Sábado 4 de Maio de 2024

Movimento Operário

Vº CONGRESSO DOS TRABALHADORES DA USP

Um importante passo para avançar no classismo

24 Nov 2009   |   comentários

O V Congresso Estatutário dos trabalhadores da USP aconteceu nos dias 12 e 13 de Novembro e reuniu cerca de 130 delegados eleitos nas unidades de ensino e trabalho e também na assembléia geral de associados do sindicato. O Congresso ainda teve que ser adiado em um dia, pois a escolha do reitor no segundo turno foi suspensa no dia 10/11 e retomada dia 11/11 após a manifestação em frente a reitoria que denunciou o processo antidemocrático e que por fim conseguiu impedir a realização da escolha. O novo reitor da USP só pode ser escolhido sob as botas da polícia militar, o que escancarou ainda mais seu caráter antidemocrático no Memorial da América Latina, sob novo protesto de trabalhadores, estudantes e manifestantes do MTST que exigiam o fim da repressão na universidade e nas periferias, dissolução do reacionário conselho universitário e uma estatuinte livre e soberana para democratizar radicalmente a USP e colocá-la a serviço dos trabalhadores e da população pobre.

Foi nesse espírito que o Congresso abriu seu primeiro dia de trabalho, com a mesa de discussão sobre a conjuntura nacional e internacional na parte da manhã, onde localizamos que no atual estágio da crise capitalista é urgente que os trabalhadores se unifiquem para além de suas categorias para que os capitalistas não continuem descarregando essa crise sobre nossas costas. Também reafirmamos o caráter internacional da classe trabalhadora e a necessidade de que nosso sindicato avance no internacionalismo e no classismo militante. Na parte da tarde foi discutido a universidade, os ataques que nosso sindicato vem sofrendo e a necessidade de se impulsionar nacionalmente uma ampla campanha contra a repressão a todos os ativistas e lutadores sociais.

No segundo dia do Congresso partimos para a discussão e deliberação das emendas e alterações em nosso estatuto, momento no qual travamos uma importante luta política para aprovar alterações que avancem no caráter classista de nosso sindicato, à luz das discussões do dia anterior. Ainda que não tenhamos conseguido aprovar todas as medidas que julgamos necessárias para que o Sintusp assuma cada vez mais esse perfil classista e se torne um sindicato ainda mais combativo, achamos que foi fundamental a aprovação de tais medidas:

1.A rotatividade dos dirigentes liberados a cada 3 anos (1 mandato), a serem discutidas as exceções em reunião da diretoria com aprovação de assembléia
2.Aprovamos que as assembléias são a máxima autoridade da categoria e que o não cumprimento de suas resoluções será punida conforme prevê nosso estatuto
3. Aprovamos um prólogo ao estatuto (introdução política a um documento muito jurídico) com as tarefas do sindicato que termina co m a necessidade de acabar com a sociedade capitalista de exploração;
4.Aprovamos uma moção à Conlutas que estabelece que o Sintusp tem que dar uma luta em seu interior para que assuma um curso combativo priorizando a luta de classes, e que os participantes do Sintusp na Conlutas tem que ser eleitos na categoria, tem que intervir com mandato e informar a categoria das discussões e resoluções.
5.Ainda que não aprovamos nossa moção de abrir um debate da necessidade da classe operária de se organizar num partido, aprovamos a liberdade das tendências e organizações de esquerda.
6.Aprovamos a revogabilidade do CDB por maioria simples nas reuniões de unidade.
7.Aprovamos a criação de uma secretaria de mulheres com um encontro anual que faça um chamado a outras categorias e;
8.Também aprovamos o fim da perpetuação ilimitada dos demitidos políticos no sindicato (se forem diretores do sindicato podem continuar por apenas mais 1 mandato de 3 anos).

Esse Congresso também foi muito importante para que os trabalhadores da USP se delimitem claramente dos setores governistas que quiseram sem sucesso nos taxar de “autoritários” com as medidas de punição que aprovamos por ampla maioria contra os que desrespeitam as resoluções de assembléia e também contra os oportunistas e carreiristas da dita oposição de esquerda (Tese 2 do PSOL) PSOL que foram vaiados mais de uma vez e acabaram o Congresso com o rabo entre as pernas.

Nesse sentido, a avaliação inicial que fizemos é que os companheiros da LER-QI cumpriram um papel fundamental neste congresso e que conseguimos manter uma frente única em vários pontos progressivos com os companheiros do Coletivo Piqueteiros e Lutadores. Nossa intervenção foi marcada nos dois dias por uma clara posição de colocar nosso sindicato cada vez mais no campo da independência de classe, do classismo e do internacionalismo militante e contra o governo, a reitoria e a burocracia. A partir dessas resoluções continuaremos discutindo os demais pontos que apresentamos para o Congresso com o objetivo de que o Sintusp se coloque cada vez mais a serviço da unificação das fileiras operárias.

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