Segunda 13 de Maio de 2024

Movimento Operário

GREVE DE PROFESSORES

Aumento salarial já (34,3%)! Efetivação de todos os temporários! Participação democrática das bases na greve!

12 Mar 2010   |   comentários

Serra alegou recentemente nos jornais que dar aumento aos professores “desorganiza“ as finanças do Estado. Porém, ao mesmo tempo que fala isso, tem a cara de pau de dar aumento aos policiais, mostrando que privilegia a repressão ao povo pobre e trabalhador e não a educação pública. Não podemos aceitar isso! A população precisa de professores e educação de qualidade, e não de repressão!

Por isso, nossa reivindicação deve ser por melhorias de salário, a incorporação das gratificações e outras reivindicações, além de melhores condições de trabalho. Mas para sermos conseqüentes a estas reivindicações devemos nos unir e lutarmos contra a precarização do nosso trabalho que neste momento significa demissões da maioria dos professores temporários. Precisamos lutar pela efetivação dos professores temporários que há anos trabalharam por uma educação de qualidade, sem provinha ou concurso classificatório, pois significará a perda de trabalho para milhares de professores que há anos estão conosco nas escolas. Nossa luta será vitoriosa se professores efetivos se solidarizarem com os professores temporários que compõem metade (48%) da categoria e lutarmos lado a lado contra a precarização de nosso trabalho e por uma educação pública de qualidade, que necessita de mais professores com melhores condições de ensino e salário. Abaixo a divisão dos professores entre temporários e efetivos!

Contra as mentiras de Serra, a verdade da nossa realidade... Mudemos já!

Sobre as propagandas caras que Serra veicula, os professores sabem: são mentiras pagas. Aumenta o salário de alguns enquanto há mais de 10 anos o salário dos 220 mil professores está arrochado. Isto não representa investimento e sim precarização do ensino. O professor não tem tempo de planejar e se aperfeiçoar por estar com carga estourada de aulas para sobreviver e manter seus filhos. Há quem diga que aumentou os gastos em Educação. Sim, investimento foi em um material com conteúdo rebaixado, que visa aumentar o índice de aprovação nas escolas sob o custo de emburrecer nossa juventude e engessar a atuação do professor em sala. O concurso para promoção e o “cursinho de 4 meses” para concursados têm o mesmo fim: que os professores absorvam este conteúdo e esta metodologia pobre cada vez mais e sem perceber sejam meros reprodutores. Elaboremos conjunta e independentemente, professores e comunidade, um currículo escolar que realmente forme nossa juventude, os filhos dos trabalhadores.

A recuperação contínua na situação em que está a escola estadual hoje se torna também mais uma medida para diminuir os índices de repetência ao instaurar a “aprovação automática”. Isto só pode ser solucionado dando condições necessárias ao aprendizado: corpo de funcionários e professores efetivos e estáveis, 25 alunos por sala, diminuição para 4h de trabalho a toda a juventude sem perda salarial para que possam se dedicar aos estudos, garantia remunerada de formação a todos os professores.

Com essa discussão, sobre a qualidade da educação, podemos conseguir apoio da população para nossa greve e para nossas reivindicações. Chamemos os pais, os alunos, os grêmios, os vizinhos para discutir nossa greve, fazer atividades de greve (festivais de música, debates, panfletagens, palestras...) e refletir e se posicionar conosco sobre a situação da educação.

É necessário desenvolver a participação democrática das bases!

