Sexta 26 de Abril de 2024

Internacional

MÉXICO

Segue a luta dos trabalhadores da eletricidade

02 Nov 2009 | A mais de 15 dias do golpe do governo de Felipe Calderón contra os trabalhadores do Sindicato Mexicano de Eletricistas (SME) para extinguir a Companhia de Luz y Fuerza, mantém-se o ataque mas também continua e cresce a resistência dos trabalhadores e do movimento de solidariedade com sua luta.   |   comentários

Logo da mobilização operária do SME, a participação de outros sindicatos e de muitos contingentes estudantis, no dia 15/10, e da oferta do governo de estabelecer uma mesa de negociação - que na realidade pretendia abrigar aos trabalhadores a aceitar a liquidação -, não há nem haverá vontade desde o governo de resolver este conflito a favor dos trabalhadores do SME. Por isso, os trabalhadores, os jovens e estudantes que apoiam sua luta, só devem confiar em suas próprias forças.
No dia 24/10 realizou-se a primeira Assembléia Nacional da Resistência Popular convocada pelo SME. Nesta assembléia multitudinária fizeram-se presentes trabalhadores eletricistas e organizações solidárias que cantavam a consigna de Greve Nacional e a exigência à direção de que tirasse uma data e exigisse sua realização aos sindicatos opositores ao governo. Apesar disto, a direção do SME deferiu a decisão para a quinta 5/11, enquanto centra sua ação na promoção de amparos constitucionais. Isto deu um tempo precioso ao governo, que se joga a quebrar a luta por fome e cansaço; frente a isso, é urgente uma política centrada nos métodos de luta da classe trabalhadora, e baseada na discussão e organização desde as bases.
Neste sentido, desde a Liga de Trabajadores por el Socialismo-Contracorriente, organização irmã da LER-QI no México e integrante da Fração Trotskista - Quarta Internacional, participamos na dita assembléia levando uma proposta unitária, junto com outras organizações de esquerda, com os seguintes pontos:

1-. Chamemos a um grande fundo de luta e de resistência para os trabalhadores eletricistas

O governo pretende quebrar a luta pela fome e pelo cansaço, apostando a que mais eletricistas - pressionados pela realidade económica - aceitem a liquidação. Não o permitamos. A batalha do SME é a de todos. Os sindicatos têm que colocar seus recursos económicos para garantir a manutenção dos companheiros em luta. Junto a isto, temos que impulsionar uma grande provisão de víveres e arrecadar colaboração financeira em todo o país, chamando a que se somem a esta campanha e aportem materialmente as organizações, personalidades e partidos que se pronunciam contrario ao decreto, no país a nível internacional. Cabe à ampla base de eletricistas discutir, democraticamente, como distribuir equitativamente os recursos obtidos com esta campanha.

2-. Convoquemos comitês em defesa da indústria elétrica e em solidariedade ao SME

Esta assembléia e as organizações que participam, pode chamar a formação de Comitês em Defesa da Indústria Elétrica em centros de trabalho, fábricas, escolas e colónias em todo os país, desde onde multipliquemos as brigadas de difusão e de formação que já existem. O SME e os setores solidários, devemos aprofundar as atividades de que já realizam milhares de eletricistas para contrapor à campanha de desprestígio, e apelar a todas as formas de luta, tais como bloqueios e ações de protesto contra a ocupação das instalações e a favor de que as mesmas estejam nas mãos dos trabalhadores, garantindo as medidas elementares ante qualquer tentativa de repressão.

3-. Greve nacional em solidariedade ao SME

O apoio e a simpatia com os trabalhadores de Luz y Fuerza se extendem em amplos setores. Não se pode esperar nem um minuto mais, nem se podem depositar todas as esperanças nas instituições que já mostraram que estão a serviço dos exploradores, como o Congresso ou a "justiça" que deixa impunes aos responsáveis da tragédia da creche ABC e condena a mais de cem anos aos companheiros de Atenco.
Temos que demonstrar-lhes que o movimento operário é um só. Esta assembléia tem que resolver a favor da convocatória a uma Greve Nacional em Solidariedade ao SME, colocar uma data e organizá-la desde as bases. Os sindicatos que conformam a UNT (como o STUNAM ou o sindicato de Telmex) junto à CNTE, o SITUAM, o Sindicatod do Colégio de Bachilleres, o sindicato Mineiro e outros, devem encabeçar este chamado. As organizações sindicais são as primeiras interessadas em que o golpe ao SME não passe, porque se o governo triunfa, fortale-se-á para ir sobre os demais sindicatos. Nem uma luta isolada mais!
Esta assembléia pode ser um importante passo até a unidade dos explorados e oprimidos. Temos que dar continuidade, convocando a uma Assembléia Nacional das organizaçõe operárias e populares, onde coordenemos a luta e discutamos democraticamente um plano de ação unificado, para colocar a baixo o decreto e manter em pé ao SME, enfrentar a reforma impositiva e ao conjunto do ataque de Calderón.
Consideramos que, para impulsionar isto, é fundamental que os trabalhadores eletricistas realizem assembléias de base nas quais se vote a exigência da greve nacional em solidariedade e se expresse sua vontade, e onde se discutam os passos para avançar - junto ao conjunto das organizações sindicais, populares e estudantis solidárias - na recuperação das instalações, garantindo as medidas elementares ante qualquer tentativa de repressão

