Quinta 18 de Abril de 2024

Internacional

ARGENTINA

As batalhas do PTS no cenário nacional

21 Jun 2012 | Publicado originalmente no La Verdad Obrera - semanário do PTS - organização irmã da LER-QI na Argentina.   |   comentários

Inauguramos esta seção que acompanhará os editoriais regulares de La Verdad Obrera que contém as análises da realidade nacional e nossas respostas políticas e programáticas. Aqui sintetizamos as principais batalhas do PTS no movimento operário e na juventude, no caminho da construção de um partido revolucionário em nível nacional e internacional.

Inauguramos esta seção que acompanhará os editoriais regulares de La Verdad Obrera que contém as análises da realidade nacional e nossas respostas políticas e programáticas. Aqui sintetizamos as principais batalhas do PTS no movimento operário e na juventude, no caminho da construção de um partido revolucionário em nível nacional e internacional.

Na luta de classes e na batalha por uma corrente nacional classista

No marco do novo cenário político e da luta de classes aberta a partir da paralisação dos caminhoneiros (ver página 2), no sindicato da alimentação, nas comissões internas [de fábricas] classistas onde tem peso dirigente o PTS como parte da lista [chapa] Bordó, vem travando uma batalha contra a política de Daer [burocrata sindical da alimentação] de negociar pelas costas dos trabalhadores.

A luta começou na quinta-feira e na sexta-feira passada com bloqueios de avenidas realizados pelos trabalhadores da Kraft, PepsiCo, Stani e Bonafide (nas avenidas Panamericana, Henry Ford e diante da Granix). Continuou depois com a paralisação de quatro horas por tuno que a burocracia se viu obrigada a convocar na sexta-feira. Os aliados de Daer fizeram pouco ou nada para garantir essa paralisação. Os únicos lugares onde se concretizou de maneira contundente foram nas fábricas influenciadas pelos classistas. Nestas empresas os operários votaram em assembleias as formas e horário da paralisação, de acordo com suas decisões e não com o “decreto” dos burocratas.

No fechamento desta edição, com a paralisação dos caminhoneiros em curso e enquanto os correligionários de Daer anunciavam oralmente um suposto “pré-acordo”com os patrões de 27,5% o turno da noite da Kraft votava em assembleia não apenas rechaçar e continuar a paralisação de quatro horas na quinta-feira como também apoiar a greve dos caminhoneiros e exigir greve e plano de luta nacional contra o imposto sobre os salários, os tetos salariais das datas-base [paritárias] e pelo fim da precarização trabalhista (ver página 5).

A oposição classista da alimentação aparece novamente como uma referência nacional de luta contra a burocracia, os patrões e o governo, enquanto se prepara para participar na Conferência Nacional de Trabalhadores convocada pelo PTS no estádio Ferro.

O ataque ao salário e a deterioração das condições e vida estende a bronca entre os trabalhadores e se forem convocados mostrarão maior disposição de luta. Isso se pode ver num amplo processo de debater aberto nas bases operárias que perpassa desde os engenhos de Jujuy, os metalúrgicos de Córdoba (onde a crise mais incide), chegando às grandes concentrações do proletariado industrial da Zona Norte da Grande Buenos Aires.

A Conferência Nacional de Trabalhadores ganha grande relevância. Estamos num momento chave para deliberar e decidir quais são os desafios e objetivos que devemos nos dar para estender a esquerda classista em todo o movimento operário. Devemos lotar o Estádio Coberto de Ferro para construir uma alternativa à burocracia sindical, que lute pela independência política da classe trabalhadora.

Isso implica também a decidida participação em cada instância de luta e mobilização, como nesta semana na marcha de 10 anos do assassinato de Darío Santillán e Maximiliano Kosteki (ver contracapa), assim como na paralisação nacional da ATE [associação de trabalhadores estatais] convocada para o dia 27/06 e, se concretiza, na paralisação nacional e mobilização à Plaza de Mayo convocada por [Hugo] Moyano [NdT:dirigente-mor da CGT].

No calor destas lutas estamos realizando atividades em todo o país, preparando as delegações para participar da Conferência do dia 8 de julho em Ferro (ver páginas centrais).

