Segunda 13 de Maio de 2024

Movimento Operário

GREVE DE PROFESSORES

Abaixo à repressão aos professores em luta! A greve continua! Abertura de negociações já!

27 Mar 2010   |   comentários

Dia 26/03, milhares de professores em greve do estado de São Paulo, saíram mais uma vez às ruas, apoiados por milhares de estudantes, para a exigir seus direitos, aumento de salários e melhores condições de trabalho. Dessa vez o endereço foi a “casa do governador” e, como era de se esperar, seus homens armados da polícia militar, tropa de choque e força tática, não permitiram que os professores chegassem nem perto do Palácio dos Bandeirantes, para não incomodar a tranqüilidade do governo do Estado, que mais uma vez se negou a negociar com os grevistas. Foram horas de confronto com bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha, cacetetes e gás-pimenta para tentar dispersar a manifestação. Dezenas de professores foram feridos e se tem notícias de que alguns se encontram no hospital com ferimentos mais graves.Esse é o diálogo de Serra, não negocia com os grevistas e manda a polícia para “dialogar” à sua maneira!

Porém, os professores mais uma vez mostraram sua combatividade e heroísmo e resistiram bravamente aos ataques da polícia , se mantendo na linha de frente e tentando chegar ao local onde supostamente seria a negociação de sua pauta. A direção do sindicato (PT/CUT), que foi a responsável pelo rebaixamento da pauta sem nenhuma aprovação em assembléia para tentar de uma vez por todas conseguir qualquer migalha que lhes servisse de desculpa para acabar com a greve, do alto do seu caminhão de som bradava que os professores não provocassem a polícia (quem provoca quem?). Essa direção mostrou mais uma vez sua verdadeira face, e enquanto os professores apanhavam, chamava a “não enfrentar o governo”, tentando de qualquer maneira desmoralizar a greve e sufocá-la pelo cansaço. Mesmo assim, os professores decidiram: a greve continua! Agora se trata de tomá-la em nossas mãos e decidir seus rumos de forma democrática com o conjunto da categoria.

Nós, do movimento Classe contra Classe, do grupo de mulheres Pão e Rosas e do Movimento A Plenos Pulmões, compostos por militantes da LER-QI e independentes, estivemos na linha de frente junto aos professores mais combativos, em nenhum momento abandonando-os para se enfrentarem com a polícia isolados e retrocedendo como pedia a burocracia no carro de som. Compusemos também, no ato, uma forte coluna que, juntamente com o PSTU, se tornou uma das colunas mais combativas e animadas do ato, ao canto de “somos todos professores, efetivos temporários. Contra a precarização, igual trabalho igual salário”; “hoje são eles, amanhã seremos nós. Professor e estudante nossa luta é uma só”; “nossa greve continua e o estado vai parar” e “a juventude já avisou, é estudante apoiando professor”.

Porém, e infelizmente, essa política do PSTU em se unificar com os setores mas combativos não teve continuidade no carro de som. Mesmo depois de toda a repressão, depois das negociações frustradas, depois da direção do sindicato ter rebaixado a pauta e terem acusado os professores de provocadores, nem assim o PSTU denunciou o papel nefasto dessa direção. Não falaram nenhuma palavra sobre o papel dessa direção e nem fizeram a necessária denúncia do governo Lula, ao qual essa direção é ligada até a medula. Chamamos os professores do PSTU e da Conlutas que se unam a nós e lutemos juntos para que os professores tomem as decisões da greve em suas mãos a partir das assembléias de base, lutando conseqüentemente por toda a pauta da categoria. Reforçamos nossa proposta de convocação de uma plenária com os setores mais combativos de professores que vem se forjando nessa luta para construir uma verdadeira alternativa à direção do sindicato.

Abaixo a repressão aos professores em luta!

Abertura de negociação já, de toda a pauta dos professores! Nenhum acordo rebaixado! Que na pauta de reivindicações, junto com o reajuste salarial de 34,3%, tenha centralidade, a luta contra a precarização e a efetivação de todos os professores temporários!

Assembléias nas escolas que elejam delegados que levem nossas posições à frente nos comandos de greve, assembléias regionais e estaduais!

Por uma verdadeira assembléia geral dia 31/03 (quarta) composta por delegados mandatados pela base para discutirmos a greve e elaborarmos um verdadeiro plano de ação!

Artigos relacionados: Movimento Operário









  • Não há comentários para este artigo