Palavra Operária

Na terça-feira 16 de fevereiro, os trabalhadores da refinaria Total de Dunquerque, em greve há um mês pela manutenção de empregos, romperam um cordão de segurança privada e ocuparam os escritórios administrativos da refinaria. Ao fim do ultimato emitido pelos sindicatos, na quarta-feira 17 de fevereiro, começou uma greve ilimitada com ampla participação dos trabalhadores nas seis refinarias de petróleo da Total em solidariedade com os trabalhadores de Dunkirk. No entanto, na noite de terça-feira, após mais de nove horas de negociação na sede da empresa no bairro empresarial de La Défense, em Paris, a liderança da maioria da CGT e da Força Operária solicitou a suspensão das greves, cedendo a pressões do governo. Eles estavam consciente de que uma nova extensão da greve dos trabalhadores, determinados a bloquear a distribuição de combustível poderia paralisar a economia quase de imediato e ameaçar a viabilidade de seu mandato.

As negociações são uma vergonha. Apesar da força do movimento, o proprietário da Total confirmou o encerramento da refinaria de Dunquerque, “prometendo ao mesmo tempo” não fechar outra refinaria nos próximos cinco anos. Essa negociação foi corretamente descrita pelo delegado dos trabalhadores Philippe Wullens, que participou nas negociações com a administração, em Paris, como segue: "Estou muito desapontado, mas vamos até o final. Houve alguns desenvolvimentos positivos, na terça-feira, sobre a continuidade de outros lugares, mas a palavra de continuidade não tem nenhum valor. Para os trabalhadores, isso significa que você está no CDD (contrato temporário) por cinco anos ... e depois? "(Le Monde, 24 / 2). Inclusive, essas promessas podem ser papel molhado nos próximos meses ou anos, no marco do excesso de capacidade no setor, que na Europa deve fechar entre 10% e 15% das 114 usinas existentes, para além da política sistemática da patronal de deslocar estas atividades aos países com menos regulamentações ambientais, como a Arábia Saudita. Regionalmente, o previsto encerramento da refinaria de Flandres, será um golpe muito duro para a economia de toda a área, e deixou a maior parte do pessoal empregado por terceirizados, cerca de 400 trabalhadores, fora do trabalho, já que para eles não haverá recolocação. Novamente, as direções sindicais salvaram o governo Sarkozy, ao quebrar a solidariedade de classe mais elementar, deixando os trabalhadores de Dunkirk no isolamento.

Não é surpreendente que uma direção atada até o pescoço ao imperialismo francês, e que pela boca de Bernard Thibault, líder da CGT nacionalmente, mostrou a luta do Total de domingo antes de ser entregue como uma luta não só para os interesses dos trabalhadores na empresa, mas que “também estavam envolvidos interesses econômicos e estratégicos do nosso país." Este é o significado da "mesa redonda sobre o futuro do setor energético na França" que os sindicatos exigiu e obteve, uma política nacional que visa fazer o ajuste do excesso de produção mundial ser pago pelos trabalhadores em outros países.

No longo prazo, a única maneira de garantir a manutenção de todos os empregos dos funcionários e trabalhadores terceirizados é a nacionalização sem indenização sob controlada pelos trabalhadores das empresas petrolíferas Total. No futuro imediato, a tarefa é cercar de apoio ativo os trabalhadores de Dunkirk, que foram esfaqueados nas costas pela burocracia sindical, para impedir o encerramento da refinaria Flandres. Frente à política de colaboração de classe das direções sindicais majoritárias é fundamental impulsionar o caminho da coordenação e o chamado da CGT Philips Dreux quando diz: "É a luta como um todo que vai garantir nossos empregos e proíbem as demissões.

Para vencer, vamos encontrar os laços com os trabalhadores em outras empresas, ameaçados de desmissão (...) Essa convergência de lutas é a tarefa que nos espera nos próximos dias e semanas por vir ’(Comunicado de 22/02 / 2010).

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