Quarta 15 de Maio de 2024

Juventude

NOTA DE ESCLARECIMENTO DA ASSEMBLÉIA GERAL DOS ESTUDANTES DA USP (01/11)

Apesar da traição histórica do PSOL e PSTU, estudantes ocupam a Reitoria da USP contra a PM

03 Nov 2011   |   comentários

A Assembléia Geral dos Estudantes da USP realizada na ultima terça-feira (01/11) no saguão da História contou com mais de 1.000 estudantes. Essa assembléia massiva foi conseqüência direta da mobilização pelo “Fora PM!” desencadeada depois da brutal repressão policial aos estudantes que impediam que seus colegas fossem levados pela policia e que culminou na ocupação do prédio da Administração da FFLCH. Rompeu-se assim a passividade do DCE e das entidades estudantis que nada fizeram, organizaram, nem tão pouco se propuseram a armar o ME para responder aos recentes ataques da reitoria; como o convenio reitoria – PM que autoriza de forma autoritária a militarização do campus, as crescentes perseguições e processos contra estudantes e funcionários, em especial os estudantes do Crusp e o Sintusp, que tem vários de seus diretores perseguidos e demitidos como Brandão (demitido político ilegalmente em 2008), e ameaçados de demissão como Magno, Neli, Solange, Anibal, Zelito, Pablito , Nair (delegada de base), ativistas como Rosana Bullara, Patrícia, e pelo PROADE que busca flexibilizar direitos para intensificar a repressão aos lutadores que questionam o projeto de universidade de excelência levado a frente por Rodas, ou seja, mais elitista, precarizada, privatizada e racista. A primeira assembléia do ano foi uma imposição do movimento às atuais direções o ME da USP.

Num momento em que a ocupação da diretoria da FFLCH pelos estudantes era procedida de uma maior politização e discussão nos cursos e que a repercussão do debate da presença e papel da policia ganhava uma projeção nacional e colocava a USP em foco, contribuindo para uma crescente mobilização, como expressou o ato do 31/10 com quase 1.000 pessoas entre estudantes, funcionários e professores, seria natural que a Assembléia Geral servisse para massificar ainda mais e armar o movimento. Porem, não para o DCE (PSOL) e alguns CA’s (PSOL e PSTU) que a revelia do movimento tentaram transformar e primeira assembléia do ano na USP numa assembléia com o único objetivo de votar a desocupação e fazer retroceder a mobilização, preparando pelas costas do movimento uma negociação com uma comissão da congregação e a reitoria para colocar apenas alguns limites a ação da policia e fazer adendos ao convenio.

Antes mesmo de votar os eixos políticos e o programa do movimento, PSOL e PSTU propuseram encaminhar primeiro a proposta da desocupação, que venceu por uma margem de 100 votos. Demonstrando a demagogia do argumento de desocupar e votar um calendário de luta, alguns estudantes começaram a se retirar da assembléia (na maioria os que haviam ido só para votar contra o movimento), quando ainda havia propostas imediatas a serem votadas, como a de ocupação da reitoria. Depois de perder por uma margem pequena uma votação de encaminhamento confuso, entre votar o calendário de luta ou votar ocupação ou não da reitoria (como se essa medida não fosse parte de um possível calendário de luta), encerraram uma assembléia que contava ainda com mais de 700 estudantes sem nenhuma consulta ao plenário. Esta atitude absurda escancarou o papel do PSOL que, desde o inicio compactuou com a policia e a diretoria da FFLCH, ao apoiar a linha de levar os estudantes para a delegacia e fazer um cordão de isolamento entre a PM e os estudantes indignados para viabilizar essa política. Desmascarou também o PSTU, que também se negou a levar a frente uma verdadeira luta pela retirada da PM da USP e pela via dos CAs da FFLCH que esse partido influencia seguiu rigorosamente a mesma política do PSOL, reproduzindo sob a forma de farsa as reiteradas tentativas de derrotar a ocupação. Se dependesse destes partidos, que vale lembrar também votaram contra ocupação na primeira Assembléia no dia da repressão, a luta de 2007 não teria existido e menos ainda a luta contra a policia em 2011.

Diante disso, cerca de 500 estudantes, indignados com esta manobra, impediram que o movimento fosse descaradamente enterrado, formando uma nova mesa que deu continuidade à assembléia, chamando o DCE (PSOL) e o CAEL(PSTU) a reincorporarem-se a Assembléia. Frente a negativa destes partidos em dar continuidade à assembléia e organizar um plano de luta para expulsar a PM a partir da força da mobilização, os estudantes reunidos em assembléia votaram pela ocupação da reitoria da USP nesta mesma noite.

Agora, com o apoio de Chico de Oliveira e outros professores e intelectuais, com a ameaça de reintegração de posse pela reitoria, é preciso fortalecer a assembléia de quinta-feira às 20h. PSOL e PSTU têm tal obrigação, se querem se reivindicar como partidos combativos, voltar ao movimento e abandonar sua postura de fura-greve. O Ceupes, centro acadêmico de Ciências Sociais está convocando para quinta-feira uma aula publica às 14h em frente ao prédio da reitoria ocupada. Chamamos todos os centros acadêmicos a seguir esse exemplo e independente da posição levantada na assembléia de terça, apoiar a ocupação da reitoria e recompor a unidade do movimento estudantil, massificando nas bases dos cursos o movimento contra a PM e pela retirada de todos os processos e sindicâncias contra estudantes e funcionários.

Artigos relacionados: Juventude









  • Não há comentários para este artigo