposição patronal não merecem maiores comentários. Exceto Alfonsín que esteve em menos de 18%, os desempenhos foram similares e não alcançaram para aproximar-se a Frente para a Vitória. Mas inclusive o radicalismo, que conserva peso no interior da província por uma quantidade importante de prefeitos, baixou em relação a eleição provincial.

Uma nova grande eleição da Frente de Esquerda

Novamente desde a Frente de Esquerda fizemos uma excelente eleição, ainda melhor do que havíamos conseguido 7 dias antes. Nestas eleições primárias, a grande campanha desenvolvida como parte da campanha nacional contra a proscrição nos permitiu dar um enorme salto. Mas de 25 mil votos se somaram aos que conquistamos na eleição provincial para o cargo de legisladores, chegando a obter quase 70 mil votos para deputados nacionais.

Essa grande eleição refletiu essa grande campanha militante que viemos fazendo há meses, com as ruas cheias de cartazes, os “spots” de campanha, as projeções no centro da cidade e também nos bairros, centralmente, na porta das grandes fábricas.

Na capital da província se encontra a maior concentração da indústria automobilística, com milhares de trabalhadores agrupados nas sedes automobilísticas como Iveco, Renault, VW e FIAT. Ali se deu um dos grandes triunfos da Frente: ganhamos à lista de De la Sota, que tinha como candidato a deputado nacional o burocratra do SMATA, Omar Dragún que, além disso, é secretário geral de uma das CGT (Central Geral dos Trabalhadores) de Córdoba.

O dirigente de um dos sindicatos mais importantes da província, que havia gerido a entrada de De la Sota às plantas automobilísticas uma semana antes, foi derrotado pela lista encabeçada pelos que estiveram à frente da luta contra os contratados demitidos, os que mostraram que se pode lutar contra a patronal e não obedecer cegamente o que os negócios indicam. Isso demonstra, como chegou-se a dizer em algumas fábricas, que os trabalhadores não votam em traidores, e sim votam nos que julgam serem seus companheiros.

Redobrar a campanha militante

Esse grande triunfo é a base para a luta das eleições de outubro, onde colocaremos toda nossa força para ganhar um deputado nacional. A grande campanha que fizemos nas últimas semanas nos permitiu dar um grande salto em todo o município e passar de 45 mil votos a 70 mil em uma semana.

Redobrando essa campanha em cada lugar de trabalho e estudo, não só na Capital Córdoba, mas em toda a província, recorrendo à militância para somar as forças que compomos na Frente mas também somando aqueles que mostraram sua simpatia nessas semanas, vamos travar essa luta para conquistar um deputado nacional. Para que um trabalhador e lutador entre no Congresso Nacional para lutar pelas demandas do conjunto da classe trabalhadora de Córdoba e do país. Para lutar ali, como fizemos na fábrica e nas ruas, contra a precarização e os contratos precários, por um salário equivalente aos gastos familiares, assim como com o compromisso e a luta elementar para que os deputados e funcionários políticos ganhem o mesmo que um operário. Com essas idéias lançamos essa segunda etapa da campanha.

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