Palavra Operária

Importantes lutas se desenvolvem no cenário nacional, como a greve dos servidores públicos federais, as paralisações do funcionalismo estadual e municipal por reajuste salarial, a mobilização dos operários metalúrgicos pelo reajuste da tabela de Imposto de renda, que a cada ano confisca uma parte maior de seus salários, a onda de ocupações por parte dos sem-terras e as lutas estudantis que têm se desenvolvido no último período. Para nós, que sofremos dia-a-dia com a miséria do capitalismo, e para os setores mais avançados da classe trabalhadora e da juventude, que enfrentamos essa situação para transformá-la radicalmente, a nova fase de crises que atinge o governo Lula tem uma enorme importância, pois se no ano passado nossas lutas encontraram pela frente uma burguesia e uma burocracia unificadas para nos impor o desvio ou a derrota, este ano, apesar das enormes dificuldades ainda existentes, as lutas podem aproveitar os elementos de fraqueza do governo para se fortalecerem.

É necessário combinarmos as reivindicações imediatas de cada um desses setores em luta com reivindicações que permitam unificar as lutas, estendê-las a novos setores que ainda não estão em movimento e elevá-las a um patamar superior de luta contra a política anti-popular de conjunto do governo Lula e contra a exploração capitalista que a burguesia impõe com sua dominação.

O principal “calcanhar de Aquiles” do governo Lula hoje e a demanda mais urgente que atinge os milhões de trabalhadores do país é o desemprego e os salários de fome e miséria. Os patrões utilizam o enorme exército de desempregados que cresce a cada dia para ameaçar os trabalhadores com demissões caso estes se mobilizem e a burocracia sindical nada faz para acabar com a barreira que divide os trabalhadores empregados e de-sempregados. Essa burocracia não faz mais que esperar cada data-base para pressionar e negociar migalhas com a patronal, enquanto o desemprego e o custo de vida só aumentam.

Em cada assembléia, em cada entidade combativa do movimento sindical e popular, em cada estrutura de trabalho, estudo ou moradia, devemos batalhar para colocar de pé uma ampla CAMPANHA NACIONAL POR SALÃ RIO DIGNO E EMPREGO PARA TODOS.

Essa campanha deve estar fundamentada num plano real que permita aos trabalhadores enxergar a possibilidade e a necessidade de lutar por essas demandas. Por isso temos que reivindicar a divisão de todas as horas de trabalho existentes entre todos braços em busca de trabalho, com salários que cubram as necessidades básicas de uma família padrão, como única medida capaz de unificar os trabalhadores empregados e desempregados, garantindo emprego para todos e condições dignas de vida.

TRABALHAR MENOS PARA TRABALHAREM TODOS!

Até que todos estejam incorporados à produção, é necessário lutar emergencialmente por um seguro desemprego sem restrições, que garanta o sustento das famílias. Frente ao aumento constante do preço dos produtos de primeira necessidade, é necessário lutar pela ESCALA MÓVEL DE SALà RIOS de acordo com o aumento do custo de vida. Frente à onda de demissões em massa e fechamentos de fábrica que percorre o país com o agravamento da crise económica, devemos lutar para que cada fábrica que feche ou demita seja ocupada e colocada para produzir sob controle dos trabalhadores.

Essas medidas só podem ser implementadas atacando os lucros dos capitalistas, no marco da luta contra o imperialismo e seus burgueses lacaios nacionais, colocando os recursos do país a serviço de um plano nacional de obras públicas, financiado pelo não pagamento da dívida externa e por impostos progressivos às grandes fortunas.

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