Sexta 3 de Maio de 2024

Internacional

PANORAMA REGIONAL

Um panorama da mobilização em Barcelona, Zaragoza e Terrasa

31 May 2011   |   comentários

Barcelona: primeiras “expedições” de jovens para as empresas

Por Cynthia Lub, CcC

Na capital catalã, a mobilização dos “indignados” foi das mais massivas do Estado. Depois de uma manifestação de 15.000 pessoas no domingo dia 15 de maio, na segunda-feira 16, uma primeira reação de solidariedade com os companheiros de Madri reuniu 200 jovens. Ao longo da semana o número foi crescendo exponencialmente, 600 na quarta-feira, 5.000 na quinta-feira e mais de 15.000 na sexta-feira e no sábado. Durante esta semana se estão mantendo panelaços e assembléias diárias de 5.000 pessoas. Os companheiros de CcC somos parte desde a primeira jornada, participando também nas discussões das comissões, debates e assembléias gerais e de algumas das ações mais progressivas dirigidas à classe trabalhadora.

Defendemos a necessidade de formar comissões que vão em “expedição” às grandes empresas e nos somemos a todas as mobilizações que se vão realizar nas próximas datas, como a manifestação dos trabalhadores da saúde. Participamos da primeira expedição com mais de 50 jovens a Santa Perpétua de la Moguda (25km de Barcelona) para apoiar os trabalhadores de Alstom. Esta multinacional francesa que fabrica ferrovias quer deixar na rua 40% de seu plantel, ao redor de 400 trabalhadores. Estendemos um cartaz com o lema “Viva a Luta Operária. Vamos Alstom” e fomos distribuindo panfletos de solidariedade aos trabalhadores dos turnos da manhã e da tarde, entre aplausos, gritos de apoio e chamados para que forjássemos a unidade da classe trabalhadora e da juventude.

Inspirados no exemplo de Maio de ’68 estamos tratando de que se multipliquem as “expedições” a empresas como uma forma de subverter a “ordem” dos locais de trabalho, onde os dirigentes sindicais mantêm os trabalhadores na mais absoluta passividade ou isolando suas lutas. Outro fato muito significativo foi a chegada de uma delegação de 150 trabalhadores da Telefonica à praça para realizar ali um proteto contra o anúncio de demissão de 25% do plantel, mais de 8.000 trabalhadores. Por último, ao fechamento desta edição, estamos constituindo uma “comissão pró-greve geral” para redobrar os esforços nesta direção.

Zaragoza: a “comissão de trabalhadores” se dirige aos motoristas de ônibus em greve, à GM e às bases dos sindicatos

Por Asier Ubico, CcC

Em Zaragoza a 15 de maio se realizou uma mobilização massiva de 5.000 pessoas. Os companheiros de CcC, junto com o Sindicato de Estudantes de Esquerdas e distintas seções sindicais da CGT (entre elas, a de Telepizza) e outros jovens trabalhadores estivemos convocando-a e organizando-a em institutos, faculdades e empresas. Era uma das resoluções do Encontro da Juventude trabalhadora e estudantil da qual fomos parte impulsora do último 7 de maio e que serviu para formar um cortejo de classe na mesma mobilização, assim como fortalecer a organização da juventude, rodear de solidariedade as lutas e somar-se ao combate contra os cortes do Governo e da burocracia pactista.

Durante a semana passada a mobilização foi-se massificando até reunir mais de 10.000 pessoas na praça do Pilar. Um grande panelaço que vinha desafiar a proibição dos acampamentos. Desde o primeiro dia se está tratando de que os indignados confluam com os setores de trabalhadores em luta. Na primeira assembléia de 200 pessoas, na terça-feira dia 17, falou Javier Anadón, presidente do Comitê de Empresa de TUZSA (ônibus urbanos). Aprovou-se unanimemente que a manifestação da quarta-feira, 18, em apoio a TUZSA se concluísse na assembléia desse dia, duplicando-se sua assistência com a presença de muitos trabalhadores.

Os companheiros de CcC participamos da Comissão de estudantes e na de trabalhadores, e entre ambas se realizou uma participação solidária no piquete dos motoristas de ônibus pelas paralisações que realizaram no último domingo. A “comissão de estudantes” tem uma forte presença de jovens secundaristas e universitários e querem realizar assembléias em institutos e faculdades. Na “comissão de trabalhadores” há companheiros jovens precarizados, como os de Telepizza e os subcontratados da prefeitura, docentes e trabalhadores industriais de diferentes sindicatos e não-sindicalizados. Esta semana se realizarão “expedições” à GM (principal empresa de Aragão, com 8.000 trabalhadores) e às sedes dos sindicatos majoritários para exigir a greve geral e falar com os afiliados de base animando-os a somar-se à luta e a rebaixar seus dirigentes traidores.

Terrasa. Importante participação operário-estudantil

Por Faouzi Hiliba

A cidade de Terrasa é uma de muitas cidades do Estado espanhol e da Catalunha que se somou aos acampamentos contra o sistema político, econômico e social. Através das redes sociais saiu uma convocatória para o dia 18 em solidaridade comos outros acampamentos. A convocatória teve muito êxito com mais de 500 participantes. Entre eles trabalhadores em luta como os da saúde e estudantes, que já lutam há muito contra os cortes. Também acudiram imigrantes e desempregados. Todos participamos depois em uma assembléias geral onde se decidiu acampar no dia seguinte.

Nos dias seguintes os acampados fomo-nos organizando em comissões e subcomissões (comunicação, atividades, infra-estruturas, organização, coordeenação…). Também se organizaram debates sobre diferentes assuntos como meio-ambiente, sufocados pelo aluguel, saúde, educação e imigração.

O lugar do acampamento é um local simbólico (Raval de Montserrat), em frente à prefeitura, que se chama agora Praça do Povo. A participação chegou a superar as 2.000 pessoas no fim de semana. Mas quiçá o mais importante foi a manifestação dos secundaristas no dia 25 quando acudiram à praça mais de 1.000 estudantes, que depois se dirigiu até Mutua (hospital) para apoiar a concentração dos trabalhadores da saúde.

No próximo domingo se celebra uma assembléia geral para decidir o futuro o acampamento.

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