Terça 7 de Maio de 2024

Movimento Operário

FRANCA

Patrões querem despejar os prejuízos da crise nas costas dos trabalhadores

23 Dec 2008   |   comentários

Assim como boa parte do setor industrial brasileiro, as fábricas de calçado de Franca-SP já começam a sentir os efeitos da crise económica mundial. Depois da empresa Mariner, com cerca de 800 trabalhadores na sua planta, demitir mais de 50% do seu quadro de funcionários, e também depois do fechamento de várias fábricas menores, agora foi a vez do grupo Amazonas, um dos maiores produtores de solados para calçado e artefatos de borracha do país, anunciar a demissão de 300 operários. Além disso, o grupo já havia anunciado no início do ano o corte do convênio médico de 450 trabalhadores aposentados.

Segundo nota divulgada pelo próprio grupo nessa sexta feira (19/12), trata-se de ações que visam preparar a empresa para os tempos de crise. Essa recente notícia mostra, de maneira clara, a “fórmula mágica” que os empresários de Franca encontraram para continuar lucrando: Demitir trabalhadores e cortar direitos dos que ficam. E Todas essas demissões e ataques aos mais elementares direitos trabalhistas são feitas sob a “benção” do prefeito da cidade, Sidnei Rocha (PSDB), que insiste em dizer que não há crise em Franca, ainda que todos os dias há notícias nos jornais locais falando de fábricas demitindo ou encerrando sua produção. Porém, enquanto o prefeito tenta acalmar a população trabalhadora dizendo tais bravatas, o que se vê na realidade é a prefeitura disposta a destinar milhões de reais para ajudar os empresários e nem ao menos questionar as demissões. Enquanto isso, o sindicato dos sapateiros, filiado atualmente à CUT, tem feito o papel de “despachante” dos patrões, simplesmente realizando as homologações das demissões ou então soltando boletins informativos dizendo que não há crise. É necessário que os trabalhadores retomem para si esse importante instrumento de luta que são os sindicatos. E exijamos que o sindicato dos sapateiros inicie uma ampla campanha para reverter tais demissões.

Os trabalhadores da Amazonas, assim como de todas as fábricas de Franca, não podem esperar nada dessa prefeitura que governa para os ricos, assim como não podemos também esperar que das mãos dos patrões venha alguma solução para a crise que não seja demissão. Devemos exigir que se abra imediatamente o Livro caixa da Amazonas, pois assim saberemos o quanto a empresa ganhou nesses últimos anos sob o suor dos trabalhadores. E desde já construir uma ampla campanha na cidade, que a partir do sindicato una os partidos de esquerda, movimentos e organizações que defendam os trabalhadores, para que todas as demissões sejam revertidas.

Nós da LER-QI, Liga Estratégia Revolucionária - Quarta Internacional, colocaremos todas as nossas forças para construir uma luta para barrar essas demissões e qualquer tipo de ataque aos direitos dos trabalhadores de Franca. Chamamos uma vez mais as organizações de esquerda da cidade a constituírem uma frente que defenda os empregos dos trabalhadores. A partir de agora a palavra de ordem dos trabalhadores Francanos, assim como vários trabalhadores pelo mundo já começam a utilizar, deve ser: Que os capitalistas paguem pela crise!

Nenhuma demissão aos sapateiros!
Que se abram imediatamente os livros caixas das empresas!
Construamos, começando pelo sindicato, uma frente operária contra as demissões!

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