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Sintusp aprova convocatória de encontro regional de trabalhadores para enfrentar a crise

15 Nov 2008   |   comentários

A mídia burguesa tem feito enorme estardalhaço em torno dos trilhões de dólares que os governos de vários paises têm investido na tentativa de salvar os bancos e os banqueiros mais ricos do mundo, ameaçados pela crise. Porém, a mídia omite o fato de que todo esse dinheiro provém dos cofres públicos, ou seja, dos impostos extorquidos dos trabalhadores e dos pobres, e que usá-lo para salvar bancos e empresas é uma forma de obrigar os trabalhadores a arcar com os prejuízos causados pela crise dos capitalistas, que nunca aceitaram e nunca irão aceitar dividir com os trabalhadores as riquezas produzidas pelo trabalho.

Entretanto, desviar dinheiro dos cofres públicos para socorrer banqueiros e empresários não é a única medida adotada pelos patrões e pelos governos patronais para fazer os trabalhadores pagarem a crise. Tentando salvar suas fortunas, os burgueses estão reduzindo a produção mundial, e por isso milhares de trabalhadores no mundo todo, inclusive nos países mais ricos, já foram demitidos e outros milhares estão em férias coletivas. Ou seja, em todo o mundo a burguesia e seus governos já estão fazendo os trabalhadores pagarem o preço da crise com seus salários, seus direitos, seus empregos e suas conquistas sociais.

No Brasil, além do dinheiro desviado da educação, saúde, previdência social, saneamento básico etc., os salários estão sofrendo uma desvalorização proporcional à do real em relação ao dólar. Milhares de trabalhadores, das maiores empresas, estão em férias coletivas sem garantia de continuarem empregados; já há um PDV em andamento na GM, e muitas empresas começaram a demitir trabalhadores sumariamente. A agenda das reformas sindical, trabalhista, previdenciária e tributária retorna à ordem do dia para tentar acabar de vez com os direitos trabalhistas, buscando assegurar o máximo de liberdade para os patrões tentarem sobreviver à crise aumentando muito mais a exploração dos trabalhadores.

Como sempre, a burguesia está determinada a descarregar sua crise nas costas da nossa classe e já está dando passos concretos para isso. Essa situação exige das organizações operárias medidas concretas no sentido de armar a vanguarda com um plano de ação e um programa capaz de unir e mobilizar as fileiras operárias para, com a força de greves, manifestações de rua, ocupações de fábricas e todos os métodos de luta dos trabalhadores, fazer com que sejam os patrões a pagarem o preço da crise.

Infelizmente, a proposta de “unificar as campanhas salariais do segundo semestre” aprovada no congresso da Conlutas, além de não ter sido colocada em prática, é insuficiente para essa tarefa. Por isso se faz necessário um novo encontro nacional de delegados eleitos para discutir, à luz da situação colocada, um plano de ação e um programa operário de saída para a crise.

A responsabilidade pela convocação desse encontro recai com mais peso sob as organizações e sindicatos que constróem a Conlutas, em particular sobre as que têm peso e expressão nacional, como o PSTU. Porém, mesmo as menores organizações e sindicatos regionais não podem fugir às suas responsabilidades.

Por isso, no Sintusp votamos na assembléia de quinta-feira a convocatória de um encontro regional. Mantendo nossa tradição de sindicato combativo que constrói a Conlutas em oposição às burocracias pelegas e governistas da CUT, Força Sindical, CTB etc., dirijir um chamado às organizações operárias, estudantis e populares de São Paulo e região para que realizemos um encontro regional que possa ser um ponto de partida na tarefa de preparar a classe operária e sua vanguarda para enfrentar a crise num marco político superior ao do sindicalismo tradicionalmente economicista, subordinado à estrutura e concepção sindical varguista.

A palavra de ordem do encontro deve ser: CAPITALISTAS, NÃO PAGAREMOS POR SUA CRISE!

Claudionor Brandão é diretor do SINTUSP.

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