Sexta 26 de Abril de 2024

Internacional

A vigência de Trotsky nas lutas do presente

26 Aug 2012   |   comentários

Nesta seção que inauguramos há alguns números do La Verdad Obrera (semanário publicado pelo PTS - Argentina), sintetizamos as principais batalhas do PTS no movimento operário e da juventude. Nesta edição, destacamos as homenagens à Leon Trotsky no 72º aniversário de seu assassinato e em especial, o Ato que realizamos na Casa Museu Leon Trotsky, no México. Além disso, relatamos o combate ideológico que viemos dando pelo marxismo e nossas batalhas na luta de classes e no movimento estudantil universitário.

Na Argentina, as patronais, seus meios de comunicação e a burocracia assinalam àqueles que sustentamos posições de independência de classe e de luta consequente como os “troskos”. Não é casual que seja assim. Retomar o legado de Trotsky é para nós, lutar pelo que eles mais temem: a revolução, o poder dos trabalhadores e a expropriação dos capitalistas para traçar o caminho à libertação da humanidade de toda exploração e opressão. Orgulhosos de levantar essas bandeiras, sob o título de “Trotsky vive em nossas lutas”, a Juventude do PTS junto com a regional Capital realizará um Ato homenagem aos 72 anos do assassinato de Leon Trotsky, na faculdade de Ciências Sociais da UBA.

Seu legado tem vigência nos combates atuais, por isso serão protagonistas centrais as referências que hoje encabeçam as lutas cotidianas do movimento operário e de juventude. Entre os oradores estarão o dirigente da ala classista do metrô, Claudio Dellecarbonara e Christian Castillo, principal porta voz de nosso partido, ambos dirigentes nacionais do PTS. Também falarão dirigentes operários e estudantis da juventude: Jennifer Wainberg, Secretária Geral do Centro de Estudantes de Filosofia e Letras (UBA) e Giovanni, jovem trabalhador da comunidade boliviana e organizador da juventude precarizada.

No resto do país, serão realizados atos e homenagens com o mesmo conteúdo de reivindicação de sua vigência nas lutas do presente. O próximo será na zona sul, sábado, dia 1º de setembro no Círculo Friulano de Avellaneda onde falarão José Montes, dirigente nacional do PTS, Flavio Bustillo, dirigente ferroviário da Agrupação Bordô da FFCC Roca e Magui Vogt da Juventude do PTS. Em Neuquén, Rosário e outras regiões se preparam atos para setembro, que anunciaremos nos próximos números. Estes eventos são parte de uma intensa atividade não somente nacional, mas também em outros países ontem tem presença nossa corrente internacional, a Fração Trotskista – Quarta Internacional. Temos o orgulho de ter organizado em comum com a Casa Museu “Leon Trotsky” do México o ato oficial de homenagem no Distrito Federal.

Na batalha pelas ideias do marxismo

Nossa luta pela vigência do legado dxe Trotsky e do marxismo não se expressa somente nos necessários combates de luta de classes. Sem o estudo crítico da experiência histórica e a permanente atualização das ideias do marxismo revolucionário, os explorados estamos condenados a começar sempre do zero.

Por isso temos impulsionado o Centro de Estudos e Investigações e Publicações Leon Trotsky que desde sua fundação, em 1998 se dedicou ao trabalho de investigação, elaboração e difusão da vida e obra do revolucionário russo. Como parte de nossa tarefa temos traduzido para os países de língua espanhola grande quantidade de documentos que permaneciam inéditos em nosso idioma e publicado para além disso, dezenas de livros com trabalhos preliminares, boletins eletrônicos e cadernos, tentando aproximar as novas gerações do acervo de Leon Trotsky. Temos contado com o apoio de Al Richardson, Pierre Broue, entre outros investigadores e o destacado respaldo de Esteban Volkov, neto de Trotsky. Este ano temos tomado em nossas mãos o desafio da publicação das obras escolhidas junto ao Museu Casa “Leon Trotsky”. Nos próximos dias, sairá uma nova edição de “Minha Vida”, uma tentativa autobiografica em 1929, depois que Stalin ordenou sua expulsão da URSS, que se soma à recente edição de “Stalin, o grande organizador de derrotas”.

Também temos posto de pé o “Instituto do Pensamento Socialista – Karl Marx”, que vem realizando cursos, seminários e investigações para difundir o marxismo revolucionário. Como parte de seu projeto editorial, saíra Às ruas nos próximos dias uma edição de bolso da clássica obra de David Riazanov “Marx e Engels”.

Durante o ano, a maioria da militância do PTS participou de seminários em todo país onde se debateram as ideias d eLEon Trotsky, sobre sua concepção de estratégia, a teoria da revolução permanente e também sobre a história das revoluções.

Por sua vez, nos próximos dias sairá o número 28 da revista Estratégia Internacional onde apresentaremos uma série de elaborações sobre a situação mundial a cinco anos do inicio da crise capitalista e as perspectivas que nos são colocadas aos revolucionários, sobre teria marxista e estratégia, que incluem uma prévia do livro “Clausewitz, o marxismo e a questão militar” onde realizamos um contraponto entre o pensamento estratégico de Trotsky e Gramsci e a relação entre lutas defensivas e ofensivas do proletariado em sua preparação para a insurreição e a tomada do poder.

Na luta de classes e nas batalhas do movimento estudantil

As lições estratégicas deste intenso combate ideológico pelo marxismo, para nós são inseparáveis das lutas cotidianas que damos como trotskistas junto à vanguarda operária e nas batalhas do movimento estudantil.

Nesses dias, a luta dos operários e operárias de Kraft teve um desenlace parcial, no marco da “guerra de desgaste” contra todas expressões antiburocráticas no movimento operário. Nesta estratégia, os patrões da alimentação agrupados na COPAL estão à frente, como demonstra seu porta-voz, o advogado Julián De Diego e seus ataques constantes às organizações de base dos trabalhadores. A ação dos trabalhadores de Kraft, como o corte em Corrientes e 9 de Julio, precedido por outros cortes da Panamericana e três meses de luta na fábrica, conseguiu frear a ofensiva da patronal imperialista. Conseguiram um acordo que implica na devolução dos descontos ilegais que vinha realizando e uma mesa de negociação sobre os pontos da petição apresentada pela Comissão Interna. O PTS e sua juventude “colocou o corpo” no corte, apoiando à CI com delegações de trabalhadores e estudantes. A conquista de ter parado esta patronal tem uma importância central. Colaborar em sustentar a moral e as posições do classismo, participando de uma ação conjunta dos trabalhadores e da juventude que também enfrentou o governo nacional e forçou o acordo, foi o aporte de nosso partido em um momento difícil e decisivo desta luta.

Na Faculdade de Sociais da UBA, a Juventude do PTS, junto a centenas de estudantes, está em luta acompanhando a paralisação docente contra a tentativa da reitoria de aposentar mais de 650 professores em toda a UBA. Em uma assembleia massiva de estudantes resolveu-se como primeira medida, apesar da oposição da direção do CA (La Mella), a ocupação da faculdade por 24 horas, com aulas públicas. De fundo, para nós, trata-se de uma luta contra a política educacional do governo na perspectiva de construir um movimento estudantil auto organizado e militante que seja independente das camarilhas e de todas variantes capitalistas, que se proponha unificar-se com o movimento operário.

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