Palavra Operária

No Congresso da Conlutas deste ano foi aprovada uma Campanha em defesa da gestão operária e pela expropriação definitiva sob controle operário da fábrica Zanon, localizada em Neuquén, Argentina. Há mais de 6 anos os operários ceramistas de Zanon mantém a fábrica ocupada e funcionando sob controle operário, uma resposta daqueles que a tudo produzem frente a tentativa da patronal em fechar a planta e demitir. No entanto, no próximo dia 20 de outubro vence o prazo judicial que permitia a fábrica ser gerida pelos operários, o que poderá colocar fim a esta importante experiência e conquista da classe trabalhadora. Segundo declarou Alejandro López, secretário geral do sindicato de operários ceramista de Neuquén (SOECN):

“Querem leiloar a fábrica para devolvê-la a família Zanon (antigos proprietários) e isso não o vamos permitir. Aqui o que está em jogo é expropriação versus leilão, pois se não se consegue a expropriação a fábrica vai a leilão sim ou sim, e isso é o que está buscando o governo de Neuquén. Portanto, nossa idéia é fazer uma forte campanha para que todo mundo saiba qual é nosso plano: defesa da gestão operária e expropriação de Zanon” .

A patronal vem fazendo uma nova ofensiva contra a gestão operária a partir de seus antigos credores. Por isso que os ceramistas de Zanon rechaçaram em sua assembléia a proposta do governo de compra dos créditos privilegiados da falência, já que significa pagar a dívida fraudulenta da família Zanon e gastar milhões num caminho que não evita que a fábrica seja leiloada. Por outro lado, exigem a aprovação de seu projeto de expropriação, apresentado com mais de 90 mil assinaturas à assembléia legislativa da província de Neuquén.

Nós da Ler-qi, que nos sentimos parte dessa experiência a partir do papel que o PTS (nossa organização irmã na Argentina) aportou em sua realização, apoiamos o chamado internacional dos ceramistas de Neuquén em defesa da gestão operária e a estatização sob controle operária. Chamamos a Conlutas a organizar esta campanha, que foi aprovada em seu I Congresso, em conjunto a entidades sindicais e estudantis, intelectuais, partidos e organizações de esquerda.

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