Após uma semana de greve vemos que nosso movimento cresceu e, ao contrário do que diz o governo do estado, existe uma forte simpatia da população ao nosso movimento, pois todos sabem a importância que tem o professor, quanto ganhamos mal e as nossas péssimas condições de trabalho. Porém, vemos que existem professores que ainda não aderiram ao movimento, ou que têm receio e desconfiança de entrar na greve porque se lembram das experiências dos últimos anos. Compreendemos esse sentimento já que a direção do nosso sindicato não preparou as greves nos últimos anos e permitiu que passasse ataques, precarização e arrocho salarial, ano após anos, chamando greves mal preparadas e desmobilizando em seguida sem nenhuma conquista. E agora que estamos em um ano eleitoral, os caras de pau da Apeoesp querem usar nossa força de mobilização, nossa greve, a favor de interesses eleitoreiros, interesses mesquinhos de conseguir mais votos para seus candidatos, como Dilma. As suas críticas ao governo Serra são somente uma máscara para esconder que defendem as mesmas políticas que o governo estadual, implementadas por Lula no governo federal com o PDE. Ao contrário disso, nós temos que utilizar os fatores eleitorais contra Serra mas para favorecer a luta por nossas reivindicações. A diretoria da Apeoesp (CUT-CTB) quer votos para Dilma e seus candidatos. Os professores precisam de 34%, efetivação dos temporários e demais reivindicações.

Por isso, essa direção do sindicato que está até a espinha atrelado ao governo Lula e ao PT, não pode dirigir nossa luta para a vitória. Temos que fazer greve sim, e fazer política sim, mas para conquistar nossas reivindicações e não para os interesses deles! Para isso devemos ir além também da rotina de greve colocada ano a ano pela direção da Apeoesp. Vários professores já reclamam da mesmice da atuação sindical da dessa direção que chama mobilização mas sempre sai dela com um acordão de conquistas mínimas para a categoria. Ora, este desânimo e cansaço, que até a Oposição considera “conformismo” deste e daquele professor, é, ao contrário, um problema mais estrutural, fruto dessa política conciliadora da direção do sindicato dirigida pela CUT-PT há anos.

Eleger representantes em assembléias de cada escola!

Para não ficarmos como espectadores de nosso destino, temos que desenvolver a organização democrática nas bases, com assembléias por escola. Não podemos deixar nas mãos de um grupo de dirigentes as decisões soberanas de nossa massiva categoria. Temos que exigir que sejam as assembléias SOBERANAS quem decidam o curso de nossa luta. As assembléias têm que servir para discutir como está e como deve ficar a greve, em cada momento. Basta de assembléias que viram atos públicos e palanque para disputas entre a direção da Apeoesp. Necessitamos eleger delegados com mandatos em todas as escolas em luta. Os representantes de escola, num momento de luta como esse, devem ser referendados por Assembléias deliberativas em cada escola, que elejam suas pautas e delegados ativos mandatados, que respeitem as posições tiradas da assembléia. Que revolucionem o comando de greve, para que deixe de ser somente grupos que passam nas escolas, mas que sejam realmente órgãos centralizadores da greve. Os REs que não estão na linha de frente da greve não podem decidir em nossa lugar!

Chamamos a Oposição Alternativa que co-dirige a categoria, formada por correntes de esquerda como PSTU, PSOL, Espaço Socialista, FOS, a assumir sua responsabilidade na greve e se colocar à frente desta tarefa de desenvolver a democracia nas bases, pois do contrário terminará sendo uma oposição impotente diante da necessidade de forjar uma alternativa combativa e de luta a essa direção da Apeoesp. Se não dão o exemplo de como se pode levar a greve à vitória, desmascarando as manobras da direção majoritária da Apeoesp, a oposição será vista na categoria como co-responsável pelas derrotas.

Desta forma estaremos em melhores condições para exigir à direção da nossa Apeoesp que coloque seu aparato a serviço desse luta para que seja vitoriosa. A Apeoesp é o principal sindicato da CUT e deveria exigir que essa central sindical coloque todos os seus recursos a favor da nossa greve. Mas não faz isso e só mostra que não está disposta a levar essa luta até o final. A Conlutas, central da qual a oposição faz parte, deve dar o exemplo, chamando a unificação das oposições estaduais da Apeoesp, do Metrô, da Sabesp, junto com o Sintusp e as universidade estaduais para lutar unificados contra os ataques de Serra.

QUE ESTE 12/03 NÃO SEJA UM ATO A MAIS
E SIM UMA VERDADEIRA ASSEMBLEIA SOBERANA PARA FORTALECER A GREVE

Movimento CLASSE contra CLASSE
Professor@s Estaduais – SP
[email protected]
12/03/2010

O Movimento CLASSE contra CLASSE é composto por militantes da LER-QI e independentes.

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