Sexta 26 de Abril de 2024

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SANTA CATARINA

Por uma campanha nacional de solidariedade impulsionada pelas organizações operárias e movimentos sociais

29 Nov 2008   |   comentários

Não podemos esperar que a ajuda às vítimas de Santa Catarina venha do governo Lula e do governo estadual. Depois de anos de descaso, tudo o que eles estão oferecendo agora são paliativos e dinheiro para a reconstrução de estradas, portos e gasodutos, necessários ao funcionamento da indústria. É papel das organizações operárias e dos sindicatos, mostrar como se faz uma real campanha de solidariedade.

Ao invés da CUT de se resumir a apoiar as medidas do governo Lula, deveria tomar a iniciativa e iniciar uma ampla mobilização de solidariedade ao povo de Santa Catarina. O pouco que está sendo feito é ainda muito pouco. O primeiro passo seria retomar as campanhas realizadas na década de 80, quando a CUT, então oposição ao governo militar, organizou uma ampla campanha de solidariedade as vitimas nas inundações em Santa Catarina. Junto com a arrecadação de alimentos, seria necessário, como dissemos acima, exigir que o governo confique os estoques dos supermercados e farmácias para garantir alimentos e remédios para todos.

Mas uma campanha de arrecadação de doações seria somente um primeiro passo a ser dado pelas organizações operárias. É fundamental impulsionar uma campanha nacional em defesa de um plano de obras publicas, não só para reconstruir as cidades afetadas pelas inundações, mas para realizar as obras necessárias que possam evitar a repetição desse tipo de tragédia, tanto em Santa Catarina, como no conjunto do país. Um comitê nacional que reunisse técnicos de diversas áreas, junto às organizações operárias e de direitos humanos, poderia ser criado para avaliar as medidas emergênciais a serem tomadas para evitar novos desastres.

Mas o governo Lula não vai tomar a iniciativa de um plano de obras publicas nacional, que pudesse dar uma solução de fundo aos problemas causado pelas chuvas. Já teve 6 anos para fazer e não o fez. Somente a mobilização unificada entre trabalhadores e o povo pobre, poderia obrigar o governo Lula a concretizar essas medidas. Ao invés de jogar rios de dinheiro nas mãos de banqueiros, exportadores e montadoras, um plano nacional de obras públicas, além de evitar que mais pessoas morram por motivos que poderiam ser evitados, geraria dezenas de milhares de empregos dignos. Para isso, seria necessário muito mais dinheiro do que o Lula está liberando.

Frente ao atrelamento da CUT ao governo Lula, cabe à Conlutas iniciar uma campanha nacional deste tipo, exigindo da CUT e demais Centrais sindicais e movimentos sociais que também participem.

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