Sábado 27 de Abril de 2024

Juventude

LIÇÕES ESTRATÉGICAS DO CONFLITO DA USP

Chapa “27 de outubro – unidade na luta contra a PM e os processos” Uma importante conquista da ala combativa que deve transformar-se numa frente-única pela campanha em defesa dos 73

27 Nov 2011   |   comentários

A chapa “27 de outubro” unificou, durante a ocupação da reitoria, as correntes políticas LER-QI, MNN, POR, PCO e Práxis com os companheiros da Moradia Retomada e estudantes independentes, setores que desde o início se colocaram à frente do movimento para expulsar a PM da USP. Foi uma importante posição conquistada, definida pela própria imprensa como “ala radical” do movimento, que contribuiu para fortalecer a ligação desses setores com a massa de estudantes nos cursos, onde a chamada “ala moderada” (PSOL e PSTU) tem maior alcance. A luta política em torno das táticas e estratégias para esta mobilização teria um importante momento nas eleições para o DCE que ocorreriam em finais de 2012.

Na conformação de chapa, apesar de o MNN se negar a colocar como parte do programa a luta pelo fim do vestibular para que os filhos da classe trabalhadora possam entrar na universidade e a luta por uma estatuinte livre e soberana imposta pela mobilização das massas para derrubar a estrutura semifeudal de poder na USP na perspectiva de um governo tripartite com maioria estudantil, foi possível chegar a um acordo extremamente importante, que colocava um conteúdo não elitista e não corporativo à luta pelo Fora PM da USP, estabelecendo claramente que essa luta deveria se ligar à luta contra a repressão policial nos bairros, nas favelas e periferias, colocando-se como a voz dos pobres e da juventude negra que sofre com os “esculachos” e os extermínios no dia-a-dia.

Apesar das eleições terem sido adiadas para o início de 2012, chamamos esse bloco a se manter unificado para amplificar a voz do Fora PM da USP sem um conteúdo elitista e corporativo, organizar as centenas de estudantes combativos que protagonizaram os enfrentamentos da FFLCH e as ocupações, e fortalecer a ligação dessa vanguarda com setores mais amplos das massas estudantis nos cursos.

Para que essa unidade avance, a principal tarefa desse bloco é impulsionar uma grande campanha nacional e internacional pela anulação dos inquéritos contra os 73 presos políticos da USP no dia da desocupação. Nesse marco, chamamos o MNN a reverem sua política, que vem diminuindo a importância dessa campanha em defesa dos 73 presos. Por tudo isso, se queremos realmente fortalecer a ala combativa do movimento para impedir o desvio ou o “esvaziamento consciente” da greve e fazer triunfar a expulsão da PM da USP, devemos ter clareza que a principal tarefa do momento é colocar de pé uma ampla e massiva campanha democrática pela anulação dos inquéritos contra os 73 presos políticos da USP!

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