Os socialistas da LTS na luta junto aos trabalhadores eletricistas

Desde a LTS viemos participando das mobilizações, assembléias e todas as iniciativas e ações de solidariedade com os trabalhadores do SME. Na Universidade, como parte da agrupação estudantil Contracorriente e desde o boletim de luta "Tinta Roja" (tinta vermelha), impulsionamos comitês de defesa da insdústria elétrica e em solidariedade com o SME em numerosas faculdades. Junto a trabalhadores do Sindicato de Trabalhadores da Universidade Nacional Autónoma do México (STUNAM), brigamos pela realização de uma paralização ativa universitária em apoio aos trabalhadores eletricistas, batalhando por esta proposta em reuniões e assembléias. Em distintos setores sindicais e colónias populares, impulsionamos amplamente a solidariedade e o fundo de resistência; como no Sindicato de Trabalhadores do Seguro Social (Saúde), onde nossos companheiros e companheiras, junto a muitos ativistas e correntes democráticas, constituiram-se em um comitê de solidariedade que já tem empresso dezenas de milhares de panfletos, realizando atividades todos os dias em numerosos centros de trabalho, apesar, e contra, a direção traidora de dito sindicato, que persegue ao ativismo solidário com o SME e que é abertamente colaboração do governo.
Na zona operária e popular de Ecatepe, no Estado do México, somos impulsionadores da Frente regional em Apoio ao SME, e nossa Casa Operária e juvenil tem-se constituido em centro de aprovisionamento de lugares para os compaheiros eletricistas, difundindo sua luta em universidades, favelas e fábricas.
Na zona operária e popular de Ecatepec, no Estado de Méchico, como participantes do Movimento de e ex-mineiros de Real del Monte, realizamos atividades e brigadas conjuntas com os trabalhaores eletricistas, participando de suas ações de luta, e somos parte de uma verdadeira unidade na luta entre o movimento de Real del Monte e o SME. Como parte disso, impulsionamos a conformação de uma grande corrente de trabalhadores classista e democrática, junta a trabalhadores de distintos centros de trabalho, que levante uma perspectiva para o triunfo desta luta e seja uma alternativa de organização para os trabalhadores. No dia 17/11 realizaremos uma primeira reunião, à qual convidamos a todos aqueles companheiros eletricistas e de outros sindicatos com os que participamos nesta grande luta. Na Universidade, estamos propondo ademais a todos aqueles estudantes com quem cotidianamente impulsionamos a defesa dos trabalhadores, que se integrem às fileiras de Contracorriente estudantil, para construir uma grande corrente pró-operária e revolucionária.
Esta atividade permanente a fazemos sustentando uma política com a que levamos à assembléia, para que as demandas dos trabalhadores eletricistas triunfem e se derrote o plano do governo, explicando esta necessidade a muitos companheiros do SME com os que participamos ombro a ombro nas brigadas e ações de luta. Desde a LTS, participamos deste movimento consciente de que a situação atual no México se volta mais urgente que nunca dar passos decididos para construir uma organização socialista e revolucionária, confluindo nesta tarefa imperiosa com os trabalhadores e os jovens que participam ativamente desta luta.
POR UM FUNDO DE GREVE E RESISTÊNCIA
A LUTA NÃO ESTà LIQUIDADA: NÃO ACEITE A LIQUIDAÇÃO
POR COMITÊS DE SOLIDARIEDADE EM TODO O PAà S
GREVE NACIONAL EM SOLIDARIEDADE AO SME E CONTRA O DECRETO DE CALDERÓN!

Artigos relacionados: Internacional









  • Não há comentários para este artigo