Domingo 28 de Abril de 2024

Juventude

JUVENTUDE TRABALHADORA

A luta da juventude pelo direito ao emprego e educação

13 May 2009   |   comentários

Em recente pesquisa, o IBGE aponta que 21,1% de jovens que tem entre 16 e 24 anos estão desempregados. Vemos que com o avançar da crise capitalista a situação da juventude tende a se tornar cada vez mais precária.

A crise da economia capitalista desnuda a condição do jovem brasileiro: a ociosidade gerada pela falta de emprego. O jovem perde a chance de ingressar no mercado de trabalho por falta de experiência, algumas vezes por morar muito longe do centro, outras por não ter a qualificação desejada.

Num artigo intitulado “Nem qualificação dá chance de emprego aos mais jovens” , a Folha de São Paulo aborda esse problema, mostrando que a população jovem da periferia passa dias inteiros sem nada para fazer, presa dentro de seu próprio bairro, vitima da falta de emprego, apesar de muitos desses jovens terem feito cursos rápidos de qualificação ou até mesmo de serem estudantes universitários. Além disso, muitos dos empregos que aparecem são falsos como relata um jovem morador da periferia do Rio de Janeiro: “Há seis meses procuro emprego. Qualquer um. Na semana passada, fui atrás de um anúncio falso. Eu teria que convencer alguém na rua a comprar um eletrodoméstico que não existia para conseguir a vaga. Só me aparecem arapucas” . (Rúbio Catrinck, 19, fez cursos de informática básica e de manutenção de computadores.)

No mesmo artigo da FSP, o estudante universitário Victor Jacinto da Silva, 22, que está desempregado há dois meses conta que “depois de trabalhar como copeiro, auxiliar e vendedor, procura emprego dentro de sua área de estudo: gestão da tecnologia da informação.

Filho de pai taxista e de mãe doméstica, atribui ao fato de morar a 50 km do centro do Rio parte do desinteresse por seu currículo. Ele pesquisa as ofertas de emprego e envia o currículo pela internet, mas, até agora, não teve, segundo diz, ""nenhum feedback". ""Levo duas horas para chegar ao centro do Rio, e a passagem custa R$ 4,50. Quem vai me contratar podendo escolher um candidato mais perto?".

Essa é a dura realidade da juventude brasileira, que na esperança de conseguir um emprego melhor, deixa grande parte dos ganhos de sua família em cursos de qualificação, ou até mesmo em cursos universitários. Quando alguns desses jovens conseguem emprego, acabam tendo que se sujeitar as piores condições de trabalho, algumas vezes como estagiário, ganhando um salário mínimo, e outras vezes até menos que isso, trabalham como “aprendiz” , isso quer dizer que devem fazer de tudo que os funcionários efetivos fazem, mas ganhando uma miséria de “ajuda de custo” .

Essa realidade mostra que os cursos profissionalizantes e as novas universidades privadas só servem para encher o bolso dos capitalistas da educação, que vendem à juventude o sonho de uma vida melhor. Sabemos que no capitalismo jamais existirá emprego para todos, ainda mais agora nesse momento de crise profunda. Temos que exigir educação pública de qualidade para toda a juventude. Além disso, devemos exigir um trabalho digno a todo jovem.

Somente com a organização de nossas fileiras conseguiremos impor que nossas demandas sejam atendidas.

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