Terça 30 de Abril de 2024

Juventude

Balanço da Plenária da Conlute-SP

20 Jan 2005   |   comentários

No dia 16 de janeiro se realizou a primeira plenária estadual da Conlute em São Paulo. Mesmo tendo sido marcada para o dia 15 já no inicio de dezembro, até uma semana antes da sua realização nenhuma divulgação havia sido feita. Foi a iniciativa dos companheiros de “A Plenos Pulmões” , que garantiu a convocação da plenária mesmo a contragosto do PSTU, o que por si já significou uma primeira vitória política deste bloco no momento mesmo da sua constituição. A nossa vontade de construir a Conlute se demonstrou na plenária logo de cara no número de participantes. Não a toa éramos maioria. Dos cerca de 70 estudantes que estiveram presentes, mais de 40 eram de “A Plenos Pulmões” , entre militantes da JRS, Comuna e independentes. Ao longo do dia outros companheiros presentes também se somaram à nossa luta para construir a Conlute de baixo para cima, como os do grupo Resistência Popular.

A pauta, por proposta nossa, foi dividida em três partes: Preparação do encontro nacional, organização da Conlute-SP e uma sobre as questões organizativas. Iniciamos com o debate político, já que a proposta foi que o ponto Encontro contivesse não só as questões de organização mas também as políticas. Nós de “A Plenos Pulmões” tentamos nos centrar no balanço da luta contra a reforma universitária em 2004, no balanço da Conlute, na discussão de ruptura com a UNE e a UBES e nas nossas propostas de como deve se organizar a Conlute, em oposição a prática burocrática da UNE. Obviamente, era impossível colocar essas discussões sem abordar as criticas ao PSTU, pelo papel dirigente deste partido na Conlute. Porém, foi o próprio PSTU que para não entrar no debate sobre a Conlute, abriu uma discussão direta com a LER-QI da qual não pudemos nos furtar, apesar de tornar a discussão um pouco maçante para aqueles que não estavam diretamente envolvidos na polêmica.

A Plenos Pulmões luta para construir a Conlute de baixo para cima

Somente nos pontos organizativos o PSTU ’ defendíamos que a nossa tese fosse garantida no caderno oficial contra o que a direção do PSTU colocava que entregamos fora de prazo ’ foi obrigado a entrar no debate de organização da Conlute e ai ficou demonstrado como este partido esta disposto a dificultar a expansão da Coordenação para manter o controle político desta. A todo o momento a direção do PSTU fazia questão de frisar que dos presentes na reunião somente o CA de letras da UFSCAR era um integrante da coordenação. Por isso essa plenária não poderia tomar nenhuma decisão sobre nada sem antes “consultar” os integrantes da Conlute. As 70 pessoas que estavam ali por que querem construir a coordenação não tinham nenhum poder de decisão e nem tão pouco os grêmios e CAs presentes, pois apesar destes se colocarem abertamente pela construção da Conlute não tinham nenhuma ata de reunião de diretoria que mostrasse sua adesão formal. Nem os diretores de oposição do DCE da UNESP poderiam votar, já que eles eram minoria (o DCE está nas mãos do PCdoB). Além do mais o voto não poderia ser “de jeito nenhum” por cabeça, pois a reunião nacional já havia decidido que não poderia ser e nós em São Paulo não podemos, segundo a direção do PSTU, decidir nada que afete a Conlute nacional.

Outros pontos polêmicos, foram sobre a necessidades de organizar a Conlute de baixo para cima, através dos mandatos das reuniões e assembléias de base e que as coordenações estaduais e a nacional sejam votadas nas bases. O PSTU se nega a isso de maneira intransigente. Assim como a direção do PSTU não consegue entender como podemos defender que nos jornais da Conlute estejam expressas as posições majoritárias e minoritárias, assim como em cada local de estudo aqueles que integrem a Conlute possam ter posições distintas das posições aprovadas por maioria nos encontros e congressos. Não entendem pois querem fazer da Conlute a voz do PSTU do movimento estudantil.

Isso se demonstrou na discussão sobre a moderação da lista (na qual entra o que os moderadores deixam!), onde nós d”™A Plenos Pulmões, que nos últimos tempos temos tido dificuldade de divulgar discussões na lista, solicitamos um moderador próprio (além dos três que já existem) para garantir um debate democrático. Nos foi recusado num inicio sob a alegação de que só membros de entidades podem moderar. Quanta Ironia! O Junior e a Julia, que são moderadores pelo PSTU só pertecem além da Conlute a uma entidade... a UNE. Mas eles tem maior direito na Conlute do que estudantes do DCE da UNESP e de outros lugares que são a favor de romper já com a UNE. Aliás, quem esteve na plenária teve a clara impressão de que o Junior era a personificação da própria Conlute.

Apesar das dificuldades, nós lutaremos até o final para construir uma verdadeira coordenação democrática de lutas dos estudantes, onde todos os integrantes possam defender e debater suas posições. O que mostra que isto é possível é que apesar da falta de democracia, e mais uma vez por proposta nossa, foram aprovadas algumas resoluções concretas. Como o ato contra o aumento das passagens do metro de SP, contra as demissões de funcionários e pelo passe livre.

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