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Mulher

8 DE MARÇO

Bloco Pão e Rosas no Dia Internacional da Mulher

22 Mar 2008   |   comentários

No último 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a Conlutas convocou em São Paulo um ato anti-governista já que as defensoras do governo na Marcha Mundial de Mulheres (dirigida pela DS do PT) se opuseram a fazer qualquer denúncia contra o governo Lula. Nós da LER-QI, junto com ativistas independentes, formamos o Bloco Pão e Rosas no ato que ajudamos a convocar como parte da Conlutas.

O nome do bloco é uma homenagem às operárias têxteis que protagonizaram uma importante greve em Lawrence (Massachussets), sob o lema: “Não pedimos, exigimos nosso direito ao pão, mas também às rosas” . Passado quase um século depois dessa greve, as mulheres trabalhadoras continuam tendo que suportar as imposições da patronal e a carga pesada da dupla jornada de trabalho.

Nesse sentido, em nossas intervenções no ato, chamamos atenção para um problema que atinge amplos setores da classe trabalhadora: a precarização e terceirização. É preciso que os sindicatos que integram a Conlutas discutam e tirem ações para defender e incorporar as demandas das mulheres precarizadas e terceirizadas, lutando por direitos e salários iguais e pela efetivação dos trabalhadores terceirizados sem ter que passar por concurso público.

Consideramos fundamental a luta contra a violência à mulher, que muitas vezes tem o Estado, seus governos e instituições como agressores diretos ou cúmplices. Assim, denunciamos a repressão às mulheres da Via Campesina no Rio Grande do Sul e fomos o único bloco a levantar como eixo o abuso sofrido pela menina presa no Pará, estado governado por Ana Júlia Carepa, integrante da DS que cinicamente organiza a Marcha Mundial de Mulheres.

Ainda sobre a violência, não podíamos deixar de levar às ruas a denúncia contra a violência policial, que tem como principal alvo os jovens negros das periferias e favelas. Saudamos a luta das mães de Salvador, que protagonizaram atos de rua no início do ano, em protesto pela morte de seus filhos. É inaceitável que setores da esquerda, como o PSTU, continuem apoiando a polícia e suas greves ’ que reivindicam, aliás, aumento de salário, melhores condições de trabalho e mais armamento para reprimir e matar. É preciso fazer coro com as vozes das mães de Salvador e impulsionar nacionalmente uma ampla campanha contra a violência policial.

Expressamos no ato a luta pelo direito à maternidade, ou seja, que toda mulher que queira ser mãe não seja impedida pela patronal e que sejam dadas todas as condições necessárias para uma gravidez sem complicações; assim como também expressamos a luta para que toda mulher que não queira ser mãe naquele momento tenha o direito de decidir sobre o seu próprio corpo e possa abortar sem o risco de sofrer complicações de saúde, ser presa ou morrer.

Ao contrário de defender esse direito democrático, temos visto Heloísa Helena, principal figura do PSOL, unindo-se à Igreja e aos setores da direita. Reafirmamos o chamado que fizemos no ato da Conlutas às/aos companheiras/os do PSTU a denunciar e combater essas campanhas reacionárias. Infelizmente, o PSTU seguiu sem se pronunciar sobre a campanha e as declarações de Heloísa Helena. Isso se deu mesmo tendo em vista que nas reuniões preparatórias do ato em São Paulo, por proposta apresentada pelo Bloco Pão e Rosas, foi aprovada a denúncia à campanha da igreja e de Heloísa Helena, mas posteriormente essa denúncia foi vetada pela direção do PSTU e não saiu nos panfletos. O combate às campanhas contra o direito ao aborto se faz urgente. Não é possível que por causa dos acordos entre PSOL e PSTU para as eleições deste ano, esse combate não seja travado.

Marcha Mundial de Mulheres homenageia o governo Lula

A Marcha Mundial de Mulheres em São Paulo fez do seu ato uma festa, celebrando as políticas públicas “dedicadas às mulheres” do governo Lula, acobertando os ataques desse governo aos trabalhadores. Participaram da Marcha da DS, outras organizações como o PSOL, que mostrou sua adaptação ao governo e ao regime, que permite que participe de um ato de defesa do governo e ao lado da organização da governadora Ana Júlia Carepa do Pará.

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