Sexta 26 de Abril de 2024

Debates

Uma discussão com o PSTU e o "bloco dos radicais"

Para preparar e dirigir a luta operária e popular deve-se romper a capitulação ao petismo

14 Nov 2003   |   comentários

Para que o tão almejado processo de ruptura com o PT e o governo Lula-Alencar, que ainda está em seus primeiros passos, avance para um curso de independência de classe e não resulte em paralisia e desmoralização da vanguarda e desligamento desta com as massas operárias e populares ’ que podem se tornar presas de forcas sociais reacionárias ’ os partidos e correntes da esquerda devem tomar a tarefa estratégica de recompor essa vanguarda para que se conquiste uma nova direção revolucionária que seja alternativa real às mediações reformistas de esquerda como barreiras ao avanço revolucionário do movimento operário e de massas.

Assim, todos estamos obrigados a explicar com precisão e honestidade a realidade existente para alcançar uma etapa superior que prepare a ofensiva operária e popular que barre os ataques patronais e imperialistas do governo Lula-Alencar.

Como desprendimento do PT, ganham espaço e audiência os deputados “radicais” Babá, Luciana Genro e João Fontes. Porém, a grande audiência e notoriedade conquistadas pelos “radicais” não têm servido para a estratégia de recompor a vanguarda num movimento combativo e classista que possa se dirigir às massas com um programa operário de saída para a crise, que responda às necessidades prementes das massas e aponte os métodos de luta capazes de enfrentar a ofensiva patronal e do governo.

Uma estratégia combativa e classista para lutar por emprego e salário para todos

Tanto os “radicais” quanto o PSTU lançam em seus jornais e panfletos diversas propostas programáticas que, apesar das diferenças, se propõem a contrapor um programa operário ao plano económico aplicado pelo governo. Mas, infelizmente, nenhuma medida efetiva vem sendo tomada por esses dois grandes “blocos” para que a vanguarda que se desilude com o PT e o governo tome em suas mãos as tarefas de unidade e coordenação de amplos setores do movimento operário e de massas em torno de um programa democraticamente discutido e votado pelas bases. Estes setores têm forças suficientes para convocar imediatamente um Congresso Nacional com delegados eleitos nos locais de trabalho, nas escolas e universidades, nos bairros operários e movimentos populares, junto com as organizações operárias e entidades sindicais, estudantis e populares. Esse Congresso poderia ser precedido de Encontros regionais e estaduais, com delegados eleitos, onde o programa e o plano de ação, formas de organização e representação, sejam debatidos ampla e democraticamente para forjar um amplo movimento que apareça como pólo de atração para amplos setores da vanguarda que ainda não esteja em ruptura com o PT e o governo.

Desta forma, o movimento inicial de rompimento de setores com o PT e o governo encontraria uma vanguarda organizada que possa se apresentar às massas e aos operários nas fábricas, impondo às direções burocráticas da CUT e das demais centrais a ruptura com o governo e a política de trégua, negociações e pactos com a patronal.

Esse grande movimento pode e deve ser colocado na ordem do dia, para dar um curso organizado e consciente aos milhões que avançarão do desgaste com as medidas do governo para uma ruptura definitiva com o petismo e a estratégia de conciliação de classes, abrindo espaços para que o movimento operário das grandes fábricas encontrem uma trincheira de combate para derrotar a burocracia e construir uma nova direção para o movimento operário, uma nova direção anticapitalista e antiimperialista.

O PSTU e o Bloco dos “radicais” devem superar sua estratégia sindicalista para avançar numa estratégia revolucionária ’transformando os sindicatos e entidades em órgãos de combate e democracia direta, verdadeiros organismos de frente única que unifiquem e coordenem os operários e lutadores avançados para que se constitua um “exército maior” que ganhe a confiança das amplas massas por uma perspectiva de independência de classe.

Desta maneira, essa vanguarda irá consolidando sua força dirigente rumo à construção de um verdadeiro partido revolucionário dos trabalhadores.

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