Terça 30 de Abril de 2024

Movimento Operário

LUTA DA UNIÃO

Você se lembra da luta das terceirizadas da União na USP? Ela não acabou!

14 Aug 2012   |   comentários

No dia 14 de agosto haverá uma audiência das trabalhadoras da UNIÃO e a USP. Para esse dia chamamos um grande ato, sabendo que não pode haver nenhuma ilusão de que a justiça pode julgar a favor dos trabalhadores, senão por via da mobilização.

No ano passado, as greves de trabalhadores da construção civil de Jirau e Santo Antônio, assim como a greve de trabalhadoras da empresa terceirizada de limpeza UNIAO, que prestava serviços na USP, escancararam para todo o país as condições de trabalho que seguiam escondidas no Brasil “país do futuro”. Os trabalhadores precarizados, que seguem lutando como agora em Suape, mostram a falácia da mal chamada nova classe média, ou “nova classe C”. É composta, na verdade, por uma nova classe trabalhadora precarizada, ou seja, sem os direitos históricos de organização, mobilização, estabilidade, conquistados pela classe trabalhadora em suas lutas.

Com o fim do contrato da empresa UNIAO com a USP, os trabalhadores e trabalhadoras contratados por ela se viram subitamente sem salários. A empresa desapareceu e não quis pagar os direitos desses trabalhadores, uma prática rotineira que as empresas terceirizadas tentam impor. Em luta e com o apoio do Sintusp e de estudantes, os trabalhadores e trabalhadoras conseguiram impor o pagamento dos salários atrasados. Entretanto, boa parte de seus direitos de fundo de garantia, férias, etc, ainda não foram pagos pela empresa. Com a abertura de um processo contra a USP e a empresa, essas trabalhadoras seguem lutando pelo pagamento de seus direitos, e no dia 14 de agosto terão uma audiência, onde o jurista Jorge Luis Souto Maior testemunhará denunciando as ilegalidades da terceirização, que escraviza, humilha e divide os trabalhadores.

Para esse dia chamamos um grande ato, sabendo que não pode haver nenhuma ilusão de que a justiça pode julgar a favor dos trabalhadores, senão por via da mobilização. Por isso, esse é mais um momento para que os trabalhadores efetivos e a juventude se coloquem ao lado de todos os terceirizados e terceirizadas, em defesa de seus empregos e contra a terceirização. Encaramos essa luta como parte da batalha pela incorporação imediata de todos os terceirizados sem a necessidade de concurso publico – pois estes já demonstraram conhecimento para exercer suas funções. A luta pelo fim da terceirização, por igual salário e igual trabalho está só começando, e deve ser assumida por todos os estudantes e pelos trabalhadores efetivos de todo o país. Nós da LER-QI não assumimos para nós a luta contra a terceirização por assistencialismo, mas sim pelo caráter estratégico que tem a relação com os setores mais explorados da classe e a luta pela unidade da classe trabalhadora.

O momento em que convocamos esse ato é o mesmo no qual mais de 40 mil trabalhadores da construção civil de Suape se colocam novamente em movimento, em uma greve que tiveram que se enfrentar com a burocracia sindical, que junto aos governos tentam impedir esses movimentos de avançar, pois sabem, que com a aproximação da crise no Brasil, é preciso endurecer a repressão sobre os trabalhadores para garantir a mordaça frente a cada ataque imposto pela burguesia para tentar fazer com que paguemos pela crise.

As trabalhadoras da UNIAO já demonstraram anteriormente seu amplo apoio aos trabalhadores de Jirau e Santo Antônio. Reforçamos que cada mobilização de trabalhadores não deve se dar isoladamente, e declaramos novamente nosso apoio à greve dos trabalhadores de Suape e exigimos justiça pelas mortes e torturas de Jirau e Santo Antônio, bem como o fim da repressão e punição dos responsáveis.

É preciso eliminar o profundo fosso criado no Brasil entre os trabalhadores brancos e negros, que desde a abolição sem reforma agraria, lançou os negros a condição de paria social, amontoando-se em favelas, sujeitos aos piores salários nos grandes centros, alvo do trabalho precário em todo o país.

Artigos relacionados: Movimento Operário









  • Não há comentários para este artigo