Domingo 28 de Abril de 2024

Mulher

Mulheres trabalhadoras e sua força de luta

15 May 2005   |   comentários

Atualmente nós mulheres somos mais da metade da população mundial e maioria nos índices de pobreza, analfabetismo e desemprego. Vivemos em um sistema de opressão e exploração que nos coloca grandes obstáculos contra nossa organização.

Hoje, nós trabalhadoras temos sofrido ataques em todos os lugares do mundo, e aqui no Brasil, temos visto o governo Lula/PT aplicando reformas como as Reformas Sindical/Trabalhista e Universitária. Essas reformas têm em vista elitizar cada vez mais o ensino, desde o acesso e permanência até o conhecimento produzido nele, e acabar com a autonomia de organização dos trabalhadores, concentrando o poder de representação dos mesmo em centrais sindicais dirigidas e controladas pela burocracia governista a fim de implementar os grandes ataques aos direitos trabalhistas historicamente conquistados, com muita luta e sangue, sem maiores contradições e resistência.

Frente a essa situação não podemos nos prender à análises superficiais da realidade, como se todas as mulheres fossem iguais, como faz a maioria das organizações feministas. Vivemos em uma sociedade de classes, e sendo assim, devemos enxergar a realidade imposta a nós partindo deste ponto de vista. Por exemplo: será que podemos dizer que uma trabalhadora de fábrica é igual e vive a mesma opressão e exploração que a Condolesa Rice nos Estados Unidos? Certamente que não! Nesse sistema de opressão e exploração, todas as mulheres somos oprimidas, mas somente as trabalhadoras somos oprimidas e exploradas. A mulher burguesa é oprimida mas, ao mesmo tempo nos explora por ser dona das fábricas e empresas em que trabalhamos.

Não podemos nos contentar com a participação de poucas mulheres em bons cargos nos governos e/ou empresas, enquanto a ampla maioria de nós continuamos na mesma condição de miséria sem avanços concretos para o fim de nossa opressão.

Nossa luta deve questionar a fundo o sistema que sustenta as desigualdades mais extremas e que joga os trabalhadores de todo o mundo em condições desumanas sem sequer um salário mínimo. Devemos nos unir enquanto classe trabalhadora, em aliança com desempregados e todos os setores que se colocam em luta contra os ataques e os planos de fome dos grandes capitalistas e seus governos. Temos que nos organizar para barrar estes ataques e conquistar nossos direitos.

Partindo da compreensão de que encontramos grandes dificuldades para nos organizarmos como: a dupla jornada de trabalho, preconceitos quanto à nossa participação na política, ameaças de patrões com o corte de creches e calúnias à nossa família, etc.; devemos nos unir desde os lugares em que estamos até todos os outros onde podemos chegar, e nos tornar uma força real onde cada trabalhadora possa se apoiar, a fim de que passem a acreditar em suas próprias forças na destruição de tudo aquilo que nos mantém em tais condições.

Temos que exigir a divisão das horas de trabalho entre empregados e desempregados sem a diminuição dos salários para por fim ao desemprego e garantir que todos tenham tempo e condições de estudar. Frente as diferenças salariais entre homens e mulheres, assim como brancos e negros, salário igual para trabalho igual. Para permitir que possamos estudar e trabalhar em condições iguais, acabando com a dupla jornada de trabalho, que hajam creches, lavanderias e restaurantes em cada bairro e locais de trabalho e estudo.

Devemos exigir sistema de saúde público, gratuito e de qualidade e que o Estado garanta o aborto legal arcando com as despesas desde a operação, até psicólogos, atendimento médico e medicamentos. Assim não teremos mais que nos submeter a abortos clandestinos arriscando nossas vidas. Que nos sejam garantidos anticoncepcionais para não engravidar e aborto livre e gratuito para não morrer.

Contra a discriminalização e opressão, lutaremos pelo direito a decidir sobre nosso corpo, sexualidade e nossas vidas!

Frente a todos os ataques que nos colocam hoje e contra toda a condição de miséria, devemos nos organizar para construir uma secretaria de mulheres que desde a CONLUTAS/CONLUTE impulsione, em aliança com os trabalhadores, um pólo anti-governista e anti-burocrático, para além destas coordenações, a fim de atuar contra as Reformas Sindical/Trabalhista e Universitária.

Devemos compreender que se não nos organizamos, metade de humanidade estará parada, e que a vitória da luta contra os ataques da burguesia, pelo fim da situação de miséria em que nos encontramos no mundo todo, depende do quanto acreditamos em nossas forças para lutar. O futuro da humanidade está em nossas mãos. AVANTE!

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