Na luta pela recuperação dos sindicatos

Nas recentes eleições do sindicato Jabonero [NdT:sabonete, cosméticos etc.] a lista Bordô, encabeçada por nosso companheiro Franco Villalba, obteve 37% dos votos nas fábricas da Capital e da Grande Buenos Aires, onde e concentra a imensa maioria das empresas da categoria. Conseguimos este resultado depois de superar os entraves e obstáculos impostos pela burocracia que neste caso chegou ao cúmulo de não colocar urnas nas fábricas, obrigando os trabalhadores a ir votar na sede do sindicato. Este resultado é outro grande ponto de apoio para estender o classismo no movimento operário industrial (ver páginas centrais). Previamente foram os 40% obtidos pelos classistas gráficos (frente Bordô-Laranja) na estratégica zona norte da GBA, depois a batalha contra Daer na alimentação, na qual a “Bordô” obteve 40%. Como na campanha da alimentação, a juventude do PTS desempenhou um papel destacado para alcançar este importante resultado entre os“jaboneros” classistas.

Na tribuna parlamentar da esquerda, na legislatura neuquina

No governo se propõe uma ofensiva contra a ação direta, os piquetes e as greves, como vimos nas ameaças contra os caminhoneiros, na utilização da Gendarmeria [NdT: força policial nacional] e na abertura de processos judiciais. Como parte da luta contra essa ofensiva repressiva, a bancada parlamentar da FIT [Frente de Esquerda e dos Trabalhadores] em Neuquen lançou uma campanha contra os processos dos protestos sociais que vem tendo grande repercussão na imprensa de Neuquen e do Alto Valle. A denúncia apresentada por Alejandro López, deputado estadual da FIT, trouxe à tona não apenas a perseguição aos trabalhadores que bloqueiam ruas e avenidas por suas reivindicações mas também a aguda situação de falta de moradia que atinge a população. Muitas das causas judiciais são contra quem ocupa terrenos. Defendendo o direito ao protesto e as reivindicações dos setores mais atingidos dos trabalhadores e do povo, a bancada da FIT continua sendo um ponto de referência e apoio à luta operária e popular (ver página 6).

No combate por uma juventude pró-operária, revolucionária e internacionalista

A “Juventude do PTS” acaba de realizar uma grande jornada de mobilização e luta política com um ato internacionalista na sexta-feira (15) em Buenos Aires. Participaram mais de 1.200 companheir@s e os oradores principais foram os dirigentes do movimento estudantil chileno – Bárbara Brito e Fabián Puelma. Ambos militam na corrente irmão do PTS no país irmão. Seu papel destacado na luta do movimento estudantil é parte da batalha pela construção de um forte partido revolucionário no Chile, que se coloque a apaixonante tarefa de fazer emergir o trotskismo num país onde o reformismo stalinista foi hegemônico por décadas na esquerda.

No dia seguinte a este evento, as regionais de Córdoba e Rosário estiveram presentes com mais de 200 companheir@s no Congresso burocrático da FUA [NdT:federação universitária da argentina] em Córdoba. Ali também se realizou um ato onde junto a@s jovens do PTS tomaram a palavra @s companheir@s chilenos. Na terça-feira (19), em Rosário, mais de 250 companheir@s se concentram em outro ato que também contou com a presença de Bárbara e Fabián. A “Franja” [NdT: Franja Morada, agrupamento estudantil dos “radicais”, ligado ao partido burguês Unión Cívica Radical – UCR] e o kirchnerismo [NdT: adeptos do falecido presidente Néstor Kirchner, marido da atual presidente Cristina Kirchner] têm uma política de esvaziamento das federações e dos centros estudantis, à qual agora se soma a política K de criar uma inexistente FUA paralela, atrelada ao governo nacional. Os atos e a intervenção no congresso da FUA mostraram uma das experiências mais avançadas do movimento estudantil em nível internacional, numa batalha que não é apenas pela educação mas contra todo um regime político odiado, herança do Chile pinochetista. Para a Argentina e nossa juventude teve a relevância de mostrar o exemplo de um movimento estudantil na ação, oposto pelo vértice às burocracias estudantis radicais ou kirchneristas que ao lado das camarilhas acadêmicas cumprem a função de conter o movimento estudantil para que não tenha peso junto aos trabalhadores na vida política nacional (ver suplemento“Revolución” da Juventude do PTS).

Esta juventude pró-operária que se lançou com tudo no apoio à esquerda classista nas fábricas também se prepara para participar massivamente na Conferência Nacional de Trabalhadores em Ferro.

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